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Cassis tuberosa

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Cassis tuberosa
Fotografia da vista lateral da concha de C. tuberosa; espécime da região nordeste do Brasil.
Fotografia da vista lateral da concha de C. tuberosa; espécime da região nordeste do Brasil.
Vista inferior da concha de C. tuberosa; ilustração retirada de George W. Tryon, Jr.; Manual of Conchology, Structural and Systematic: With Illustrations of the Species (1885). Vol. VII; Cassidae - Plate 2; figure 51.
Vista inferior da concha de C. tuberosa; ilustração retirada de George W. Tryon, Jr.; Manual of Conchology, Structural and Systematic: With Illustrations of the Species (1885). Vol. VII; Cassidae - Plate 2; figure 51.
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Tonnoidea
Família: Cassidae
Subfamília: Cassinae
Género: Cassis
Scopoli, 1777[1]
Espécie: C. tuberosa
Nome binomial
Cassis tuberosa
(Linnaeus, 1758)[1]
Ilustração da vista superior (esquerda) e inferior (direita) da concha de C. tuberosa; retirada de Georges Cuvier; The Animal Kingdom, Arranged After its Organization, Forming a Natural History of Animals, and an Introduction to Comparative Anatomy (1854).
Distribuição geográfica
Toda a região nordeste é, no Brasil, o principal habitat da espécie C. tuberosa, em recifes rasos ou na areia.[2]
Toda a região nordeste é, no Brasil, o principal habitat da espécie C. tuberosa, em recifes rasos ou na areia.[2]
Sinónimos
Buccinum tuberosum Linnaeus, 1758
Cassis (Cassis) tuberosa (Linnaeus, 1758)
Buccinum striatum Gmelin, 1791
Cassis triquetra Rigacci, 1866
Cassis triangularis Coulon, 1936
(WoRMS)[1]

Cassis tuberosa (nomeada, em inglêsː king helmet ou Caribbean helmet;[3][4][5] em alemãoː Königshelm;[4] em portuguêsː elmo-do-rei (POR),[6] búzio, búzio-totó ou buzo (BRA);[7][8][9] também denominada atapu, guatapi, itapu, uatapu, vapuaçu, vatapu, em língua indígena)[10] é uma espécie de molusco gastrópode marinho predador pertencente à família Cassidae. Foi classificada por Carolus Linnaeus em 1758; descrita como Buccinum tuberosum em sua obra Systema Naturae.[1] É nativa do oeste do oceano Atlântico; da Carolina do Norte e Flórida (EUA) às Bermudas, mar do Caribe, incluindo costa leste da Colômbia, Venezuela, Suriname, no norte da América do Sul, e pela costa nordeste e sudeste brasileira, do Maranhão até o sul da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro; também nos arquipélagos de Abrolhos e Cabo Verde, na costa oeste da África.[2][11] Está listada no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, como espécie quase ameaçada[12] devido à beleza de sua concha, sendo uma das mais exploradas para o comércio de souvenirs.[13]

Descrição da concha

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Conchas de 15[3] a 30 centímetros[5] (Rios cita entre 10 a pouco menos de 25 centímetros),[2] pesadas e sólidas, com superfície dotada de escultura reticulada e fina, com projeções salientes e bem nodulosas em sua área mais larga; de coloração castanho-clara e com manchas mais escuras e avermelhadas em forma de lua crescente, ou com sua superfície de coloração creme-arenácea. Espiral baixa. Escudo parietal triangular e brilhante, quando a concha é vista por baixo, grande e bem definido, dotado de uma visível área manchada de coloração castanho-escura, apresentando inúmeras ranhuras, geralmente mais claras. Lábio externo espesso e liso, com projeções internas semelhantes a dentes. Varizes de seu crescimento dotadas de 7 a 8 faixas castanho-escuras. Canal sifonal curto, formando uma dobra sifonal.[3][7][14][15][16][17] Opérculo do comprimento da sua abertura estreita.[2]

Habitat e uso

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Cassis tuberosa ocorre em águas rasas da zona nerítica, entre 1[2] a 27;[14] usualmente até 10 metros de profundidade e em substrato arenoso, com algas, ou em recifes, sendo utilizada pelo Homem como alimento;[2] mas também com sua concha usada para a confecção de camafeus artísticos.[10] É uma espécie predadora de equinodermos da classe Echinoidea, como ouriços-do-mar e bolachas-da-praia.[13] A palavra búzio é uma corruptela de buzina; Eurico Santos cita, em sua obra Moluscos do Brasil, que preparam a concha deste molusco praticando um furo na região de sua protoconcha para soprá-lo, produzindo um som de estridência rouquenha e que se ouve bem de longe;[8] podendo também dar-lhes, a esta espécie, a denominação de atapu[18] (na página 113 é possível observar a ilustração de um pescador, de chapéu, assoprando uma destas conchas).[19] Outra espécieː Voluta ebraea Linnaeus, 1758, também recebe a denominação, em língua indígena, no Brasil, de atapu, guatapi ou itapu.[20] Nas religiões de matriz africana do Brasil, a espécie Cassis tuberosa é utilizada como ornamento durante o jogo de búzios com conchas de Cypraeidae (Monetaria moneta, Monetaria annulus e Monetaria caputserpentis) e também na ornamentação do altar de Oxumarê.[21][22]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c d «Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  2. a b c d e f RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 85. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  3. a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 110. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b «Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758) vernacular» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 23 de dezembro de 2022 
  5. a b «Cassis (Cassis) tuberosa» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  6. Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas». FEUP. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019. Arquivado do original em 7 de outubro de 2020 
  7. a b BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 23. 182 páginas 
  8. a b SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 96-97. 144 páginas 
  9. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 536. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  10. a b FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 296-297. 1838 páginas 
  11. «Cassis tuberosa». Conquiliologistas do Brasil. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  12. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (PDF). Volume 1. Brasília: ICMBio/MMA. p. 467. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  13. a b Dias, Thelma Lúcia Pereira; Mota, Ellori Laíse Silva; Duarte, Rafaela Cristina de Souza; Alves, Rômulo Romeu da Nóbrega. «What do we know about Cassis tuberosa (Mollusca: Cassidae), a heavily exploited marine gastropod?» (em inglês). Ethnobiology and Conservation. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  14. a b «Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758) king helmet» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  15. WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 73. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9 
  16. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 158-159. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  17. Monique (14 de julho de 2017). «The seashell's ripples» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 12 de dezembro de 2019. The softness and texture of shells are surprising. This is a Cassis tuberosa or "King Helmet" or "Cassie Roi" collected in the Bahamas. 
  18. SANTOS, Eurico (Op. cit., p.92.).
  19. SANTOS, Eurico (Op. cit., p.113.).
  20. BOFFI, Alexandre Valente (Op. cit., p.27.).
  21. Léo Neto, Nivaldo A.; Voeks, Robert; Dias, Thelma; Alves, Rômulo (março de 2012). «Mollusks of Candomblé: Symbolic and ritualistic importance» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 4 de fevereiro de 2020. Mollusks used in Candomble temples, including uses, symbolism, and liturgy. 
  22. Léo Neto, Nivaldo A.; Voeks, Robert; Dias, Thelma; Alves, Rômulo (março de 2012). «Mollusks of Candomblé: Symbolic and ritualistic importance» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 4 de fevereiro de 2020. The species of búzios found in the visited terreiros. From left to right: Erosaria caputserpentis, Monetaria moneta and M. annulus. The fourth shell (M. annulus) is sanded, leaving the columella exposed.