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Brasil Paralelo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Brasil Paralelo
Brasil Paralelo
Logo da Brasil Paralelo
Brasil Paralelo
Fundadores e equipe da Brasil Paralelo
Razão social Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S/A
Sociedade anônima
Atividade Produtora audiovisual, cursos, mercadologia digital, promoção de vendas[1][não consta na fonte citada]
Fundação 9 de agosto de 2016 (8 anos)[1]
Fundador(es) Filipe Valerim, Henrique Viana e Lucas Ferrugem
Sede São Paulo (estado) São Paulo, SP
Proprietário(s) Lucas Ferrugem, Henrique Viana, Filipe Valerim
Empregados 100[2]
Faturamento Aumento R$30 milhões(2020)[3]
Website oficial brasilparalelo.com.br

A Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S/A,[4] mais conhecida por seu nome fantasia Brasil Paralelo, é uma empresa[5][6] brasileira fundada em 2016, em Porto Alegre, que produz vídeos sobre política e história, baseando-se e utilizando um viés de extrema-direita[7] e conservador.[8][9]

Surgiu no contexto da onda conservadora no Brasil na década de 2010.[10] A produtora se coloca como uma "conexão com uma realidade paralela"[4] e visa produzir conteúdos que divergem das visões predominantes entre intelectuais e jornalistas brasileiros.[4][10] Segundo a produtora, estas visões são majoritariamente influenciadas pela esquerda.[11][12][13][14] Suas produções apresentam conteúdos que defendem valores da direita política, do cristianismo e de teorias conspiratórias.[11][14][15][16][17][18][19]

Jornalistas e historiadores definiram a empresa como próxima ao governo Bolsonaro,[20][21] e suas produções foram classificadas como tendo um viés político ligado à extrema-direita conservadora,[22] bem como alinhadas às ideias de personalidades brasileiras de tal espectro,[23] como Olavo de Carvalho,[24][25] Jair Bolsonaro[26][27] e Ernesto Araújo.[28] A empresa enfrenta críticas por distorcer fatos,[29][30][31][32] relacionadas à história do Brasil e de Portugal.[18][33][14]

Em 9 de dezembro de 2019, a série Brasil: A Última Cruzada passou a ser exibida na TV Escola, canal de televisão estatal brasileiro vinculado ao Ministério da Educação.[19][34] Esta exibição gerou controvérsia, sendo repudiada pela regional São Paulo da Associação Nacional de História. A associação descreveu o material como "propaganda ideológica de um grupo extremista", alegando que continha "versões mentirosas e negacionistas da história".[35] Por sua vez, a produtora afirma que seus conteúdos são despidos de qualquer ideologia política e rechaça as críticas de acadêmicos e jornalistas, e as citadas no verbete sobre a empresa na Wikipédia,[4] e já fez ameaças judiciais a acadêmicos que publicaram avaliações negativas sobre a empresa.[36]

Em abril de 2021, segundo levantamento da agência Aos Fatos, Brasil Paralelo era o segundo maior canal bolsonarista no Telegram, com oitenta mil inscritos, perdendo apenas para o perfil de Allan dos Santos, do Terça Livre.[37] Conforme ranking do Facebook, a Brasil Paralelo é a empresa brasileira que mais investe em propaganda política naquela plataforma.[2][38]

Histórico

O logotipo da empresa se assemelha à imagem de um disco de acreção de um buraco negro

A empresa[4] foi fundada em Porto Alegre em 2016 por Lucas Ferrugem, Henrique Viana e Filipe Valerim,[11] ex-alunos da Escola Superior de Propaganda e Marketing[14] durante um período caracterizado pela crescente influência do conservadorismo no Brasil.[10] Filipe Valerim afirmou que a empresa surgiu por meio de "um grupo de jovens empreendedores, hoje sócios do projeto, que entendiam que o país estava passando por um momento novo. Diante do cenário político de 2014, com a reeleição de Dilma Rousseff, um despertar de consciência política ganhava cada vez mais força a partir do sentimento de revolta da maioria da população".[39]

Inicialmente, a equipe considerou nomes como Brado, uma palavra do Hino Nacional Brasileiro, e Paralelo 15, referência ao paralelo geográfico que atravessa Brasília. O nome Brasil Paralelo foi inspirado no filme Interstellar (2014), apreciado pelos sócios. Segundo eles, o "nome é uma referência a uma forma de agir, totalmente independente do Estado. Afinal, duas retas paralelas nunca se encontram." O logotipo da empresa, um buraco negro, remete à ideia "de conexão com uma realidade paralela",[4] pois segundo a empresa ela se propõe a produzir conteúdo dissonante das perspectivas de mundo mainstream entre intelectuais e jornalistas brasileiros,[4][10] as quais ela considera dominadas pela esquerda.[11][12][13][14] O logotipo também foi inspirado no filme Interstellar.[4]

Segundo a Brasil Paralelo suas produções são feita de forma independente, apartidária, isenta e com base em um grande acervo informativo analisado por especialistas. Segundo a empresa, todos os recursos provêm da venda de assinaturas, que permitem acesso a conteúdo adicional.[4] O jornal Le Monde Diplomatique Brasil, no entanto, argumenta que, desde sua origem, a produtora esteve ligada a uma série de privilégios na cobertura de personalidades políticas pouco acessíveis a pessoas comuns, além de se beneficiar da facilitação em captar recursos da Agência Nacional de Cinema (Ancine) para a produção de um documentário sobre a eleição de Jair Bolsonaro.[40] Em nota publicada em 15 de fevereiro de 2021 criticando o verbete na Wikipédia em português sobre a empresa, a Brasil Paralelo explicou que "no próprio Le Monde, pode-se encontrar a informação de que Josias Teófilo, de outra empresa, é o responsável pelo dinheiro e pelo filme, e não a Brasil Paralelo."[4]

Em fevereiro de 2017, para o sexto episódio da série de filmes documentários, a empresa colheu 88 depoimentos com formadores de opinião da direita para lançar um filme sobre o impeachment de Dilma Rousseff, como contraponto à versão homônima produzida com apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), focado na narrativa de que o impeachment teria sido um golpe de Estado. O título do episódio sexto foi Impeachment - Do apogeu à queda, cujo lançamento oficial ocorreu em 21 de março de 2017 em São Paulo e Porto Alegre.[41] Na capital paulista, a estreia se deu no Cinemark Metrô Santa Cruz, seguido de um debate ao vivo com Henrique Viana, Ícaro de Carvalho, Luiz Philippe de Orléans e Bragança, Hélio Coutinho Beltrão e Joice Hasselmann. Na capital gaúcha, a estreia ocorreu no Cinemark Barra Shopping Sul e, após a exibição, houve debate com Lucas Ferrugem, Felipe Moura Brasil, Guilherme Macalossi e Diego Casagrande. No dia seguinte foi realizado o seminário "O que esperar de 2017", na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com a presença do jornalista e arquiteto Percival Puggina, do diplomata Paulo Roberto de Almeida e do deputado Marcel van Hattem, no qual foram debatidos as atividades da Brasil Paralelo.[41]

Em abril de 2017, a empresa participou da trigésima edição do Fórum da Liberdade. O evento é promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e aconteceu no Centro de Eventos da PUC/RS com palestras de João Doria Jr., Pedro Malan, Eduardo Giannetti, Luiz Felipe Pondé, dentre outros. Nesse evento, os representantes da Brasil Paralelo expuseram, no salão Unconference, o trabalho da entidade na produção de conteúdo e como alternativa de mídia independente.[33]

No início de 2017, a produtora contava com mais de cinco mil assinantes. Em apenas seis meses de existência, a empresa faturou mais de 1,5 milhão de reais, conforme noticiado no jornal O Estado de S. Paulo, dado que foi contestado por seus fundadores.[14][24] A empresa declara que seu faturamento tem origem na venda de cursos e conteúdos exclusivos a assinantes e na monetização dos vídeos enviados ao YouTube; ao mesmo tempo, afirmou que seus documentários são gratuitos.[22] Em setembro de 2020, informou que essa última fonte de renda não estava mais em funcionamento, tendo todo seu faturamento na venda de cursos e conteúdos a assinantes.[22]

Em 28 de setembro de 2019, a empresa assinou contrato com a TV Escola, canal de televisão estatal vinculado ao Ministério da Educação.[34] Com validade de três anos, o contrato autorizou a cessão gratuita e não exclusiva pela empresa dos direitos de exibição de uma de suas séries para o canal.[34] Assim, em 9 de dezembro de 2019, a série Brasil, a Última Cruzada começou a ser exibida na TV Escola.[19] A exibição foi criticada em nota de repúdio emitida pela regional São Paulo da Associação Nacional de História (ANPUH-SP) que classificou o material como "uma peça de propaganda ideológica de um grupo extremista", contendo "versões mentirosas e negacionistas da história", sem amparo na historiografia nacional e internacional.[35]

Segundo levantamento da agência Aos Fatos publicado em 4 de fevereiro de 2021, a Brasil Paralelo é o segundo maior canal bolsonarista no Telegram, com oitenta mil inscritos, perdendo apenas para o perfil de Allan dos Santos, do Terça Livre. O canal, no entanto, foi o único dos vinte estudados que apresentou no mês de janeiro daquele ano redução no número de visualizações e de mensagens publicadas.[37]

Entre os dias 18 e 24 de maio de 2021, a Brasil Paralelo gastou 104,4 mil em propaganda no Facebook e no Instagram. Desde 2020 até esta data, foram mais de 3,3 milhões de reais investidos em marketing, que a própria empresa classifica como político, no Facebook. Somados, os anúncios chegam a mais de 24 mil.[2]

Produção

Historiadores consideram 1964: O Brasil entre Armas e Livros (capa) um exemplo de negacionismo e distorção da história da ditadura militar,[18][42][43] apesar de a própria discordar.[44]

A série Congresso Brasil Paralelo foi a primeira produção da empresa e foi feita a partir de depoimentos em vídeo de personalidades do conservadorismo brasileiros, como Hélio Beltrão, Olavo de Carvalho, Janaina Paschoal, Luiz Philippe de Orléans e Bragança, Luiz Felipe Pondé, Lobão, Rodrigo Constantino, Joice Hasselmann e Jair Bolsonaro.[45] Sucedendo Congresso Brasil Paralelo, foram lançados os episódios de Brasil: A Última Cruzada entre 2017 e 2018.[22] Uma análise do discurso do conteúdo apresentado no segundo capítulo da série constatou a divulgação de ideias milenaristas e teorias da conspiração, apresentando um conteúdo político-ideológico e revisionista disfarçado de histórico. A análise foi feita em junho de 2018 pelo professor de história Roldão Carvalho Pires e comunicadora social Mara Rovida, da Universidade de Sorocaba.[46] Em 9 de dezembro de 2019, a série passou a ser exibida no canal de televisão estatal TV Escola.[19]

Com estreia em 21 de agosto de 2018, O Teatro das Tesouras abordou bastidores de sete eleições presidenciais do Brasil após o fim da Ditadura Militar instaurada pelo golpe civil-militar de 1964. Intitulada em alusão ao lema do segundo governo de Dilma Rousseff ("Brasil: Pátria Educadora"), Pátria Educadora: A Trilogia fez críticas à educação no Brasil e a Paulo Freire em três episódios.[47][48]

De 2019, o lançamento do documentário 1964: O Brasil entre Armas e Livros na rede de salas de cinema Cinemark foi cancelado em função de protestos contra a relativização da repressão e tortura do Estado durante a ditadura militar brasileira.[22] O Cinemark afirma que a exibição foi um erro e não autoriza mídia partidária e eventos de cunho político.[49] O historiador e professor de literatura comparada, João Cezar de Castro Rocha, no entanto, afirma, em sua coluna na revista Veja, que "o documentário não apoia a ditadura e condena explicitamente a tortura", embora também afirme que a premissa do filme "favorece a explicação de processos complexos por meio de teorias conspiratórias" e dá "amparo à política beligerante de Jair Bolsonaro".[50] Rocha também comparou o papel da produtora na ascensão do Bolsonarismo à participação do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais no preparo do Golpe de Estado no Brasil em 1964.[51]

No segundo semestre de 2020, lançou dois documentários.[22] Os Donos da Verdade buscou defender falas de Abraham Weintraub por meio do argumento da liberdade de expressão, enquanto que 7 denúncias: as consequências do caso Covid-19 direcionou críticas à medida do distanciamento físico no combate à pandemia de COVID-19 e seus formuladores e disseminadores.[22] As duas produções motivaram a observação de adesão pela Brasil Paralelo à "tropa de choque digital do presidente" Jair Bolsonaro, expressa pelo jornalista Fábio Zanini.[22][52]

Em 2021, o grupo lançou o documentário Cortina de Fumaça, em que exalta o agronegócio brasileiro, critica ONGs ambientais, nega os dados atestados pela ciência sobre o desmatamento da Floresta Amazônica, classificando-o como alarmismo e acusa a antropologia de esquerda de instrumentalizar a questão indígena.[53][54][55] Propondo-se a apresentar "uma visão inédita e destoante das narrativas enviesadas a que estamos acostumados",[56] o filme se aproxima da retórica de direita, faz referências às ONGs ambientalistas como vilãs e as descreve como grandes corporações voltadas a montar esquemas de financiamento internacional e se beneficiar do orçamento brasileiro.[53][54] Segundo o sócio Lucas Ferrugem a mensagem do filme é que "o meio ambiente brasileiro não está em risco" e que o Brasil "pode ser peça fundamental na paz do mundo" através de produção de alimentos. Ele também nega a existência do consenso científico sobre mudanças climáticas.[57] A produção conta com comentários de personalidades como Alysson Paulinelli, Aldo Rebelo, Marcelo Xavier, presidente da Fundação Nacional do Índio, Damares Alves e Patrick Moore, fundador e ex-presidente do Greenpeace.[56] Desde novembro de 2021, a peça está disponível em inglês.[56]

A Brasil Paralelo produziu diversas séries de documentários, entre elas estão:[58]

  • Congresso Brasil Paralelo (2016)[59]
  • Brasil: A Última Cruzada (2017)
  • O Dia Depois da Eleição (2018)
  • O Teatro das Tesouras (2018)
  • Era Vargas: o crepúsculo de um ídolo (2018)
  • 1964: O Brasil entre Armas e Livros (2019)[22]
  • Pátria Educadora: A Trilogia (2020)
  • 7 Denúncias: As Consequências do Caso Covid-19 (2020)[22]
  • Os Donos da Verdade (2020)[22]
  • O Fim das Nações (2020)
  • Os 11 Supremos (2020)
  • As Grandes Minorias (2020)
  • Especial de Natal 2020 (2020)
  • A Queda Argentina (2021)
  • A Primeira Arte (2021)
  • Cortina de Fumaça (2021)

Gastos com publicidade

Uma pesquisa realizada na Biblioteca de Anúncios da rede social Facebook mostrou que a Brasil Paralelo, juntamente com a BP Select, que é sua plataforma de vídeos, gastou entre os meses de abril e maio de 2022 cerca de R$ 1,3 milhão em 3.789 anúncios nas redes sociais Facebook e Instagram, estabelecendo uma lista das 10 maiores anunciantes nessas redes e principalmente nos tópicos "temas sociais, eleições ou política"; a Brasil Paralelo lidera em gastos em 22 das 27 unidades federativas do país, perdendo em alguns estados apenas para políticos locais.[60]

No dia 23 de junho de 2022, a Google publicou relatório de transparência, que reúne mais de 1,500 anúncios que circulam pela plataforma e sites que usam o Google AdSense nos últimos oito meses. A Brasil Paralelo gastou R$ 368 mil em 647 produtos na plataforma, se classificando como a entidade brasileira com maior gasto com propaganda política. O estado que mais recebeu as propagandas foi São Paulo. A Brasil Paralelo respondeu dizendo que não está vinculada a nenhum partido, portanto não se trata de propaganda política. Por isso, pediu para que o Google corrija o relatório.[61] Em resposta, a Google afirma que aplica suas regras sem critérios políticos e que há processos de contestação para caso os clientes não concordem com a classificação dos anúncios.[62]

Roseann Kennedy, colunista do Estadão, noticiou em outubro de 2023 que a produtora gastou cerca de R$ 9,8 mil para divulgar um documentário favorável a Javier Milei, então candidato à presidência na Argentina, sendo reproduzido cerca de 1,7 milhão de vezes.[63]

Crítica especializada

Historiadores criticaram a empresa pelo conteúdo negacionista e anti-intelectualista[64] de seus vídeos, por distorcerem fatos históricos como a ditadura militar, a escravidão e a colonização do Brasil e disseminarem teorias conspiratórias e negacionistas[65][66][67][68] promovidas por Olavo de Carvalho,[24][25] Jair Bolsonaro[26][27] e Ernesto Araújo.[28] Especialistas apontaram também que o conteúdo dos vídeos tem cariz ciberativista[69][70][71][51][72] e distorce o passado[42][43] com o viés da direita política, especificamente da nova direita e do cristianismo,[33][14][73][19][24][11][70] e classificaram o discurso de alguns documentários como milenarista e conspiracionista.[46][28][24][11] As posições da Brasil Paralelo em relação à ditadura militar, tratando o golpe sofrido por João Goulart em 1964 como uma ameaça comunista, também são consideradas exageradas por quase a totalidade dos acadêmicos.[3]

Paulo Pachá, professor de história medieval da Universidade Federal Fluminense, apontou que o documentário Brasil: A Última Cruzada tem ideologias da extrema-direita em publicação na Pacific Standard, declarando em uma parte: "Ao retratar a Idade Média europeia como o verdadeiro passado da nação, a extrema-direita brasileira branqueia tanto sua própria história verdadeira quanto a crueldade de sua prática política contínua, especialmente (mas não apenas) a persistência de racismo ativo, misoginia, homofobia e intolerância religiosa."[74] Em texto na Agência Pública, escreve: "A primeira coisa é entender qual é o papel da Cruzada ou dessa nova Cruzada no pensamento da extrema-direita, que é semelhante no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. Isso vem aparecendo de maneira congruente, o que é um pouco assustador.[75]

Em dezembro de 2019, o filósofo Paulo Ghiraldelli definiu a Brasil Paralelo como "a produtora de Olavo [de Carvalho]", ideólogo da nova direita brasileira, e disse que se tratava de aparelhamento ideológico. Também criticou a qualidade do conteúdo: "O nível é de terraplanismo para além, com direito a campanhas de antivacinação e a conversão da História do Brasil em disciplina sem pé nem cabeça."[76]

Sobre a exibição na TV Escola da série Brasil: a última cruzada, a regional São Paulo da Associação Nacional de História (ANPUH-SP) emitiu nota conjunta com docentes e estudantes da Universidade de São Paulo, no qual classificou o material como "uma peça de propaganda ideológica de um grupo extremista", contendo "versões mentirosas e negacionistas da história", sem amparo na historiografia nacional e internacional.[35]

Em maio de 2020, o Le Monde Diplomatique Brasil também classificou o material produzido como extrema-direita, dizendo: "Considerá-la como produtora de mitos evidencia não apenas os mecanismos de sua atuação, mas também a função que ela cumpre no arco maior de forças que são coligidas no pacto bolsonarista-olavista, do qual faz parte."[40] O historiador Ítalo Nelli Borges apontou propaganda política no conteúdo da empresa: "Ao atuar fora dos ambientes educacionais institucionalizados, o Brasil Paralelo leva isto à risca com muita habilidade propagandística para o seu público alvo [...]".[18]

Em 2021, a produtora negou apresentar qualquer ideologia política e afirma já ter criticado "absolutamente todos os grupos políticos da história do Brasil".[4] Também explica que entrevista personalidades de esquerda, explicando: "As entrevistas são escassas, mas o que muitos podem não saber é que os autores considerados 'de esquerda' são lidos".[4]

Acusações de notícias falsas

Agências de checagem de fatos identificaram a transmissão de notícias falsas em dois vídeos lançados próximos às eleições presidenciais de 2018 sobre as urnas eletrônicas brasileiras.[29][30]

Em outubro de 2018, durante as campanhas das eleições gerais, o grupo publicou um vídeo no YouTube. Um homem identificado como Hugo Cesar Hoeschl afirmou que "estudos internacionais indicam que a probabilidade de fraude na última eleição presidencial foi de 73,14%". Essa informação foi considerada falsa. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu uma nota desmentido o que foi informado no vídeo, onde afirmou que "não há registro [...] de que o autor do vídeo tenha participado de qualquer evento de auditoria e transparência, a exemplo dos testes públicos de segurança realizados pelo TSE e da apresentação dos códigos-fonte".[29][30]

Ainda quando das campanhas de 2018, especialistas desmentiram a acusação da Brasil Paralelo de que houve fraude nas urnas das eleições de 2014 no Brasil. A acusação teve como base a Lei de Benford, porém, o Projeto Comprova checou a acusação e a desmentiu, apontando que a Lei de Benford por si só não é suficiente para provar irregularidades. Não obstante, o vídeo da Brasil Paralelo já contava aproximadamente dois milhões de visualizações na época em que a checagem foi publicada.[30]

Em 2020, após denúncia do movimento Sleeping Giants, a produtora foi removida da plataforma de pagamentos Hotmart, perdendo uma de suas formas de monetização.[20]

Em abril de 2021, a Brasil Paralelo publicou no Facebook que a Universidade de Oxford estaria considerando retirar "partituras clássicas de Beethoven, Mozart e Bach dos cursos de música por serem 'muito coloniais'". A publicação era acompanhada de uma imagem que sugeria que esses compositores seriam "cancelados". A agência de verificação de fatos Observador classificou o conteúdo como "enganador" e explicou que a Universidade de Oxford tem a intenção de oferecer uma "gama mais ampla de música não ocidental" a seus estudantes, mas não planeja retirar compositores clássicos europeus dos cursos.[32]

Em agosto de 2021, a CPI da COVID-19 solicitou a quebra de sigilo bancário e telemático da Brasil Paralelo, da rádio Jovem Pan e de blogueiros e sites bolsonaristas.[77][78] O objetivo é verificar se os veículos receberam dinheiro, público ou privado, para divulgar notícias falsas sobre a pandemia.[79] Posteriormente, o ministro Gilmar Mendes restringiu o acesso aos dados bancários e fiscais da empresa, sob a justificativa de que o acesso a materiais de datas anteriores à pandemia extrapolariam os objetivos da comissão.[80]

Em outubro de 2022, o TSE, por 4 votos a 3, mandou excluir vídeos da Brasil Paralelo criticando o ex-presidente Lula, pois seria "desordem informacional". Para Alexandre de Moraes, o conteúdo cairia em "duas novas modalidades de desinformação": a primeira seria "juntar a manipulação de premissas verdadeiras", e a segunda o uso de mídia para espalhar notícias falsas.[81]

Proximidade à mídia pró-governo Bolsonaro

Em entrevista à revista Piauí, Henrique Viana, um dos fundadores da empresa, afirmou: "A gente costuma dizer que nós não somos bolsonaristas – o Bolsonaro é que é ‘paralelista’.”[2]

Apesar de autodenominar-se mídia independente e desvinculada de partidos políticos,[82][24] a Brasil Paralelo obteve acesso privilegiado na posse presidencial de Jair Bolsonaro[83] e também à veiculação de uma de suas séries pelo canal estatal TV Escola durante o governo desse presidente,[27][34][84][85] além de receber amplo apoio de Eduardo Bolsonaro através de sua conta no Facebook divulgando vídeos e planos de assinatura.[20] De acordo com Henrique Viana, sócio da empresa, suas visões conservadoras, embora compartilhem da narrativa do governo em algumas questões, não são sempre coincidentes com a de Jair Bolsonaro.[3]

Em janeiro de 2019, as condições de trânsito livre na posse do presidente Jair Bolsonaro foram concedidas à Brasil Paralelo, Terça Livre TV, Conexão Política, enquanto jornalistas de vários veículos relataram limitações ao trabalho de cobertura jornalística da posse, inclusive quanto à alimentação, banheiro e acesso a autoridades e fontes.[83]

Em março de 2019, após ouvir especialistas, a Deutsche Welle noticiou o Brasil Paralelo ao lado de outros revisionistas históricos no artigo "O negacionismo histórico como arma política": "Teses deste revisionismo foram condensadas numa série de documentários produzidos por um canal simpático à extrema-direita e à linha de pensamento de Olavo de Carvalho no Youtube. Em seus vídeos, o grupo Brasil Paralelo alega querer apresentar uma História "livre de narrativas ideológicas", porém, segundo historiadores ouvidos pela DW Brasil, faz justamente o contrário ao não mencionar as fontes de onde vieram as informações citadas pelo narrador."[86]

Em abril de 2019, a rede de cinema Cinemark retirou de cartaz 1964: O Brasil entre Armas e Livros dizendo que não se envolve com "questões político-partidárias [...] não autorizamos em nossos complexos divulgação de mídia partidária tampouco eventos de cunho político [...] não apoiamos organizações políticas ou partidos." Houve manifestantes em rede social pedindo boicote à Cinemark.[87] Escrevendo para a revista Piauí, Eduardo Escorel disse que uma das produções da Brasil Paralelo é propaganda política didática: "1964: O Brasil entre Armas e Livros não é propriamente um filme; parece mais uma versão atualizada das conferências feitas na época do cinema silencioso para financiar as incursões de exploradores e viajantes por terras distantes e exóticas."[88]

Em maio de 2019, um monitoramento de perfis das redes sociais feito pela Agência Pública listou a Brasil Paralelo como "parte de sites alternativos de apoio ao governo Bolsonaro" ao lado do Terça Livre, Senso Incomum, Conexão Política, Reaçonaria e Renova Mídia. O monitoramento foi feito para entender como um grupo de 54 simpatizantes de Olavo de Carvalho tentam influenciar a agenda da educação do governo.[21] Em 25 de junho de 2019, a empresa teve seu direito de resposta publicado pelo jornal O Globo, uma vez que foi concedido pela 6ª Vara Cível de Porto Alegre por causa da acusação de caráter difamatório presente em texto publicado pelo jornal no início daquele ano sobre o filme 1964 – O Brasil entre Armas e Livros produzido pela empresa.[89]

No segundo semestre de 2020, lançou dois documentários.[22] Os Donos da Verdade buscou defender falas de Abraham Weintraub por meio do argumento da liberdade de expressão, enquanto que 7 denúncias: as consequências do caso Covid-19 direcionou críticas à medida do distanciamento físico no combate à pandemia de COVID-19 e seus formuladores e disseminadores.[22] As duas produções motivaram a observação de adesão pela Brasil Paralelo à "tropa de choque digital do presidente" Jair Bolsonaro, expressa pelo jornalista Fábio Zanini.[22][52]

Em relação aos lançamentos de Os Donos da Verdade e 7 denúncias: as consequências do caso Covid-19, o jornalista Fábio Zanini criticou a menor qualidade da produção e a proximidade com as as ideias de Bolsonaro e comparou a produtora ao canal Terça Livre: "Desta vez, a produtora parece ter assumido seu papel na tropa de choque digital do presidente, talvez porque precise energizar sua base de assinantes. Poderia ser um documentário feito pelo canal Terça Livre, e não apenas pelo tom, mas também em razão da qualidade."[52]

Em reportagem publicada em 28 de setembro de 2020, O Estado de S. Paulo define a empresa de "'Netflix' dos bolsonaristas".[20] Na mesma reportagem, Lucas Ferrugem, sócio da empresa, declarou que a Brasil Paralelo não tem relação com Eduardo Bolsonaro nem com as pautas do governo, embora tenha simpatia por Bolsonaro e se sinta representado em algumas pautas.[20] Em reportagem da revista Piauí de 27 de maio de 2021, Henrique Viana, sócio da empresa, explicou: "A gente costuma dizer que nós não somos bolsonaristas – o Bolsonaro é que é 'paralelista'".[2]

Ao investigar sobre os documentários Cortina de fumaça e A esperança se chama liberdade, a Agência Pública mostrou que novamente o Brasil Paralelo se aproximou do governo Bolsonaro, e também recebeu investimento de um ruralista que apoiou em fiscalização contra uso de mão de obra escravizada. O Brasil Paralelo acabou por reportar informação falsa ao divulgar na própria plataforma as declarações da entrevista de Marcelo Xavier, o atual presidente da Funai. Na entrevista, Xavier alegou que são causadas poucas mortes indígenas em conflitos agrários, o que contradiz o levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que registrou recorde de assassinatos de indígenas sob o governo Bolsonaro. O documentário também foi promovido no site da Funai com a manchete: "Documentário destaca importância do desenvolvimento sustentável para a autonomia indígena". Marcelo Xavier chamou o trailer do documentário de "emocionante" e usou o vídeo para legitimar os esforços da "Nova Funai". O documentário também foi divulgado por políticos governistas, como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL). De acordo com fontes ouvidas pela Agência Pública, "a presença de fontes de diferentes governos e partidos é utilizada pelos produtores como prova de que o documentário une visões e ideologias distintas (...) porém, a narrativa é a mesma de bolsonaristas e ruralistas."[90]

No inquérito iniciado para investigar a organização de atos antidemocráticos no STF foram encontradas anotações de 2019 do blogueiro Allan dos Santos, dono do portal Terça Livre, com diretrizes e estratégias que foram apontadas por Olavo de Carvalho para políticos e influenciadores bolsonaristas. Nas notas, Allan dos Santos listou "documentários da Brasil Paralelo" como uma das demandas a serem feitas para a Secretaria de Comunicação do Governo (Secom), mas até o momento, as investigações não avançaram.[90]

Em agosto de 2021, a CPI da COVID-19 solicitou a quebra de sigilo bancário da Brasil Paralelo e de outros veículos bolsonaristas.[77] Ao ser acusada de disseminar notícias falsas, a Brasil Paralelo se comparou ao veículo de mídia Jovem Pan e posteriormente solicitou a suspensão da quebra de sigilo financeiro.[91] A justificativa do requerimento de quebra de sigilo acuso o grupo de ter influenciado "fortemente na radicalização política adotada pelo Palácio do Planalto, interferindo e influenciando ações políticas por meio da divulgação de informações falsas em redes sociais".[78] O objetivo é verificar se os veículos receberam dinheiro, público ou privado, para divulgar notícias falsas sobre a pandemia.[79]

Ideologia no processo seletivo

A Brasil Paralelo se diz livre de "amarras ideológicas", porém, no processo seletivo, a empresa testa os posicionamentos dos candidatos com afirmações como "cientificamente falando, é impossível nascer homossexual", "Jesus é a verdade revelada e sobre isso não há discussão", "Não se pode confiar nas corporações para proteger voluntariamente o meio ambiente, elas precisam de regulação" ou "é um absurdo que em pleno século XXI a humanidade ainda não tenha se unido para salvar o meio ambiente", dentre outras. Os candidatos devem afirmar se concordam ou não com as afirmações.[90]

Críticas à Wikipédia

Quadro de vídeo veiculado no YouTube pela empresa criticando a Wikipédia pela forma como a descreve.[58]

Em setembro de 2020, o advogado da empresa, identificado como Fmdonadel[a] na Wikipédia em português, solicitou na página de discussão do verbete que o conteúdo fosse alterado e sugeriu substituir o conteúdo por uma versão fornecida por ele, já que entendia que o artigo trazia informações inverídicas e "escritas para denegrir a imagem da empresa". Segundo ele, a Brasil Paralelo é "absolutamente independente, apartidária, despida de viés ideológico".[22] O verbete sobre a empresa estava protegido,[b] isto é, contas recém-criadas estavam impedidas de editá-lo. Lucas Ferrugem, um dos fundadores da empresa, classificou o verbete como "absurdo e difamatório" e explicou que a produtora tentara colaborar na página da Wikipédia, mas "não podia mais editar, corrigir informações e submeter fontes novas" e que por isso seu escritório jurídico teria entrado em cena.[22] Henrique Viana, outro fundador da empresa, declarou no Gazeta do Povo: "A página da Wikipédia sobre a Brasil Paralelo tornou-se um repositório de notícia falsa e narrativas ideológicas [...] Somos uma empresa de mídia, privada e 100% independente, orientada à busca da verdade e contrária à ideologização em produção de conteúdo".[10]

Em 15 de fevereiro de 2021, a redação da produtora emitiu pronunciamento explicando não ser uma farsa, conforme propagado em diversos meios tanto jornalísticos como acadêmicos, criticou o verbete na Wikipédia sobre a empresa e rebateu críticas de professores de história, jornalistas e membros de partidos políticos. Na nota, a produtora rechaça as classificações de empresa de extrema-direita, anti-intelectualista, negacionista, ciberativista, milenarista e revisionista.[4][c]

Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. um dos fundadores relata ter posteriormente entrado em contato com colaboradores da Wikipédia e uma consultoria para entender melhor as dinâmicas do site e que a partir de então teriam passado a fornecer informações descritivas e referências para alterar as informações lá contidas, que considerava inadequadas. Segundo os fundadores, os dados citados na Wikipédia geraram desconfianças e até mesmo dificuldades contratuais em serviços e contatos com entrevistados. Na entrevista, a empresa ainda relata que houve melhorias no artigo a partir da intervenção de um editor, que sequer seria de direita, e a empresa está mais bem retratada, mas o artigo ainda estaria "muito longe do ideal".[92]

Em outubro de 2020 a produtora abriu um processo contra a Wikimedia Foundation por danos morais, além de requisitar informações sobre um editor. O processo foi arquivado em março de 2022 por desistência do autor.[93]

Parceria com a G10 Favelas

Em outubro de 2021, o Brasil Paralelo fechou uma parceria com a G10 Favelas, grupo que reúne as dez maiores comunidades do Brasil, para que os filmes fossem exibidos no cineclube. Além disso, foram distribuídas 500 bolsas para acesso ao conteúdo exclusivo do site, incluindo acesso ao BP Select e ao plano Escola da Família, que prepara os bolsistas para a vida familiar, desde o matrimônio até o cuidado com os filhos. A G10 Favelas foi importante para a mitigação da pandemia de COVID-19 nas comunidades, promovendo o distanciamento social e o uso de máscaras, algo que é negado pelos documentários do Brasil Paralelo. Gilson Rodrigues, presidente da associação, justifica a parceria dizendo que "quem tiver filmes melhores, a gente quer. Filmes ruins também. A gente quer tudo. A gente quer ter acesso a tudo para se informar". A primeira exibição ocorreu seguida de um debate.[94] Atualmente, a G10 Favelas está atuando para atrair investimentos para as comunidades, que são chamadas pejorativamente de "mina de ouro". Por isso, foi criticado pela parceria com a produtora. Porém, Gilson se defende dizendo que a iniciativa nasceu por pedido de um morador. Também diz que não sabe quem é Olavo de Carvalho e que defende o uso de vacinas.[95]

Quebra contratual e acusação de terrorismo

Em 2022, Alexandre Sugamosto e Silva e Uriel Irigaray Araújo entraram com uma ação contra danos morais afirmando que um dos diretores do Brasil Paralelo os acusou de terrorismo. Também afirmam que seus cursos gravados sobre René Guénon, Frithjof Schuon e Julius Evola para a empresa nunca foram publicados, tipificando quebra de contrato. Eles pedem uma indenização de R$ 30 mil. O caso começou quando uma pessoa teria informado a empresa da ligação de ambos com entidades terroristas.[96]

Alexandre e Uriel possuem ligações com o movimento Nova Resistência, que propaga os ideais de Alexandr Dugin, ideólogo de Vladimir Putin. Araújo traduz textos de Dugin, e Uriel já foi convidado por integrantes da Nova Resistência a dar uma palestra. Ambos já entrevistaram Dugin no YouTube no dia 23 de dezembro de 2020.[96]

A defesa do Brasil Paralelo afirma que Alexandre e Uriel foram pagos para gravar o conteúdo, mas não há nenhuma obrigação contratual de publicá-lo. Afirma ainda que o material gravado não é compatível com o tema das produções da plataforma.[96]

Filme não-licenciado

Em 2023, o Brasil Paralelo anunciou o lançamento de um filme baseado em Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz, do escritor britânico C. S. Lewis.[97] Após a Revista Piauí questionar sobre o licenciamento em 17 de agosto do mesmo ano, a produtora passou a retirar menção ao escritor do material de marketing e a distribuidora Paris Filmes retirou o filme do calendário de lançamentos.[98]

55chan e Nubank

Em junho de 2024 foi revelado que Konrad Scorciapino, um dos principais executivos da Brasil Paralelo, foi um dos fundadores do 55chan, um fórum anônimo de discussões online que ganhou notoriedade por abrigar conteúdo enquadrável como criminoso.[99][100][101] Scorciapino era um engenheiros de software mais destacados da Nubank e responsável pelo aplicativo da fintech, tendo sido exposto em 2016 por uma publicação xenofóbica que havia feito nas redes sociais. Segundo o jornal The Intercept, a empresa teria atuado para acobertar o caso e o manteve no cargo por quase dois anos.[102]

From the River to the Sea

Em outubro de 2024, a Brasil Paralelo lançou em seu canal no YouTube e em sua plataforma de streaming o documentário intitulado From the River to the Sea, abordando o conflito Israel-Palestina e a Guerra Israel-Hamas em curso desde 2023. O jornalista Ivan Finotti criticou o documentário, dizendo que, apesar de no seu marketing, a organização insistir que se tratava de um documentário que abordaria o conflito de maneira imparcial, a produção possuía um viés fortemente pró-Israel. Finotti também sugere que o material poderia incitar a islamofobia e o racismo anti-árabe, se utilizando de teorias conspiratórias como a Grande Substituição, e promovendo a crença de que muçulmanos supostamente teriam um "plano para tomar o Ocidente".[103]

Ver também

Notas

  1. A conta realizou duas edições nos dias 15 e 27 de julho de 2020: 58772978] e 58881656].
  2. Proteger uma página é uma medida extrema, reservada normalmente aos casos nos quais a discussão não surte mais efeito. Para mais informações, veja Wikipédia:Página protegida.
  3. No dia que a nota foi publicada, a versão do artigo era esta.

Referências

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Fontes

Artigos científicos

Livros

Teses

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Outros

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