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Blastese

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Fruchtschiefer (uma ardósia) com porfiroblastos de cordierite que cresceram durante um processo de metamorfismo de contacto.

Blastese (grego: βλάστησις, blástēsis; brotar), ou cristaloblastese, designa os processos de cristalizações e recristalizações metamórficas que origina o crescimento (a blastese) dos minerais metamórficos,[1] ou seja a cristalização ou recristalização metamórfica que permite o crescimento no estado sólido de minerais metamórficos ou metassomáticos.[2]

A evolução das rochas metamórficas é marcada por dois processos:[2]

  • A cataclase que corresponde ao quebramento e deformação dos grãos minerais, enquanto no estado frági;
  • A blastese que corresponde à germinação e ao crescimento de minerais da rocha, atingidas determinadas condições termodinâmicas.

Estes dois processos metamórficos podem se suceder e repetir, interagindo para o desenvolvimento de complexas texturas que tendem a apagar as texturas e estruturas anteriores. Nas rochas metamórficas o início de crescimento de um novo mineral (nucleação do mineral), por reação metamórfica, ocorre de forma localizada, enquanto que a cristalização em meio mais isótropo e com maior entropia positiva, como uma solução que se torna progressivamente mais salina ou um magma em resfriamento, ocorre distribuida extensivamente no meio, caracterizando-se, respetivamente, como nucleação heterogénea ou homogénea.[2]

O processo de blastese

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O processo de blastese leva ao surgimento de novos minerais devido aos processos físico-químicos a que a rocha é submetida durante o metamorfismo.[3] As estruturas cristaloblásticas são estruturas que se formam a partir da cristalização durante o metamorfismo,[4] ou seja, enquanto a rocha é remodelada por pressão e calor, mas permanece no estado sólido.[5] O termo blastese, neste sentido, foi introduzido em 1903 pelo mineralogista Friedrich Becke,[6][5] mas num sentido mais lato, o termo foi mais tarde também utilizado para o crescimento de cristais de feldspato em granito, ou seja, numa rocha plutónica,[7] e também para a formação de cristais em rochas de qualquer génese.[5]

Em meados do século XX, foram introduzidos os termos endoblastese e metablastese para distinguir os processos de formação de cristais das rochas ígneas dos processos de metassomatose na formação de cristais nas rochas metamórficas. No entanto, a reconstrução exacta da génese dos cristais não é facilmente perceptível em todos os casos.[8]

Diferenciação das estruturas cristaloblásticas

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Para diferenciar e classificar as estruturas granulares das rochas metamórficas, foram acrescentados à palavra "blástico" vários prefixos de origem latina ou grega. Em primeiro lugar, distingue-se entre estruturas homogéneas (homoblásticas) e não homogéneas (heteroblásticas).[4] Essa classificação deu origem aos seguintes tipos:

  • Estrutura homoblástica — para este tipo de tessitura é feita uma distinção entre:[9][10][4]
    • granoblástico: todos os cristaloblastos exibem uma forma granular e não ocorre uma direção preferencial de crescimento.
    • lepidoblástico: predominam os minerais lepidoblásticos, o que é típico dos filitos.
    • nematoblástico: os minerais estão presentes em forma de pedúnculo, prismático longo, o que é o caso em muitos anfibolitos.
    • fibroblástico: os minerais estão dispostos numa forma fibrosa, o que é relativamente raro; um exemplo é a fibra do amianto.
  • Estrutura heteroblástica — para este tipo de tessitura é feita uma distinção entre microestruturas de granulação irregular:[9][10][4]
    • porfiroblástica: os cristais são significativamente maiores do que os minerais circundantes da matriz; os cristaloblastos pertencem geralmente a um único tipo de mineral, sendo esta forma a estrutura heteroblástica mais importante e mais comum. Esta estrutura é semelhante à estrutura porfirítica dos magmatitos.
    • idioblástica: os minerais atingiram uma forma cristalina ideal, o que nos metamorfitos indica um crescimento tardio; os idioblastos são limitados por superfícies de crescimento cristalográfico.
    • xenoblástico: oposto de idioblástico, significando que os xenoblastos não são limitados por planos de crescimento cristalográficos.
  1. Petrologia metamórfica. Notas de aula do Prof. Manfredo Winge.
  2. a b c Glossário Geológico: «blastese».
  3. Ulrich Sebastian: Gesteinskunde. Ein Leitfaden für Einsteiger und Anwender. 4. Auflage, Berlin 2018, ISBN 978-3-662-55322-0, S. 65.
  4. a b c d R. Abart: Petrologie der Metamorphite. FU Berlin, 2007 (online ).
  5. a b c Stylianos Augustithis: Atlas of the Textural Patterns of Ore Minerals and Metallogenic Processes. de Gruyter, Berlin / New York, 1995, ISBN 3-11-013639-2, S. 64–66 (Google books)
  6. Friedrich Becke: Über Mineralbestand und Struktur der kristallinischen Schiefer. In: Denkschriften der kaiserliche Akademie der Wissenschaften. Wien 1913.
  7. Friedrich Drescher-Kaden: Die Feldspat-Quarz-Reaktionsgefüge der Granite und Gneise und ihre genetische Bedeutung. Springer-Verlag, Berlin/Göttingen/Heidelberg 1948.
  8. Christof Exner: Mikroklinporphyroblasten mit helizitischen Einschlußzügen bei Badgastein. In: Festausgabe zum 50jährigen Bestand der Wiener (seit 1946 Österreichischen) Mineralogischen Gesellschaft. S. 111–130, Springer-Verlag, Wien 1951 (Google books).
  9. a b Siegfried Matthes: Mineralogie. Springer Verlag, Berlin/Heidelberg 1993, ISBN 978-3-540-99507-4, S. 381–388 (Google books).
  10. a b Freie Universität Berlin: Kristalloblastisches Gefüge. In: PETROgraph, Lernportal zum Erde1-Mineral- und Gesteinsbestimmungspraktikum. Abgerufen am 25. Dezember 2018.