Saltar para o conteúdo

Chacina de Colombo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chacina de Colombo
Local do crime Colombo, Paraná
Data 28 de fevereiro de 2003
Tipo de crime Assassínio em massa
Arma(s) Arma de fogo, arma branca
Vítimas 9

A Chacina de Colombo foi um crime que ocorreu em Colombo, município do estado do Paraná, no dia 28 de fevereiro de 2003, em que nove pessoas foram executadas.[1][2]

O massacre de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, foi um dos maiores já registrados no estado do Paraná[3][4] e teve repercussão nacional,[5][6][7] sendo noticiado inclusive em outros países, como o La Nación, jornal da Argentina.[8] De acordo com os jornais Gazeta do Povo e Tribuna do Paraná, foi, até então, um dos crimes mais bárbaros da história recente do estado, sendo superado, em número de mortes, pela Chacina de Guaíra, em 2008.[9][10]

Marcos Antônio Taverna era um presidiário que estava no regime semi-aberto, e nas suas saídas ele retornava levando encomendas de drogas fornecidas pelo traficante Hélio para a colônia penal de Piraquara.[2] Taverna e seu comparsa Marcos Roberto Martins Proceke receberam o indulto da prisão, que foi um curto período de tempo que foram liberados para ficar em casa, na véspera do carnaval. Eles foram na residência de Hélio e depois de beber cerveja e fumar maconha sacaram suas armas e ameaçaram a todos.[9] Enquanto um apontava a pistola o outro amarrava e amordaçava as vitimas que estavam no local, para torturar Hélio os bandidos mataram seus filhos de 4, 8 e 14 anos a golpes de picareta na cabeça na sua frente e depois abriram fogo contra as crianças mortas e as 8 pessoas restantes e fugiram logo em seguida, uma mulher e uma criança de 10 anos escaparam porque fingiram-se de mortas e um bebe foi o único que não tentaram matar, totalizando 9 mortos.[3] O crime aconteceu na casa número 863, na rua Izabel Capelari Antoniami, no bairro Alto Maracanã, onde morava Hélio Dias Duarte e a família.[1]

Entre as armas apreendidas, estão uma pistola Ceská Zbrojovka, modelo CZ 83 e número de série 84724, e um revólver cinco tiros Taurus, de cano curto, placas de madeira no cabo e código de identificação lixado.[9]

A polícia trabalhou rápido e logo prendeu os criminosos, na reconstituição Taverna forneceu detalhes de toda a ação não deixando dúvidas de sua autoria, o motivo do massacre foi que Taverna foi denunciado para policia por Hélio, e que ele queria dominar o trafico de drogas dentro da prisão que era dominado pelo antigo chefe. Na delegacia taverna acusou Binho o filho de Hélio de ser o mandante da matança, depois já na carceragem afirmou para Proceke que Binho não tinha nada a ver com o caso, mas que havia o acusado para que fosse preso e colocado na mesma cela que ele, para que também o matasse, uma vez que seu desejo era matar toda a família.

Quando foi transferido da delegacia para o presidio, a direção decidiu que Taverna e Proceke deveriam permanecer, os primeiros 30 dias na solitária para garantir a integridade física, mas antes de encerrar esse tempo Taverna suicidou-se por enforcamento de acordo com o Instituto Médico Legal (IML).[10] Ele foi encontrado pendurado por um lençol preso a fiação elétrica, antes de se matar deixou escrito na cela acusações contra os mandantes da chacina, apesar da revelação a investigações foram encerradas com a sua morte. Na época policiais suspeitaram que ele foi assassinado (queima de arquivo), e que o suicídio por enforcamento foi simulado, pois Taverna sabia que seria torturado e executado. Já Marcos Proceke até hoje continua preso.

Referências

  1. a b «Família inteira chacinada em Colombo». Tribuna do Paraná. 3 de março de 2003. Consultado em 30 de março de 2022. Cópia arquivada em 30 de março de 2022 
  2. a b Carlos Simon (7 de março de 2003). «Droga e vingança motivaram massacre». Tribuna do Paraná. Consultado em 30 de março de 2022. Cópia arquivada em 30 de março de 2022 
  3. a b José Maschio (2 de março de 2003). «Nove são amarrados e assassinados a tiros». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de março de 2022. Cópia arquivada em 30 de março de 2022 
  4. Aline Peres; Guilherme Voitch; João Natal Bertotti (19 de outubro de 2008). «56 mortos em 10 chacinas no PR.». Gazeta do Povo. Consultado em 30 de março de 2022 
  5. «Nove pessoas são mortas em chacina no Paraná». Dourados News. 1 de março de 2003. Consultado em 30 de março de 2022 
  6. «Chacina deixa nove pessoas mortas em Curitiba». Estadão. 1 de março de 2003. Consultado em 30 de março de 2022 
  7. «Nove pessoas são executadas». Diário de Cuiabá. 1 de março de 2003. Consultado em 30 de março de 2022 
  8. «Asesinan a nueve personas dentro de su propia casa en Brasil» (em espanhol). La Nación. 1 de março de 2003. Consultado em 30 de março de 2022 
  9. a b c Fernando Jasper (1 de outubro de 2005). «História de duas armas». Gazeta do Povo. Consultado em 30 de março de 2022 
  10. a b Clewerson Bregenski (1 de abril de 2003). «Autor de chacina se enforcou na cela, diz IML». Tribuna do Paraná. Consultado em 30 de março de 2022