Charles Cosac
Charles Cosac | |
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Nascimento | 1964 (59–60 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Parentesco | Michael Naify (cunhado) |
Ocupação | Empresário Editor |
Charles Cosac (Rio de Janeiro, 1964) é um acadêmico, colecionador de arte, editor literário e empresário brasileiro do setor editorial. Em 1997, fundou em São Paulo, ao lado de seu cunhado Michael Naify, a editora Cosac & Naify[1][2][3][4], e esteve à frente do negócio até o encerramento das atividades da empresa, em 2015.[5]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Anos de formação
[editar | editar código-fonte]De milionária família de origem síria, dona de mineradoras, radicada no Brasil desde os anos 1940, Cosac aprofundou estudos de teoria e história da arte na Inglaterra. Um renomado colecionador de obras contemporâneas e de arte sacra, principalmente peças barrocas do século 18, é mestre em história e teoria das artes pela Universidade de Essex – onde também fundou a primeira coleção pública de arte latino-americana da Europa, a Ueclaa (University of Essex Collection of Latin American Art) com obras vindas de seu acervo particular. Iniciou doutorado na Universidade de São Petersburgo, na Rússia, também em história e teoria da arte, sobre o artista russo Kazimir Malevich.
Fundação da Cosac & Naify e reconhecimento pelo mercado editorial
[editar | editar código-fonte]Retornou ao Brasil em 1996, radicando-se na cidade de São Paulo. Na editora Cosac & Naify – tornada a partir dos anos 2000 referência no mercado brasileiro em termos de excelência editorial – além de presidente, atuou também como editor de livros de arte, tendo trabalhado com artistas como Tunga, José Resende e Waltércio Caldas. Em 2001, editou uma monografia de formato inovador sobre o estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch.
Em 2005, com exposição itinerante sobre a obra do artista Farnese de Andrade, foi laureado pelas associações paulista e brasileira de críticos de arte (APCA e ABCA) pela "melhor curadoria do ano". Ainda em 2005, recebeu o primeiro Prêmio Bravo, como personalidade cultural do ano pelo conjunto de suas atividades, o prêmio Gente Que Faz do jornal O Globo e a comenda da Ordem das Artes e Letras, condecoração dada pelo Ministério da Cultura da França.
Fechamento da Cosac & Naify e período na Biblioteca Mário de Andrade
[editar | editar código-fonte]Em 30 de novembro de 2015, Charles Cosac anunciou o encerramento das atividades da editora. A partir da data, o estoque remanescente ficou disponível na Amazon do Brasil. Dentre as causas do fechamento da Cosac & Naify, Cosac citou a crise econômica brasileira, a alta do dólar, o aumento da inflação, a complicada legislação tributária do país e a política de vendas, desejando encerrar suas atividades da mesma forma que começou, ao invés de descaracterizar o seu trabalho.[6] Em janeiro de 2017, foi escolhido pelo então secretário de cultura de São Paulo, André Sturm, para ocupar a função de diretor da Biblioteca Mário de Andrade – com ironia, Cosac apontou que aquela seria a primeira vez que ele teria um emprego[7]. Em seu primeiro despacho oficial, declarou que considerava a instituição como falida[8], e pediu demissão do cargo pouco mais de dois anos após assumi-lo[9]. Após deixar seu posto como diretor da Biblioteca, Cosac teria morado por dois anos no Rio de Janeiro, período que definiu como tendo sido "miserável".
Ressurgimento da Cosac
[editar | editar código-fonte]Oito anos depois o encerramento das atividades da Cosac & Naify, Charles Cosac, radicado novamente em São Paulo, reativou o CNPJ de sua extinta editora e a reformulou sob o nome "Cosac" – Michael Naify, seu sócio original, deixou o mercado editorial e voltou-se a uma carreira como fotógrafo. Em entrevista publicada no dia 22 de novembro de 2023 pela Folha de São Paulo, ele declarou que a nova editora operará em menor escopo, com foco majoritariamente voltado para livros fotográficos sobre joias, artes plásticas e publicações de cunho acadêmico.
O primeiro lançamento da nova empreitada é um livro do artista plástico Siron Franco, e entre os demais projetos em andamento estão uma caixa com dois volumes de livros fotográficos que exploram a temática da joalheria afro-brasileira na Bahia dos séculos XVIII e XIX, com foco no trabalho de Florinda Anna do Nascimento, alforriada que tornou-se uma reconhecida ourives. Entre os planos, estão eventuais reedições de trabalhos originalmente publicados pela antiga Cosac & Naify, como coletâneas de ensaios de Ismail Xavier. Na entrevista à Folha, Cosac ressaltou que a a nova editora não participará de eventos literários de maior porte, e apontou que a distribuição dos novos lançamentos será restrita a um número seleto de livrarias e ao varejo digital, em uma abordagem que busca distância do mercado editorial tradicional.[10]
Referências
- ↑ Revista Veja
- ↑ Revista IstoÉ
- ↑ Amigo dos Livros
- ↑ Estadão
- ↑ «O triste fim da Cosac Naify». epoca.globo.com. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Dono da Cosac Naify explica os motivos para o fechamento da editora». Globo. Consultado em 3 de dezembro de 2015
- ↑ «Análise: Charles Cosac terá em biblioteca o seu primeiro emprego da vida - 07/01/2017 - Ilustrada». Folha de S.Paulo. 22 de novembro de 2023. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Charles Cosac decreta falência da Biblioteca Mário de Andrade». revista piauí. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Charles Cosac deixa a direção da Biblioteca Mário de Andrade». Estadão. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Editora Cosac Naify renasce como Cosac oito anos depois de fechar e chocar mercado». Folha de S.Paulo. 22 de novembro de 2023. Consultado em 23 de novembro de 2023
Ligações externas
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