Caso das girafas do BioParque do Rio
Caso das girafas do BioParque do Rio | |
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Portobello Resort & Safári, local onde as girafas foram abrigadas no Brasil após a maior importação de animais de grande porte já feita no país. | |
Duração | Novembro de 2021 - atualidade |
Data | Novembro de 2021 |
Local | Portobello Resort & Safári |
Coordenadas | |
Localização do Resort onde as girafas estão abrigadas | |
Tema | Crime ambiental no Brasil |
Participantes | BioParque do Rio IBAMA Ministério Público no Brasil Polícia Federal do Brasil |
Mortes | 3 girafas |
Lesões não-fatais | 15 girafas |
Acusado(s) | Grupo Cataratas |
Website | girafas |
O caso das girafas do BioParque do Rio se refere à importação de 18 girafas em novembro de 2021 pelo BioParque do Rio.[1] A compra das girafas foi a maior importação de animais de grande porte já feita no Brasil.[2] Contudo, no dia 14 de dezembro, as girafas estavam tomando sol em uma área ao ar livre quando seis girafas atravessaram a cerca e conseguiram fugir.[3] Todas foram recapturadas, mas três delas morreram algumas horas depois.[3] Um laudo feito por veterinários contratados pelo BioParque apontou que a causa das mortes das girafas foi miopatia, uma condição que pode ser provocada por estresse.[3]
Contexto
[editar | editar código-fonte]No Brasil, existiam 17 girafas no ano de 2021 no país[4] e o grupo das então 18 novas girafas fazia parte pretensamente de um projeto de conservação.[4] Ao chegarem ao Brasil, as girafas foram levadas para o Resort Safari Portobello, em Mangaratiba, numa área afastada da cidade na Costa Verde.[4]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Após a morte das três girafas, ambientalistas que visitaram o local denunciaram que era pequeno e não adequado para os animais.[4] A polícia prendeu dois homens na quarta-feira por "maus-tratos",[5] muito embora o BioParque negue maus-tratos.[6] No dia 26 de janeiro, a Polícia Federal apreendeu as 15 girafas restantes no Portobello Resort & Safári, local onde estão os animais e constataram maus-tratos.[7] Assim, não apenas as condições de abrigo das girafas devem ser examinadas, mas também como elas foram importadas e se sua importação era legal, uma vez que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica as girafas como "Vulneráveis".[8]
“ | Tanto o Ibama quanto a Polícia Federal que estiveram hoje [26 de janeiro de 2022] no local caracterizaram aquela situação das girafas como crime de maus-tratos. Por esse motivos, os responsáveis do Grupo Cataratas foram levados à Polícia Federal.[9] | ” |
— Sergio Suiama, procurador da República |
Em análise posterior da documentação de importação dos animais, contatou-se que na licença emitida pelo Ibama, todas as girafas receberam o mesmo código: “w”, de “wild”, “selvagem” em inglês.[3] Tal código foi criado por uma convenção internacional que classifica a origem dos animais – e “w” significa “animais retirados da natureza”,[3] o que tornaria a importação ilegal, uma vez que o Ibama proíbe a importação de animais retirados da natureza. Nesse contexto, o Ministério Público do Brasil quer agora que as girafas sejam devolvidas ao seu contexto de origem na África do Sul.[10]
Em nota oficial, o BioParque do Rio reitera a "responsabilidade com o manejo de fauna, com os projetos de longo prazo de restauração da natureza e afirma não haver maus-tratos como tentam sugerir em denúncias infundadas. As girafas estão em adaptação em um ambiente preparado para suas necessidades e aprovados pelos órgãos competentes".[11] A instituição afirma ainda, ao final da nota, que lamenta profundamente o ocorrido.[11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Reader, The Animal (28 de janeiro de 2022). «Three South African giraffes die in Brazil zoo». The Animal Reader (em inglês). Consultado em 5 de fevereiro de 2022
- ↑ «Zoológico do Rio terá de devolver girafas importadas da África do Sul». www.band.uol.com.br. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- ↑ a b c d e «Documentos relatam maus-tratos e irregularidades na importação de girafas da África do Sul; três morreram no RJ». G1. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- ↑ a b c d «Biólogos investigam o que causou as mortes de 3 girafas que seriam levadas para o Bioparque do Rio». G1. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- ↑ Monde, 20 Minutes (28 de janeiro de 2022). «Brésil : Une enquête ouverte après la mort de trois girafes au zoo de Rio». Consultado em 5 de fevereiro de 2022
- ↑ AFP (28 de janeiro de 2022). «Giraffe deaths spark probe in Brazil | New Straits Times». NST Online (em inglês). Consultado em 5 de fevereiro de 2022
- ↑ «Polícia Federal apreende 15 girafas em resort no Rio por maus-tratos». G1. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- ↑ «Ermittlungen nach Tod von drei Giraffen in Safari-Park in Rio de Janeiro». de.nachrichten.yahoo.com (em alemão). Consultado em 5 de fevereiro de 2022
- ↑ «PF apreende 15 girafas em resort em Mangaratiba e prende duas pessoas por maus-tratos». G1. Consultado em 6 de fevereiro de 2022
- ↑ «Un zoológico de Brasil traficaba jirafas: tres murieron por estrés». Notife (em espanhol). 4 de fevereiro de 2022. Consultado em 5 de fevereiro de 2022
- ↑ a b «Girafas - BioParque do Rio - Grupo Cataratas». girafas.bioparquedorio.com.br. Consultado em 5 de fevereiro de 2022
Links
[editar | editar código-fonte]- Página oficial - página criada pelo BioParque do Rio sobre o caso das girafas
- The South African: Giraffe deaths spark probe in Brazil with 15 confiscated from Rio zoo - reportagem publicada no The South African