Caveolinas
As caveolinas compõem uma família de proteínas transmembrana (ou integrais) incomum, que inserem, cada uma, uma alça hidrofóbica na porção citosólica da membrana celular, mas que não se estende através desta. Elas estarão envolvidas em processos formação invaginante e/ou vesícula das cavéolas e estão envolvidas na endocitose independente do receptor [1]. Elas são expressas de forma onipresente em mamíferos, mas seus níveis de expressão variam consideravelmente entre os tecidos [2]. A família do gene da caveolina possui três membros em vertebrados: CAV1, CAV2 e CAV3, codificando as proteínas caveolina-1, caveolina-2 e caveolina-3, respectivamente. Atuando todas como proteínas de membrana de estrutura semelhante, que formam oligômeros ao se associar ao colesterol e esfingolipídios em regiões específicas da membrana celular dando origem às cavéolas.
Função
[editar | editar código-fonte]São proteínas expressas de forma onipresente em muitos tipos de células e têm sido abundantemente estudadas como principais reguladoras da função e fisiologia celular [3]. As caveolinas participam em muitos processos celulares importantes, incluindo o transporte vesicular, a homeostase do colesterol, a transdução de sinal e a supressão tumoral. As caveolinas são encontradas predominantemente na membrana plasmática, mas também no Complexo de Golgi, no retículo endoplasmático, nas vesículas e em outras localizações citosólicas.
Das três isoformas de caveolinas, uma de maior destaque é a caveolina-1, com seu respectivo gene CAV-1, pertencente à família dos genes supressores de tumores. CAV-1 interage com um número de moléculas transceptoras que regulam os passos de transformação celular maligna, também participando do ciclo celular e proliferação de células, entre outros [4].
Relação com doenças
[editar | editar código-fonte]Câncer
[editar | editar código-fonte]As caveolinas têm um papel paradoxal no desenvolvimento da formação do câncer. Elas estiveram envolvidas tanto na supressão do tumor quanto na oncogênese, dependendo do tipo de tumor e do estágio de progresso [5]. A supressão persistente da cav-1 promove o surgimento de fenótipos patogênicos, e vários estudos a associam a estágios avançados de câncer de mama e próstata, metástase e prognóstico desfavorável.
Coração e rins
[editar | editar código-fonte]O papel protetor da caveolina no ambiente de estresse agudo pode ser potencialmente onipresente. As caveolinas são fundamentais para a proteção do coração e rins, e pode regular vias de sinalização comuns. Ambas Cav-1 e Cav-3 foram mostradas estar envolvidas na Hipertrofia cardíaca. A ausência de CAV-1 resulta em hipertrofia cardíaca e induz disfunção contrátil [4].
Distrofia muscular
[editar | editar código-fonte]As vias de sinalização e as moléculas de sinalização que são afetados por níveis anormais de caveolina-3 levam a diferentes tipos de distrofia muscular [6].
Referências
- ↑ GUPTA, Reshu; TOUFAILY, Chirine; ANNABI, Borhane. Caveolin and cavin family members: dual roles in cancer. Biochimie, v. 107, p. 188-202, 2014.
- ↑ T.M. Williams, M.P. Lisanti, The caveolin proteins, Genome Biol. 4 (2004) 214e221.
- ↑ PEREIRA-PRADO, Vanesa; TAPIA, Gabriel; BOLOGNA-MOLINA, Ronell. CAVEOLINA-1 implicaciones fisiológicas y patológicas. Odontoestomatología, Montevideo , v. 19, n. 30, p. 92-98, dic. 2017.
- ↑ a b SCHILLING, Jan M.; HEAD, Brian P.; PATEL, Hemal H. Caveolins as regulators of stress adaptation. Molecular pharmacology, p. mol. 117.111237, 2018.
- ↑ SHATZ, Maria; LISCOVITCH, Mordechai. Caveolin-1: a tumor-promoting role in human cancer. International journal of radiation biology, v. 84, n. 3, p. 177-189, 2008.
- ↑ GALBIATI, Ferruccio; RAZANI, Babak; LISANTI, Michael P. Caveolae and caveolin-3 in muscular dystrophy. Trends in molecular medicine, v. 7, n. 10, p. 435-441, 2001.