Carlos Gil (fotógrafo)
Carlos Gil | |
---|---|
Nome completo | Carlos Augusto Gil |
Nascimento | 19 de maio de 1937 Mortágua, Portugal |
Morte | 1 de junho de 2001 (64 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Fotojornalismo Fotografia documental |
Carlos Augusto Gil (Mortágua, 19 de maio de 1937 – Lisboa, 1 de junho de 2001) foi um fotojornalista português conhecido, entre outras coisas, pelo seu trabalho durante a Revolução dos Cravos, no dia 25 de Abril de 1974.[1]
Vida e obra
[editar | editar código-fonte]Passou parte da sua vida em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, vindo a falecer em Lisboa, a 1 de junho de 2001.[2]
Estudou Direito na Universidade de Coimbra, mas a guia de marcha para Timor alterou-lhe o rumo da vida. Em Singapura, durante a viagem, comprou uma câmara para se entreter nos tempos livres da tropa. Entre 1963 e 1965, fez programas culturais e de informação na rádio de Timor, e fundou o Grupo de Teatro Experimental de Dili, ao mesmo tempo que descobria o fascínio de fotografar.
Regressado a Portugal, chegaria ao 4.º ano da Faculdade de Direito de Lisboa, onde fundou a secção fotográfica da Associação Académica e dirigiu o Grupo Cénico. Em 1968, nas vésperas da saída da segunda série do jornal A Capital, ofereceu-se como repórter ao director-adjunto. Na altura, Mário Neves aceitou.
O seu longo currículo fez-se em jornais como o Diário de Lisboa, Expresso, Diário de Notícias ou Jornal de Letras, e revistas como a Flama, a Mais ou a Tempo Livre.
Colaborou com publicações estrangeiras tão prestigiadas como a Paris-Match, Der Spiegel, El Pais ou Veja, entre muitas outras. Assinou crónicas para o telejornal da RTP e para a TSF, quando estava em Bagdade nas vésperas do início da Guerra do Golfo.[3]
Aliás, como enviado especial, viria a cobrir acontecimentos em Angola, Moçambique, Sara Ocidental, Curdistão, Líbano, Iraque, Panamá, El Salvador, Cuba, Costa Rica, Guatemala, Nicarágua, Líbia, Jordânia, Albânia, China, Argentina, Uruguai, México, Argélia e Marrocos. Dedicou textos e imagens a conflitos armados e guerrilhas. Cobriu por três vezes a guerra Irão-Iraque, esteve no Sahara com a Frente Polisário, quase foi sequestrado na Nicarágua e a sua reportagem em El Salvador deu origem ao livro "O Caminho dos Guerrilheiros".[4]
Ganhou os prémios Gazeta de Jornalismo (1984 e 1985) e dois prémios Ibn Al Haythem (1996 e 1997).[5]
Carlos Gil exerceu ainda actividades docentes no CENJOR – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, colaborando na formação profissional de jornalistas e candidatos a jornalistas.
O seu nome faz parte da toponímia de Cantanhede, Cascais e Lisboa.[6]
Publicações
[editar | editar código-fonte]- 2004 - "Carlos Gil um Fotógrafo da Revolução", edição póstuma, Editorial Caminho, Portugal ISBN 978-97221-161-5-2
- 2002 - "Intimidades - Carlos Gil 1937-2001, edição póstuma, Câmara Municipal de Lisboa/Biblioteca Museu República e Resistência, Portugal
- 1984 - "El Salvador - O caminho dos guerrilheiros", Tricontinental Editora, Portugal
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Carlos Gil: o fotojornalista do 25 de Abril que correu o mundo». publico.pt. Consultado em 24 de abril de 2018
- ↑ «Carlos Gil usou as botas no 25 de Abril e pelo mundo fora». publico.pt. Consultado em 22 de abril de 2018
- ↑ «Crónica de Carlos Gil em Bagdad». arquivos.rtp.pt. 9 de janeiro de 1991
- ↑ «Evocar o fotojornalista Carlos Gil». correiodaguarda.blogs.sapo.pt. Consultado em 1 de junho de 2021
- ↑ «Documentário conta o 25 de Abril pela lente do fotógrafo Carlos Gil». publico.pt. Consultado em 21 de abril de 2010
- ↑ «A Rua Carlos Gil no Dia Mundial da Fotografia». toponimialisboa.wordpress.com. Consultado em 19 de agosto de 2014