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Belmiro Pita Ferreira

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Belmiro Pita Ferreira nasceu em 1965 e cresceu por terras de Conímbriga, situada na freguesia de Condeixa-a-Velha, distrito de Coimbra. Desde muito jovem (13 anos), começou a pintar cerâmica para algumas fábricas, onde se destacou devido ao seu estilo próprio e multifacetado. Iniciou-se então, em 1978, na fábrica Cerâmica de Conímbriga onde se formou a Cooperativa Estrela de Conímbriga, nesse mesmo sítio, localizado na Faia em Condeixa-a-Nova. Em 1980, a referida fábrica mudou para as novas instalações (atuais), em S. Fipo - Condeixa-a-Nova até 1982. Nesse mesmo ano, iniciou funções no “O Corridinho” em Almancil. Em 1988, regressou para fábrica Estrela de Conímbriga. Em 1990, abriu uma empresa chamada “Azulcer Cerâmica” como sócio gerente, em que era responsável pela pintura, vidrados, tintas e cozedura. Mais tarde, em 1993, fundou um atelier como pintor independente de Cerâmica, Azulejo e Artista Plástico, onde tem desenvolvido o seu trabalho até ao ano presente.[1]

Para além da pintura, Belmiro adquiriu uma vasta experiência na complexa arte do restauro de azulejos, aplicando uma execução exemplar, fruto dos seus conhecimentos e investigação na composição do barro, tintas e dos vidrados. As suas competências envolvem faceamento de azulejos, aplicação de máscaras, produção de azulejos, integração cromática, protecção e preservação dos azulejos (no caso de exposição no exterior), materiais a usar (tintas, pastas, argamassas, etc.), limpeza dos azulejos, estabilização dos azulejos, dessalinização e preparação da área atingida.

Ao longo da sua vida frequentou vários cursos, sobre métodos de pintura; desenho artístico, aplicação das pastas no fabrico manual de azulejos e composição dos vidrados, com destaque nas entidades formadoras Cencal e Cearte. Participou em vários seminários com o mestre Eduardo Nery, destacando uma formação sobre “Azulejaria na Arquitectura” no Cencal (Caldas da Rainha). Aprendeu, também, algumas técnicas com o seu camarada de ofício, mestre Mário de Oliveira Soares, um dos poucos colaboradores do mestre Jorge Colaço, este último com influências directas no seu trajecto artístico, nomeadamente nas suas técnicas revolucionárias.

Participou em Seminários e Colóquios relacionados com Azulejaria, técnicas de trabalho, desenvolvimentos na área e as suas variadas aplicações, realizados pelas entidades mais relevantes na área de Azulejaria, como Paulo Henriques (ex director do Museu Nacional do Azulejo), Rafael Calado (ex director do Museu Nacional do Azulejo), Eduardo Nery (artista plástico), José Meco (investigador e divulgador na área). Foi convidado no seminário " O sector da Cerâmica em Portugal", no Centro de Congressos de Aveiro no ano 2000.

As suas obras estão distribuídas por todo o país, com predominância no Algarve (Quinta do Lago, Vale do Lobo, etc…), e resto do mundo. Atinge projecção em grandes obras com a execução de um trabalho de grande envergadura para o palácio de Águeda, com cerca de 4000 azulejos ocupando uma área de 90m2.

Participou em várias exposições em Portugal, onde esteve presente na Feira Internacional de Lisboa, durante a Expo98, como convidado para representar a região de Coimbra, tendo a revista "Casa & Jardim" publicado alguns dos seus trabalhos. Foi escolhido pela Galeria "Paradise" em Morro Bay, Califórnia, EUA, para representar o que de melhor se faz em Portugal. Mais recentemente, tem vindo a realizar várias exposições no distrito de Coimbra, de destacar em 2017 na APP Coimbra- “Da Cerâmica à Tela” , em 2018, no Museu POROS - Exposição "Passagens” e no Museu de Conímbriga,com apoio do Estado Português, - “Depois de Conímbriga” e em 2019, no Museu Municipal de Coimbra – Edifício Chiado - Exposição "Experiências". Em 2021 participou no programa televisivo “Domingão” na SIC, onde foi entrevistado acerca do seu percurso profissional e onde expôs as suas diferentes obras em cerâmica e azulejaria. [2]

Biografia e algumas obras de Belmiro Pita Ferreira, no livro "Cerâmica e Escultura"

Actualmente, possui um atelier situado em Condeixa-a-Velha, onde trabalha a tempo inteiro adaptando-se a qualquer estilo de pintura. É colaborador da DGPC (Direção Geral do Património Cultural), executando peças para os museus, destacando o Museu de Conímbriga e o Museu Machado de Castro.

Recentemente, especializou-se na pintura barroca tendo executado várias obras para Igrejas e Santuários, principalmente no arquipélago dos Açores. Os altares tem sido as suas obras mais emblemáticas, sendo da sua responsabilidade a decoração da totalidade dos interiores em azulejo.