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Chácara do Barão do Serro

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Chácara do Barão do Serro
Chácara do Barão do Serro
Tipo casa
Geografia
Coordenadas 18° 36' 9.41" S 43° 22' 53.37" O
Mapa
Localização Serro - Brasil

A Chácara do Barão do Serro localiza-se numa chácara no município do Serro, no estado de Minas Gerais.

Foi erguida no século XIX para ser residência do coronel Sebastião José Ferreira Rabelo (1823-1900) e posteriormente de seu irmão e genro, José Joaquim Ferreira Rabelo, barão do Serro, (1832-1910), ambos políticos influentes do norte de Minas.

Características[editar | editar código-fonte]

A antiga construção em forma de "U" compõe um pátio interior, com o piso em "pé-de-moleque" (seixos rolados) com formações florais (herança mourisca). Apresenta também belas portas e janelas de inspiração gótica, com vidraças coloridas. A entrada é formada por um patamar delimitado por gradil de ferro e duas escadas laterais simétricas. Neste patamar, destacam-se três bancos trabalhados em pedra-sabão, no estilo de poltrona, fixados entre as quatro portas que dão acesso à parte frontal da casa.

O grande portão de entrada da chácara, também de ferro trabalhado, é ladeado por duas colunas de pedra, sobre as quais descansavam originalmente dois grandes leões esculpidos em mármore. Na cozinha, chama a atenção uma pia e um enorme fogão à lenha, talhados em pedra-sabão. Merecem destaque também as dependências dos escravos domésticos, o tanque, o chafariz e outras peças em pedra-sabão, os dois túneis, os vários muros de pedra, e as jabuticabeiras centenárias. Na entrada, uma homenagem aos antigos tropeiros.

Patrimônio histórico[editar | editar código-fonte]

A chácara é parte do conjunto arquitetônico e urbanístico do Serro, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1938.[1] No final da década de 1970 a chácara passou por um restauro, um outro foi realizado na década de 1980, quando o edifício recebeu todo o acervo do museu Casa dos Ottoni, lá permanecendo até a década de 1990, além de servir como escritório local do IPHAN.[2] Foi contemplada pelo Programa Monumenta, através do qual em 2008 foi iniciado um novo projeto de restauro, supervisionado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).[3] Em 2010 foi adquirida pelo IEPHA.[4] A reabilitação do espaço como centro cultural seguiu uma política do IPHAN de aproximar as comunidades do seu patrimônio histórico para sua devida apreciação, valorização e conservação.[5]

Desde então tem abrigado atividades e órgãos de educação, cultura e turismo, como cursos, exposições, a Secretaria de Turismo e Cultura e a Fundação Chácara do Barão.

Foi incluída como um dos atrativos turísticos histórico-culturais da Estrada Real de Minas Gerais.[6] Segundo matéria da Agência Minas "a Chácara do Barão do Serro é um importante marco histórico e arquitetônico da cidade".[3]

Na apreciação do pesquisador Luiz Fernando Reis, a chácara é um "importante objeto de memória dos moradores do Serro", e "representa papel de destaque para a identidade local. Essa construção, juntamente com os outros monumentos, é um dos cartões postais da cidade". Para os moradores de Serro, a chácara "é uma das referências de um período no qual a cidade era o lar de figuras da aristocracia imperial, como o Barão do Serro e o Barão de Diamantina".[7]

Para Alexandre Araújo Bispo, a chácara é um bom representante de uma tipologia de edificação da elite oitocentista brasileira e de um processo de urbanização de zonas vizinhas a centros urbanos, e no campo dos estudos culturais "a Chácara do Barão do Serro adquire particular interesse para análises relativas à imigração e às expressões culturais e artísticas no processo de transformação de identidades de imigrantes no Brasil, no caso portugueses".[8]

Referências

  1. Queiroz, Maria da Graça Soto Serro - Minas Gerais. IPHAN / Programa Monumenta, 2010, p. 79
  2. Reis, Luiz Fernando. O feito e o efeito. As memórias e as representações da preservação do conjunto arquitetônico e urbanístico do Serro - MG. Doutorado. UFRJ/FAU, 2012, pp. 214-215
  3. a b "Investimentos ajudam a recuperar história do município do Serro". Agência Minas, 11/02/2008
  4. Reis, p. 215
  5. Reis, p. 185
  6. Pizani, Fernanda Mara Coelho. Modelagem de cenário integrado para exploração mineral e geoconservação da Estrada Real - porção centro-norte do caminho dos diamantes. Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, 2018, p. 84
  7. Reis, pp. 211-215
  8. Bispo, Alexandre Araújo. "Patrimônio cultural e qualidade de vida. Causas de degradação e sustentabilidade de ações recuperativas. Estudo de caso: Chácara do Barão do Serro". In: Revista Brasil-Europa, 2007; 106 (2)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]