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Cálice de São Geraldo

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O cálice com um cofre de marfim

Peça única de ourivesaria anterior ao Românico, o denominado Cálice de São Geraldo em prata dourada, contrariamente ao nome, nem é um cálice nem foi uma encomenda do bispo São Geraldo. Na verdade o cálice, é um copo de mesa, encomendado um século antes, por volta do ano mil, por Mendo Gonçalves e Dona Toda, condes do condado portucalense.[1] Na base do copo temos a inscrição: "In N (omi)ne D(omi)ni Menendus Gundisalvi Et Tuda D(o)mna Sum."[2] D. Mendo Gonçalves neto de Mumadona Dias foi tetravô de D. Afonso Henriques, pela linhagem da mãe Dona Teresa de Leão.[1]

O copo é decorada com uma gavinha circundante, Leões e águias estão representados nas quatro áreas redondas. O fuste, perfurado por arcos em ferradura apresenta claramente uma influência moçárabe.

Ele é acompanhado dum cofre de marfim também moçárabe, da mesma época, talvez oriundo de Córdova, com uma inscrição em árabe em parte apagada: " Em nome de Deus. A bênção de Deus, felicidade e fortuna seja com o hágibe Seifadaula, glorifica-o Deus! por ter mandado fazer esta obra ao seu servidor... amarita"[3] [2] O conjunto exposto no Museu da Sé de Braga, é um símbolo de uma convivência nem sempre belicosa entre cristãos e árabes na Península Ibérica dos séculos X-XI.[1]

Cálice de São Geraldo.

Prata dourada, cinzelada e estampada, 11 x 7 (diâmetro da copa) x 7 cm. (diam. da base).

Datável de 1004 a 1008.

Inscrição: In N (omi)ne D(omi)ni Menendus Gundisalvi Et Tuda D(o)mna Sum., falecido em 1008.

Oficina Moçárabe.

Referências

  • Nos Confins da Idade Média, catálogo Europália 91 - Portugal, Gent, Setembro de 1991 a Janeiro de 1992, pp. 106 a 108, n.º 5.
  • Hans-Peter Burmeister: Portugal: römische Villen, manuelinische Klöster und Museen der Moderne zwischen Lissabon und Porto, Minho und Algarve. DuMont, Köln 2001, ISBN 3-7701-4416-3, S. 269.

Ligações externas

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