Saltar para o conteúdo

Bandido bom é bandido morto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Publicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) acerca de uma postagem do MTST, com a frase "Bandido bom é bandido morto": segundo Nogueira, o MTST tachava Jesus de "bandido".[1]

No Brasil, bandido bom é bandido morto é uma frase recorrente em certos círculos sociais e que reproduz uma ideia difundida pela mídia popular.[2] Nesse contexto, o advogado e radialista Afanasio Jazadji é uma das pessoas notórias a defender publicamente a tese de que “bandido bom é bandido morto”.[3]

Em março de 2024, a frase voltou a circular nos meios de comunicação depois da publicação, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), de uma imagem de Jesus Cristo crucificado, diante de um soldado romano, que diz: "bandido bom é bandido morto".[4]

É possivel que a frase seja uma adaptação de uma outra, atribuída ao general estadunidense Philip Sheridan (1831-1888), que a teria pronunciado no contexto das guerras indígenas nos Estados Unidos, quando da rendição de uma tribo comanche, em 1869. Segundo a tradição, o chefe indígena Tosahwi, apresentando-se ao general, teria dito seu nome, acrescentando duas palavras "Tosahwi, índio bom", ao que Sheridan teria respondido: "Os únicos índios bons que vi estavam mortos".[5] A primeira referência impressa a essa troca de palavras, foi feita mais de 100 anos depois, em Bury My Heart at Wounded Knee (1970). No livro, o autor, Dee Brown, atribui a citação a Sheridan, alegando que "o tenente Charles Nordstrom, que estava presente, lembrou-se das palavras e as transmitiu, até que, com o tempo, elas foram aprimoradas em um aforismo tipicamente americano: "O único índio bom é um índio morto". [6] Sheridan negou que tivesse feito tal declaração.[7] Apesar disso, na cultura popular, ele permanece sendo o autor da frase.[8]

No Brasil, a frase "Bandido bom é bandido morto" ganhou notoriedade quando José Guilherme Godinho Sivuca Ferreira, policial ex-integrante da Scuderie Le Cocq, utilizou-a em sua campanha eleitoral para deputado estadual do Rio de Janeiro, tendo sido eleito em 1990 e reeleito em 1994.

Referências

  1. PODER360 (30 de março de 2024). «Políticos criticam post do MTST com Jesus e frase sobre bandido». Poder360. Consultado em 30 de março de 2024 
  2. Muniz, Montgomery Wellington (2011). Bandido bom é bandido morto! (?)” (PDF). [S.l.]: BDJur 
  3. Bueno, Samira (17 de fevereiro de 2014). «Bandido bom é bandido morto: a opção ideológico-institucional da política de segurança pública na manutenção de padrões de atuação violentos da polícia militar paulista». Consultado em 30 de março de 2024 
  4. «Direita critica Guilherme Boulos após MTST publicar foto de Jesus crucificado com frase sobre bandido». Estadão. Consultado em 30 de março de 2024 
  5. Mieder, Wolfgang (1993). «"The Only Good Indian Is a Dead Indian": History and Meaning of a Proverbial Stereotype». University of Illinois Press. The Journal of American Folklore. 106 (419): 38–60. ISSN 0021-8715. JSTOR 541345. doi:10.2307/541345 
  6. Brown, Dee (1970). Bury my heart at Wounded Knee. New York, N.Y.: Henry Holt & Co. p. 487. ISBN 978-0-8050-1730-4. OCLC 1043525255 , pp=170-172.
  7. «Philip Sheridan». Kansapedia. Kansas Historical Society. 12 de abril de 2012. Cópia arquivada em 30 de março de 2023 
  8. Morris, Roy Jr. (1992). Sheridan: The Life and Wars of General Phil Sheridan (1st ed.). New York, NY: Crown Publishing, p. 464. ISBN 978-0-517-58070-7 OCLC 24906319

Leituras adicionais

[editar | editar código-fonte]