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Cagu

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(Rhynochetos jubatus)
Fotografia de um cagu (Rhynochetos jubatus) tirada por Scott Meyer na Nova Caledônia.
Fotografia de um cagu (Rhynochetos jubatus) tirada por Scott Meyer na Nova Caledônia.
Ilustração do cagu (Rhynochetos jubatus) por P. Wytsman: Genera Avium (1913).
Ilustração do cagu (Rhynochetos jubatus) por P. Wytsman: Genera Avium (1913).
Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
(sem classif.) Eurypygimorphae
Ordem: Eurypygiformes
Família: Rhynochetidae
Carus, 1868[1]
Género: Rhynochetos
Espécie: R. jubatus
Nome binomial
Rhynochetos jubatus
Verreaux & Des Murs, 1860[2]
Ilustração de um cagu (Rhynochetos jubatus), final do século XIX.
Distribuição geográfica
Mapa da Nova Caledônia com a ilha de Grande Terre, habitat do cagu (Rhynochetos jubatus).
Mapa da Nova Caledônia com a ilha de Grande Terre, habitat do cagu (Rhynochetos jubatus).
Sinónimos
Kagu[3]

O cagu[4] (Rhynochetos jubatus[5]; em francês denominada kagou huppé[6] ou cagou[7]; em inglês e alemão: kagu, seu nome nativo)[2][3][5] é uma ave da família Rhynochetidae, endêmica da ilha de Grande Terre, no arquipélago da Nova Caledônia; situado na Melanésia, Oceania; sendo sua ave nacional e adotada como emblema em sua terra[8][9], habitando densas florestas de montanha entre os 100 a 1.400 metros de altitude.[5][7] Foi classificada em 1860, por Verreaux & Des Murs[2], e está listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie em perigo[5], sendo muito abundante no passado[4] e quase extinta, no século XIX, por suas penas de crista, apreciadas pelos criadores de extravagantes chapéus femininos dos anos c.1870–1910[9], além de ter seu habitat ameaçado por espécies invasoras.[8]

Esta é a única espécie atual da monotípica família Rhynochetidae e do gênero Rhynochetos[10], acrescido da extinta Rhynochetos orarius[7]; antes pertencentes aos Gruiformes[9] e atualmente colocadas na ordem Eurypygiformes, juntamente com o pavãozinho-do-pará.[11] Possui "calos nasais", estruturas que cobrem suas narinas e que não são compartilhadas por nenhuma outra ave. Tais estruturas deram à espécie o seu nome genérico, Rhynochetos, que é derivado do grego: rhyno, que significa nariz, e chetos, que significa milho.[7]

Trata-se de uma espécie de coloração uniforme, semelhante a uma garça e do tamanho de uma galinha (cerca de 50 centímetros), com plumagem cinza-pérola-esbranquiçada (conhecida localmente como o "fantasma da floresta"), pernas e bico laranja-avermelhado, ligeiramente curvo, e olhos de íris vermelha; com uma crista em sua cabeça, similar à de uma cacatua, e com listras enegrecidas nas pontas de suas asas. Suas penas formam um , que limpa e impermeabiliza o cagu em seu habitat úmido e insular.[4][8][9][7][10][12][13][14]

Vocalização

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Com uma variedade de notas ásperas e estridentes[10], os sons feitos pelo cagu podem ser ouvidos a mais de um quilômetro de distância[8] e são diferentes para os machos e fêmeas, podendo lembrar um canto de galo ou o latido de um cão; mas a vocalização da fêmea é mais curta e rápida que a do macho. Pares cantam um dueto, no início da manhã, para avisar outras aves de seu território, podendo durar, tais avisos, até 15 minutos. Também assobiam e fazem sons suaves e estridentes.[9]

Nidificação e reprodução

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O comportamento nupcial destas aves envolve um elaborado pavonear, com o levantar de suas cristas e com movimentos de asa semelhantes a uma capela. Os cagus são monogâmicos e, apesar de defenderem o seu território em conjunto, macho e fêmea podem passar a maior parte do tempo sozinhos, criando apenas um filhote por ano, que nasce a partir de de um ovo com manchas marrons-claras em um ninho constituído de um montículo de folhas de 10 milímetros de espessura, no solo; com pai e mãe se reunindo para compartilhar as tarefas de incubação e nidificação. Após mais de um mês de incubação, o ovo eclode e o filhote, com os olhos fechados, não se desloca até os três dias de idade; parecendo diferente de seus pais, dotado de penas castanho-claras e castanho-escuras para se camuflar contra a folhagem do chão da floresta. Os pais alimentam seus filhotes até as 14 semanas de idade, podendo estes permanecer no território por até seis anos.[9][10]

Alimentação e hábitos

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O cagu tem asas, mas só consegue voar uns poucos metros[4] (pois falta-lhe a musculatura para voar)[7], preferindo viver sempre no solo, em bandos soltos, muitas vezes perto de riachos; sendo um animal solitário e predominantemente diurno, predando e se alimentando de insetos e suas larvas, aranhas, lacraias, milípedes, moluscos, vermes e lagartos; fazendo escavações rasas na serrapilheira e entre rochas em busca de seus alimentos. Possui a característica de se mover rapidamente para, em seguida, permanecer em pé, imóvel. Escolhe um lugar para habitar, no solo, naturalmente protegido por rochas ou sob raízes de árvores, em buracos e bancos de terra. Geralmente se empoleira em galhos baixos ou troncos, mas também usam raízes elevadas ou pedras para locais de repouso.[9][10][15] Eles são altamente territoriais, participando de confrontos, por vezes ferozes, acompanhados de gritos estridentes.[8]

Conservação

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O cagu experimentou um declínio em seus números populacionais durante os anos 1900, principalmente devido à predação por espécies invasoras, como cães e gatos, perda de seus ovos por porcos e ratos e também perda de habitat pela expansão humana e caça; agora listado em perigo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[5][8][9]

Sua carne é considerada de excelente qualidade para a alimentação humana.[4]

Cagu-das-terras-baixas

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Uma segunda espécie 15% maior e extinta, no gênero Rhynochetos, o cagu-das-terras-baixas (em inglês: lowland kagu; Rhynochetos orarius), foi descrita a partir de restos de subfósseis do Holoceno, encontrados na costa oeste de Grande Terre (na caverna Pindai). O holótipo está no Museu Nacional de História Natural, em Paris. O específico epíteto vem do latim orarius (da costa), vindo de sua presumível distribuição em terras de baixa altitude, ao contrário de seu congênere, Rhynochetos jubatus.[7][17]

Referências

  1. Bock, Walter J. (outubro de 1994). «History and Nomenclature of Avian Family-Group Names» (PDF) (em inglês). Bulletin of the American Museum of Natural History, Nº 222. (CORE). p. 136. 281 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  2. a b c «Rhynochetos jubatus» (em inglês). GBIF. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  3. a b «Definição de 'kagu'» (em inglês). Collins English Dictionary. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  4. a b c d e «Cagu». Portal São Francisco. 1 páginas. Consultado em 22 de junho de 2019 
  5. a b c d e IUCN. «Kagu - Rhynochetos jubatus» (em inglês). IUCN. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  6. «Kagou huppé - Rhynochetos jubatus - Kagu» (em francês). Oiseaux.net. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  7. a b c d e f g h «Kagu or Cagou» (em inglês). Beauty of Birds. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  8. a b c d e f «5. Kagu - Rhynochetos jubatus» (em inglês). EDGE of Existence. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  9. a b c d e f g h «Kagu - Rhynochetos jubatus» (em inglês). San Diego Zoo. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  10. a b c d e CAMPBELL, Bruce; LACK, Elizabeth (2013). A Dictionary of Birds (em inglês). London: A&C Black / Bloomsbury - Google Books. p. 314. 700 páginas. ISBN 978-1-4081-3840-3. Consultado em 2 de junho de 2019 
  11. «eurypygiformes» (em inglês). YourDictionary. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019. A taxonomic order within the class Aves — the sunbittern and kagu. 
  12. Lussignol, Margaux (10 de agosto de 2012). «Kagou huppé (Rhynochetos jubatus (em francês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  13. Wiley, Chris (5 de dezembro de 2014). «Kagu» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019. Riviere Bleue, New Caledonia. 
  14. Huppertz, Klaus (20 de outubro de 2017). «A walk in the rain» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019. Captured at the bird park "Weltvogelpark Walsrode" (Borg, Baixa Saxônia, Alemanha). 
  15. Morris, Tony (4 de abril de 2012). «048001-IMG_3277 Kagus (Rhynochetos jubatus (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 2 de junho de 2019 
  16. «Nouméa (Municipality, New Caledonia, France)» (em inglês). FOTW (Flags of the World). 19 de julho de 2017. 1 páginas. Consultado em 3 de junho de 2019 
  17. Balouet, Jean Christophe; Olson, Storrs L. (janeiro de 1989). «Fossil Birds from Late Quaternary Deposits in New Caledonis» (em inglês). Smithsonian Libraries, 469(469). (ResearchGate). p. 28-32. 38 páginas. Consultado em 4 de junho de 2019 
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