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Capitães-mor da Capitania de São Vicente

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Em 7 de junho de 1494, seis anos antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil, foi assinado pelos reis católicos, Fernando e Isabel, soberanos de Castela e de Aragão, e por D. João II, de Portugal, o Tratado de Tordesilhas, que dividia as terras por descobrir na América, entre os dois reinos. Essa linha imaginária passava pela foz do rio Amazonas e ia até o estuário do rio da Prata e do rio Paraguai. A leste, ao Atlântico, pertencia a Portugal e no sentido oeste era da Espanha. Os jesuítas espanhóis, anos depois, invadiriam o território pertencente a Portugal, e seriam expulsos pelos bandeirantes paulistas, que foram os responsáveis pela anexação ao Brasil de seis milhões e duzentos mil quilômetros quadrados, que antes pertenciam à Coroa espanhola.

Somente 30 anos após o descobrimento é que o rei de Portugal resolveu mandar uma expedição ao Brasil para tomar posse de suas terras de além-mar. Para esta missão foi designado pelo rei D. João III o fidalgo português Martim Afonso de Sousa, que tinha por determinação real organizar administrativa e juridicamente a nova Colônia. Partindo do rio Tejo em 2-12-1530, escalou nas Ilhas Canárias e do Cabo Verde e chegou em fins de janeiro de 1531 ao Brasil. Aportando em Pernambuco, encontrou três navios franceses carregados de pau-brasil, tendo apresado os mesmos. Continuando sua viagem para o Sul, passou pela Bahia, onde teve contato com Diogo Álvares Correa, o Caramurú, e em 30-4-1531 entrou na baía da Guanabara, onde permaneceu por três meses. Depois, ancorou na região de Cananéia, daí foi até a foz do Rio da Prata. Retornando, fundou em 22-1-1532, a primeira cidade brasileira, São Vicente, fazendo erguer um sobrado para a Câmara, uma igreja, uma casa-forte, um estaleiro e o pelourinho. Mandou plantar alguns produtos, principalmente cana-de-açúcar trazida da ilha da Madeira, sendo construído o primeiro engenho, e dividiu em lotes as terras da região e as distribui entre os primeiros povoadores lusos. Em companhia de João Ramalho, subiu a serra até o planalto de Piratininga. Em setembro de 1532, em carta do rei, é comunicado a deliberação de adotar o regime feudal hereditário das Capitanias Donatárias, cabendo a ele e seu irmão Pero Lopes de Sousa as melhores doações. A Capitania de São Vicente se estendia de Cananéia até Cabo Frio. Regressando a Portugal, em 24-3-1533, é designado um representante legal para administrar a Capitania. Assim surgem os Capitães-mor, que durante quase 200 anos dirigiriam os destinos da Capitania [1].

CAPITÃES-MORES 1533 - Pero de Gois (*) 1536 - Gonçalo Monteiro (*) 1538 - Antônio de Oliveira 1543 - Cristóvão de Aguiar de Altero 1545 - Braz Cubas 1549 - Antônio de Oliveira 1554 - Gonçalo Afonso 1555 - Braz Cubas 1556/1558 - Jorge Ferreira 1558/1561 - Francisco de Moraes 1561/1562 - Pedro Colaço 1563 - Pedro Ferraz Barreto 1567 - Jorge Ferreira 1572/1592 - Jerônimo Leitão (1580) - Antônio de Proença (interino) 1592/1595 - Jorge Correa 1598 - Roque Barreto 1600/1602 - Roque Barreto 1602 - Pedro Vaz de Barros 1602 - Diogo Lopes de Castro 1603 - Roque Barreto 1606 - Antonio Pedroso de Barros 1607 - Gaspar Coqueiro 1612 - Luís de Freitas Matoso 1612 - Nuno Pereira Freire 1613- Francisco de Sá Sottomaior 1613 - Roque Barreto 1613 - Domingos Pereira Jacome 1614 - Pedro Cubas - (interino) 1614 - Paulo da Rocha e Siqueira 1615 - Baltasar de Seixas Rabelo 1617 - Gonçalo Corrêa de Sá 1618 - Martim de Sá 1618 - Pedro Cubas (interino) 1621 - Manuel Rodrigues de Moraes 1622 - Fernão Vieira Tavares 1622 - João de Moura Fogaça 1624 - Álvaro Luís do Vale 1626 - Gonçalo Corrêa de Sá 1628 - Pedro da Mota Leite 1632 - Francisco da Costa 1635 - Francisco da Rocha 1638 - Antônio de Aguiar Barriga 1639 - Vasco da Mota 1640 - João Luís Mafra 1640 - Calixto da Mota 1641 - Gonçalo Corrêa de Sá 1642 - Gaspar de Sousa Ulhôa 1642 - Francisco da Fonseca Falcão 1643 - Antônio Ribeiro de Moraes 1644 - Gaspar de Sousa Ulhôa 1645 - Franscisco Pinheiro Raposo 1644 - Jacques Félix 1643 - Antônio Lopes da Costa 1644 - Valério Carvalho 1647 - Manuel Carvalho 1648 - Manuel Pereira Lôbo 1649 - Dionísio da Costa 1650 - Álvaro Luís do Vale 1652 - Bento Fernão de Castelo Branco 1652 - Francisco Álvaro Marinho 1653 - Jorge Fernandes da Fonseca 1654 - Gonçalo Couraça de Mesquita 1654 - Simão Dias da Fonseca 1657 - Manuel de Quevedo e Vasconcelos 1657 - Manuel de Sousa da Silva 1658 - Jerônimo Pantoja Leitão 1659 - Antonio Ribeiro de Morais 1660 - Jorge Fernandes da Fonseca 1662 - Antonio Raposo da Silveira 1662 - João Blau 1662 - Cipriano Tavares 1665 - Tomás Fernandes de Oliveira 1665 - Agostinho de Figueiredo 1666 - Sebastião Velho de Lima 1668 - Jorge Bron 1669 - Roque Leitão Robalo 1669 - Henrique Leitão Robalo 1670 - Atanásio da Mota 1675 - Tomás Fernandes de Oliveira 1677 - Braz Rodrigues de Arzão 1677 - Felipe Carneiro de Alcaçova 1679 - Luís Lopes de Carvalho 1684 - Diogo Arias de Araújo 1684 - Pedro Taques de Almeida 1687 - Filipe de Carvalho 1688 - Tomás Rodrigues Sanches 1690 - Manuel Peixoto da Mota 1691 - Manuel Pereira da Silva 1692 - Diogo Pinto do Rêgo 1694 - Manuel Garcia 1696 - Simão de Toledo Piza 1696 - Pedro Rodrigues Sanches 1697 - Gaspar Teixeira de Azevedo 1697 - Martim Garcia Lumbria 1700 - Tomas da Costa Barbosa 1701 - Miguel Teles da Costa 1703 - Antonio Correa de Lemos 1706 - Manoel Gonçalves Ferreira 1707 - José de Godoi Moreira 1707 - João de Campos e Matos 1709 - Francisco do Amaral Coutinho

Obs: (*) Alguns historiadores, contestando outros, afirmam que o primeiro Capitão-mor da Capitania de São Vicente seria Pero de Gois e não Gonçalo Monteiro, e que este só em fins de 1536, teria assumido o cargo, quando aquele viajou para Portugal em missão.

As informações sobre os nomes e as datas de exercício dos Capitães-mores, não são precisas por extravio dos competentes documentos.