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Bairro hipster

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esteriótipo feito com IA do apartamento de alguns bairros hipster paulistanos (Vila Buarque e Santa Cecília): presença de chão de taco, samambaias, bicicleta, gatos, ar nostalgico e hipster.[1][2]

Bairro hipster é uma locação geográfica urbana, cuja população é majoritariamente pertencente à comunidade Hipster, geralmente são bairros gentrificados, localizados nos centros da cidades.[3][4] São frequentados por pessoas que se identificam com o estilo de vida hipster, caracterizado por estar à frente das tendências e apreciar coisas antes de se tornarem populares. Isso inclui uma preferência por cafés, casas de shows, livrarias independentes e outros espaços que promovem uma cultura alternativa.[5][6]

A presença de hipsters em um bairro pode levar à gentrificação, um processo onde o aumento da demanda por imóveis e serviços eleva os preços, tornando a área menos acessível para os moradores originais. Isso é frequentemente observado em bairros que passam por uma "hipsterização", onde novos negócios voltados para esse público são abertos, como restaurantes, bares, e lojas de moda e design.[7][8][6]

Tampere em Pirkanmaa, Finlândia, bairro popular hipster.[9]
Estátua de Amy Winehouse em Camden Town, Londres

Em cidades como São Paulo, a hipsterização tem sido um fenômeno notável, com bairros centrais experimentando uma transformação cultural e econômica significativa. Esses bairros se tornam centros de inovação cultural e social, atraindo tanto empreendedores quanto consumidores que buscam um estilo de vida mais alternativo e engajado.[10][6]

Primeiros bairros hipster

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Os primeiros bairros hipster surgiram em grandes centros urbanos como Nova York, particularmente em áreas que historicamente atraíam artistas e boêmios devido a aluguéis baixos e uma atmosfera permissiva. O bairro de Greenwich Village é um exemplo precoce, onde, no século 20, artistas, músicos e escritores se reuniam. Com o passar do tempo, outros bairros como Williamsburg, também em Nova York, começaram a emergir como centros hipster, especialmente após a década de 1990, com a chegada de jovens criativos em busca de espaços baratos e inspiradores para viver e trabalhar.[11][6]

Características dos bairros hipster

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Bairros hipster são geralmente caracterizados por uma combinação de fatores:[6][11]
1. Cultura Independente: Uma forte presença de pequenas empresas independentes, como cafeterias, livrarias, galerias de arte e lojas de vinil. [6][11]
2. Diversidade Cultural: Uma mistura de culturas, frequentemente com uma população jovem e diversa, atraída pela atmosfera aberta e inclusiva.[6][11]
3. Inovação Culinária e Artesanal: Restaurantes que oferecem culinária experimental e opções veganas, cervejarias artesanais e mercados de agricultores.[6]
4. Estética Vintage e Eclética: Moda retrô e uma preferência por objetos de decoração de segunda mão ou feitos à mão.[6][11]
5. Espaços Criativos: Presença de estúdios de arte, festivais de música e eventos culturais que promovem a expressão artística.[6][11]

Pontos de interesse

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Os bairros hipster são repletos de pontos de interesse que refletem sua cultura única. Isso inclui murais de street art, mercados de pulgas, cafés literários e locais de música ao vivo. Esses locais não apenas servem como atrações turísticas, mas também como centros comunitários onde os moradores locais se reúnem e interagem.[12]

Referências na cultura

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Na cultura pop, bairros hipster são frequentemente retratados de formas que destacam sua singularidade e excentricidade. A série de televisão "2 Broke Girls" é um exemplo, ambientada em um restaurante em Williamsburg, Brooklyn, NYC, capturando o espírito jovem e a busca por autenticidade.[13] Na música, artistas como Amy Winehouse personificavam o ethos hipster com sua estética retrô e som inovador, muitas vezes frequentando locais emblemáticos de bairros hipster em Londres, como Camden Town.[14][15][16]

  • ZUKIN, Sharon (2010). Naked City: The Death and Life of Authentic Urban Places Revista Urban Studies, v. 46, n. 12 ed. Nova York: Oxford University Press. pp. 225–250 
  • LLOYD, Richard (2002). Neo-Bohemia: Art and Commerce in the Postindustrial City Revista International Journal of Urban and Regional Research, v. 27, n. 4 ed. Chicago: Routledge. pp. 1–20 
  • SMITH, Neil (1987). Gentrification and the Rent Gap Revista Annals of the Association of American Geographers, v. 77, n. 3 ed. Londres: Taylor & Francis. pp. 462–465 
  • HUBBARD, Phil (2016). Hipsters on the High Street: Gentrification, Revitalization, and Consumption in Urban Neighborhoods Revista Urban Geography, v. 37, n. 8 ed. Londres: Routledge. pp. 1250–1270 
  • MATHEWS, Vanessa (2010). From Bohemia to Williamsburg: Gentrification and the Hipster Space Revista Journal of Urban Affairs, v. 32, n. 3 ed. Nova York: Routledge. pp. 229–248 
  • SCOTT, Allen (2000). Cultural Economy of Cities: Gentrification and the Creative Class Revista International Journal of Urban and Regional Research, v. 24, n. 4 ed. Los Angeles: Wiley-Blackwell. pp. 52–72 
  • ANDERSON, Elijah (2015). The White Space and Urban Gentrification Revista City & Community, v. 14, n. 1 ed. Filadélfia: Wiley. pp. 118–122 
  • FLORIDA, Richard (2012). The Rise of the Creative Class: Revisited Revista Urban Studies, v. 50, n. 5 ed. Londres: Routledge. pp. 145–175 
  • MOORE, Ryan (2017). Alternative to What? Subcultural Capital and the Commercialization of Hipster Neighborhoods Revista Cultural Sociology, v. 11, n. 4 ed. Londres: SAGE. pp. 577–595 
  • ZUK, Miriam (2018). Gentrification, Displacement, and the Role of Public Investment: A Multi-City Analysis Revista Urban Affairs Review, v. 54, n. 1 ed. São Francisco: SAGE. pp. 74–106 

Notas e referências