Saltar para o conteúdo

Cirurgia bariátrica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Gastroplastia, também chamada de cirurgia bariátrica, cirurgia da obesidade ou ainda de cirurgia de redução do estômago, é, literalmente, a plástica do estômago (gastro = estômago, plastia = plástica) que tem como o objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC muito elevado.

É uma cirurgia realizada em pessoas com o peso muito acima do ideal, os chamados obesos mórbidos.

O Brasil é o 2.º colocado em número absoluto de cirurgias bariátricas, com 60 mil por ano, ficando atrás apenas dos EUA, onde são realizadas 300 mil.

Indicações gerais para cirurgia bariátrica segundo OMS

[editar | editar código-fonte]
  1. Pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou superior a 40 kg/m².
  2. Pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 35 e 40 kg/m², que apresentem doenças associadas a obesidade como diabetes, hipertensão, apneia do sono, tumores, dislipidemia e artropatias.

Classificação da Obesidade

[editar | editar código-fonte]

A classificação da obesidade é de acordo com o IMC = peso/altura² O aumento de peso atualmente está divido em:

  • Abaixo de 18,5 - Abaixo do peso
  • Entre 18,5 e 25 - Peso ideal
  • 25 a 29,9 - Sobrepeso
  • 30 a 34,9 - Obesidade Grau I
  • 35 a 39,9 - Obesidade Grau II
  • Acima de 40 - Obesidade Grau III (ou mórbida)

Mas esses índices variam. Um atleta pode ter um alto IMC sem ser obeso, já que músculos pesam mais do que gordura.

Tipos de cirurgias

[editar | editar código-fonte]

O tratamento clínico é escolha em pacientes com sobrepeso e obesidade leve (IMC entre 30-34,9 kg/m²). Hoje está estabelecido que o tratamento cirúrgico está indicado em pacientes definidos com obesidade moderada (IMC > 35 kg/m²) que tenham comorbidades como apneia do sono, hipertensão, diabetes mellitus, dislipidemia, artropatias ou para pacientes com IMC maior que 40 kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico (incluindo o uso de medicamentos).

A mortalidade por cirurgia bariátrica laparoscópica em 2009 é 0,3%[1]

Estudos vão ainda mais longe demonstrando que o risco de morte em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica é 35% menor do que aqueles que seguem tentando realizar somente tratamentos clínico com IMC > 35 kg/m² com comorbidades ou IMC > 40 kg/m² [2] .[3]

Tipo de mecanismo das cirurgias bariátricas:

  1. Totalmente Restritivos - Causam restrição do estômago. Banda Gástrica Ajustável, Cirurgia de Mason e Cirurgia de Sleeve;
  2. Mistos e Predominantemente restritivos: os desvios gástricos como o Bypass Gástrico com e sem anel;
  3. Mistos e Predominantemente disabsortivos: as derivações bileopancreáticas (Duodenal Switch, Scopinaro);
  4. Totalmente disabsortivo - Bypass Jejuno-Ileal (essa cirurgia foi proibida por complicações relacionadas à alça exclusa).

Os tipos de cirurgias bariátricas mais frequentemente realizados segundo Kawahara são: [4]

A técnica mais conhecida e estudada é a chamada Cirurgia de Bypass em Y de Roux. A cirurgia inicia com uma videolaparoscopia. Na sequência, os procedimentos são idênticos. O estômago, que tem capacidade para cerca de dois litros é seccionado com um grampeador cirúrgico de maneira a se obter um novo estômago com capacidade para apenas 15-30 ml. Uma alça intestinal é anastomosada ao novo estômago para permitir a saída e a absorção dos alimentos que é chamada anastomose gastrojejunal. O funcionamento da cirurgia é através da restrição da ingestão de alimentos, e em menor parte por disabsorção, uma vez que cerca de 150 cm de intestino delgado são desviados (técnica mista - predominantemente restritiva). O emagrecimento acentuado pode requerer cirurgias plásticas para a retirada do excesso de pele.

Um outro grupo de cirurgias para redução de peso é o das cirurgias chamadas "predominantemente disabsortivas" e as principais representantes deste grupo são as realizadas pela técnica de Scopinaro e o "Duodenal Switch". O paciente pode apresentar diarreia ao ingerir alimentos gordurosos e ter desnutrição proteica sobretudo no Scopinaro. Tanto o Scopinaro quanto o Duodenal Switch podem ser feitos por laparoscopia.

Em todas as técnicas, o paciente precisa ser acompanhado de perto por uma equipe especializada multidisciplinar e receber suplementos de vitamina B12, cálcio e polivitamínicos.

Também existe a opção pela gastroplastia endoscópica, a qual consiste em um método menos invasivo, uma vez que a cirurgia é feita via endoscopia, o que faz com que a recuperação do paciente seja mais rápida em relação às outras formas de cirurgia bariátrica[5]

Referências

  1. Flum DR, Belle SH, King WC, Wahed AS, Berk P, Chapman W, Pories W, Courcoulas A, McCloskey C, Mitchell J, Patterson E, Pomp A, Staten MA, Yanovski SZ, Thirlby R, Wolfe B. Perioperative safety in the longitudinal assessment of bariatric surgery.Longitudinal Assessment of Bariatric Surgery (LABS) Consortium.N Engl J Med. 2009 Jul 30;361(5):445-54.
  2. Sjöström L, Narbro K, Sjöström CD, et al. Effects of bariatric surgery on mortality in Swedish obese subjects. N Engl J Med 2007;357:741-52.
  3. Adams TD, Gress RE, Smith SC, et al. Long-term mortality after gastric bypass surgery. N Engl J Med 2007;357:753-61.
  4. Tipos Mais Frequentes de Cirurgia Bariátrica. Jornal da Obesidade. Out, 2009.[online] Disponível na Internet via http://obesidade.livejournal.com/2009/10/31/. URL: [1]. Arquivo capturado em 31 de outubro de 2009.
  5. Reem Z. Sharaiha, Nikhil A. Kumta, Monica Saumoy, Alpana Shukla, Louis J. Aronne, Michel Kahaleh; et al. (abril de 2017). «Endoscopic Sleeve Gastroplasty Significantly Reduces Body Mass Index and Metabolic Complications in Obese Patients». Clinical Gastroenterology and Hepatology - Journal. 15 (4). doi:10.1016/j.cgh.2016.12.012