Benjamim de Calamata
Benjamim de Calamata foi um longínquo chanceler do Principado de Acaia da Grécia franca de 1297 até ao menos 1324.
Vida[editar | editar código-fonte]
Benjamim aparece pela primeira vez em 1297, quando, após a morte do príncipe da Acaia, Florente de Hainaut (r. 1289–1297), sua viúva, a princesa Isabel de Vilearduin (r. 1289–1307), retirou-se para o Castelo de Calamata. Para governar o principado, Isabel nomeou Ricardo Orsini como bailio e Benjamim, que havia sido o protovestiário principal — um oficial equivalente ao camareiro ocidental e encarregado com a manutenção da lista de titulares feudais —[1] como o novo chanceler. Benjamim foi sucedido como protovestiário por um grego chamado Vasilópulo.[2] Em 1300, Ricardo Orsini foi substituído como bailio por Nicolau III, sob conselho de Benjamim. Marechal hereditário do principado e um de seus barões mais poderosos, Nicolau também foi um amigo íntimo de Benjamim. Isso estabeleceu um período de rivalidade de Ricardo e Benjamim.[3]
Em 1301, Isabel casou-se com seu terceiro marido, Filipe de Saboia (r. 1301–1307). O nome príncipe rapidamente tornou-se impopular na Acaia por sua arrogância, modos despóticos, e desrespeito com os princípios feudais do principado. Imediatamente após sua chegada, agindo sob conselho de um partidário de Ricardo Orsini, Filipe prendeu Benjamim sob acusação de traição e aprisionou-o em Andravida. Nicolau de Saint Omer imediatamente confrontou o nome príncipe em Glarentza e veementemente protestou este ato; a violência foi evitada através da intervenção de Isabel e os conselheiros de Filipe. Benjamim foi libertado após o pagamento de 20 000 hipérpiros, e recebeu em troca a posse dum feudo em Peracora, próximo de Corinto.[4][5] Apesar deste começo pouco auspicioso, Benjamim rapidamente conseguiu ganhar a confiança e estima de Filipe; sob seu conselho, o príncipe forçou Ricardo Orsini a adquirir um feudo pela mesma soma de 20 000 hipérpiros, que, dado sua morte e a de seu único herdeiro logo depois, foi revertido ao fisco acaio.[6]
Em 1304, ele foi uma das testemunhas do casamento do filho e herdeiro de Ricardo Orsini, João I, e Maria Comnena Ducena.[7] Em dezembro de 1320, Benjamim tornou-se um cidadão da República de Veneza, e em junho do ano seguinte, estava entre os magnatas acaios que enviaram uma carta ao doge de Veneza João Soranzo (r. 1312–1328) oferecendo a concessão do principado para ele.[8] Ele ainda estava ocupando o posto de chanceler em junho quando uma carta do príncipe Filipe I de Taranto foi endereçada aos nobres e magnatas acaios.[9]
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Bon, Antoine (1969). La Morée franque. Recherches historiques, topographiques et archéologiques sur la principauté d’Achaïe. Paris: De Boccard
- Longnon, Jean (1969). «The Frankish States in Greece, 1204–1311». In: Wolff, Robert Lee; Hazard, Harry W. A History of the Crusades, Volume II: The Later Crusades, 1189–1311. [S.l.]: University of Wisconsin Press. pp. 234–275