Classe Viana do Castelo
Classe Viana do Castelo (NPO 2000) | |
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NRP Viana do Castelo em provas de mar
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Visão geral | |
Operador(es) | Portugal |
Construtor(es) | West Sea (antes Estaleiros Navais de Viana do Castelo) |
Data de encomenda | 2002 |
Lançamento | 2005 |
Unidade inicial | NRP Viana do Castelo |
Em serviço | 2010[1] - actualidade |
Características gerais | |
Tipo | Navio-patrulha oceânico |
Deslocamento | 1 750 t |
Comprimento | 83,1 m |
Boca | 12,95 m |
Calado | 3,69 m |
Propulsão | |
Velocidade | 23 nós |
Autonomia | 4 859 milhas náuticas a 15 nós |
Armamento |
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Aeronaves |
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Sensores |
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Equipamentos especializados |
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Tripulação | 35 |
A classe Viana do Castelo composta pelos navios NRP Viana do Castelo, NRP Figueira da Foz, NRP Sines e o NRP Setúbal, é a classe de navios-patrulha oceânicos (NPO) resultante do projeto NPO 2000, a ser construída pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para a Marinha Portuguesa. É um dos maiores navios a motor armados construídos em Portugal. Os NPO 2000 são navios especialmente vocacionados para actuar nas águas alterosas do Atlântico Norte.
Estes navios vêm substituir as corvetas das classes João Coutinho e Baptista de Andrade na sua função como patrulhas da zona económina exclusiva de Portugal.[2] Foram também encomendadas duas versões adaptadas para operações de combate à poluição, destinadas a colmatar falta de meios em Portugal para intervir em desastres idênticos ao do naufrágio do Prestige.[3]
Tem sido referida a possibilidade de serem construídos navios deste tipo para outros países, nomeadamente Argentina, Marrocos[4] e Argélia. Houve também interesse demonstrado por outras marinhas, como a de Angola, Chile e Holanda.[5] Uma delegação do Brasil também realizou uma visita técnica, tendo o adido militar do Brasil em Portugal afirmado que "É do conhecimento público que a Marinha do Brasil vai precisar de navios destes, de Patrulha Oceânica. O Brasil não esconde o interesse neste tipo de navios, mas nesta fase estamos a falar de visitas técnicas".[6] Mais tarde, numa audição parlamentar do presidente da holding Empordef, Vicente Ferreira, realizada a 10 de Dezembro de 2013, foi afirmado que estas tentativas de captação de negócio fracassaram devido ao «deficit de imagem terrível» que os estaleiros já tinham.[7]
Os navios da classe têm sido baptizados com nomes de cidades portuárias portuguesas.
Cronologia
[editar | editar código-fonte]Em 1976 foi criado um grupo de trabalho para produzir um anteprojecto de um navio de fiscalização para a Zona Económica Exclusiva. Mais tarde, em 1984, os trabalhos foram retomados com a criação de um novo grupo de trabalho. Ambos pararam por falta de financiamento.[8]
Em 1997 o processo foi retomado, tendo resultado deste processo a assinatura de um acordo entre o Arsenal do Alfeite, Estaleiros Navais de Viana do Castelo e Estaleiros do Mondego.[8]
Em 2002 é assinado um contrato de construção de dois navios patrulha oceânica no valor de 120 milhões de euros, com as entregas previstas para finais de 2005.[8]
Em 2005 os ENVC pedem um adiamento por um ano da entrega por dificuldades na execução do projecto.[8]
Em 2006, a detecção de falhas nos motores e dificuldades sentidas pelos ENVC na adaptação à construção naval militar levam ao adiamento da entrega da primeira unidade para 2007.[8] Subsequentemente, são detectados mais problemas na execução do navio, tendo a entrega do primeiro navio adiada para o primeiro semestre de 2008.[8]
A construção dos navios da classe Viana do Castelo decorre de um contrato de 500 milhões de euros assinado com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a construção, ao longo de cinco anos, de seis NPO, dois navios de combate à poluição e cinco lanchas de fiscalização costeira.[9] A entrega do primeiro navio, o NRP Viana do Castelo, foi realizada em 30 de Dezembro de 2010, com um atraso de 5 anos.[1]
Em 2009-07-24, o NRP Viana do Castelo foi baptizado, na presença do ministro da Defesa Nacional do XVII Governo Constitucional, Nuno Severiano Teixeira[10]
O NRP Viana do Castelo, o primeiro da sua classe, foi provisoriamente armado com uma antiga peça Bofors de 40mm, estando porém prevista a sua substituição por uma de 30mm da Oto Melara.[11] Em 2010-02-10 foi adjudicada a aquisição à Oto Melara de duas peças de artilharia de 30 mm para os primeiros dois navios patrulha oceânicos, e respectivo sistema EO/IR, por € 4.021.000.[12]
Em Março de 2012, o navio NRP Figueira da Foz, com um custo esperado de 50 milhões de euros, encontra-se ainda em fase de construção, com os trabalhos parados por falta de verbas alocadas para a conclusão do projecto no Orçamento de Estado para 2012.[13]
Em Junho de 2012 o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, Nuno Vieira Matias, admitiu que a adjudicação da construção de 8 navios-patrulha oceânicos da classe Viana do Castelo aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo teve como objectivo "ajudar os Estaleiros de Viana a progredirem, a terem encomendas e a financiarem-se para poderem evoluir, fazerem concorrência a outros estaleiros e sobreviver" mas que o programa "não correu bem" porque os ENVC falharam no cumprimento do programa.[14]
Em Agosto de 2012, os dois navios de combate à poluição, encomendados pelo Governo em 2004 e cuja construção foi declarada como “prioritária para salvaguardar a costa” nacional, ainda não foram construídos. Este atraso dá-se apesar de já terem sido gastos 18 milhões de euros e de a Marinha os considerar “importantes” para a intervenção em casos de poluição no mar.[3]
Em 2012-09-20, o XIX Governo Constitucional, no âmbito da privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, revogou os contratos assinados com os ENVC para a aquisição dos restantes navios-patrulha e lanchas de fiscalização costeira destinadas à Marinha.[15] Na mesma medida consta a aquisição por parte do estado do projecto do Navio Polivalente Logístico por 25,5 milhões de euros, tendo sido especulado que esse valor, muito superior ao valor do projecto, destina-se a injectar dinheiro nos estaleiros para concluir a construção do NRP Figueira da Foz.[16]
Em 2012-10-17, foi divulgado que a construção do NRP Figueira da Foz seria retomada, tendo sido avançado que a duração prevista para os trabalhos seria de 10 meses. A construção esteve parada devido à falta de recursos financeiros dos estaleiros para adquirir material, tendo sido indicado que seriam necessários seis a oito milhões de euros para a conclusão da construção do navio.[17][18] Foi também anunciado que o governo revogou a encomenda das restantes unidades desta classe.[17]
Em 2013-11-25, os ENVC entregaram formalmente à Marinha o segundo navio da classe, o Figueira da Foz.[19]
Em 2014-12-19, o ministro da Defesa Nacional do XIX Governo Constitucional, José Pedro Aguiar-Branco, anunciou a construção de dois novos navios patrulha oceânica da classe Viana do Castelo com um contrato celebrado com a construtora naval West Sea.[20] Em 2015-05-28 o Governo autorizou a realização da destinada à aquisição de dois navios-patrulha oceânicos da classe Viana do Castelo, representado por um investimento até 77 milhões de euros.[21]
Em 27 de Maio de 2015 é anunciada a construção de dois Navios Patrulha Oceânicos para a Marinha portuguesa nos West Sea por 77 milhões de euros, com data prevista para a conclusão da construção em 2017, e entrega à Marinha em 2018.[22] [23] A autorização da realização da despesa foi concedida em conselho de ministros a 28 de Maio de 2015, tendo sido dada como justificação a substituição das corvetas das classe João Coutinho e classe Baptista de Andrade que à data encontravam-se ainda no activo (nomeadamente NRP António Enes e NRP Jacinto Cândido, e NRP João Roby) apesar de "já há muito ultrapassaram a estimativa de vida útil" de 35 anos.[24]
Em 22 de julho de 2015, a Martifer anunciou a assinatura de um contrato de adjudicação para a construção de dois Navios Patrulha Oceânica da classe Viana do Castelo para a Marinha Portuguesa.[25]
A 20 de março de 2017, o presidente da comissão parlamentar de Defesa Nacional, Marco António Costa, afirmou que os dois navios-patrulha oceânicos (NPO) da classe Viana do Castelo em construção nos estaleiros da West Sea, estariam concluídos em 2018. A conclusão da construção do NRP Sines estava prevista para meados de 2018 e do NRP Setúbal no final de 2018.[26]
A 2 de Fevereiro de 2018 foi anunciado que a Comissão Europeia, pela mão da comissária responsável pelo mercado interno Elzbieta Bienkowska, iniciou um processo contra o estado português pela violação das regras comunitárias de contratos públicos no sector da Defesa. O processo deveu-se à entrega, por ajuste directo, da construção de dois navios-patrulha oceânicos da classe Viana do Castelo destinados à Marinha portuguesa a um consórcio liderado pela empresa West Sea, do grupo Martifer.[27]
A 20 de Julho de 2018, durante a inauguração do NPO Sines, foi anunciado pelo Primeiro-ministro António Costa a construção de mais seis Navios Patrulha Oceânicos para a Marinha portuguesa, a construir pelos estaleiros da West Sea.[28]
A 20 de Maio de 2021, foi aprovada a compra de mais 6 NPO para a Marinha Portuguesa, estes terão acrescentado valor militar e "multifunções. Serão navios combatentes, com prioridade para a vigilância submarina, guerra de minas, projeção de força e recolha de informações, aptos a missões NATO.[29]
No dia 29 de Dezembro de 2023, foi assinado um contrato entre a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) e a West Sea, prevendo a construção de 6 novos Navios de Patrulha Oceânica (NPO 3s). O projeto destes novos navios difere dos projetos anteriores, passando por uma atualização, onde foram incluídas novas capacidades, como guerra antissubmarina, guerra de minas, projeção de força e recolha de informações com recurso a novos radares, sonares e sensores.[30]
Unidades
[editar | editar código-fonte]Número de amura | Nome | Variante | Aumento ao efetivo | Estaleiro | Estado | Notas |
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Série 1 | ||||||
P 360 | NRP Viana do Castelo | NPO | 2011 | ENVC | No ativo | [31] |
P 361 | NRP Figueira da Foz | NPO | 2013 | ENVC | No ativo | [32] |
Série 2 | ||||||
P 362 | NRP Sines | NPO | 2018 | West Sea | No ativo | [33] |
P 363 | NRP Setúbal | NPO | 2019 | West Sea | No ativo | [34] |
Série 3[29] | ||||||
P 364 | NRP Funchal | NPO | 2026 | West Sea | Contrato assinado | [30] |
P 365 | NRP Aveiro | NPO | 2027 | West Sea | Contrato assinado | [30] |
P 366 | NPO | 2028 | West Sea | Contrato assinado | [30] | |
P 367 | NPO | 2029 | West Sea | Contrato assinado | [30] | |
P 368 | NPO | 2030 | West Sea | Contrato assinado | [30] | |
P 369 | NPO | 2030 | West Sea | Contrato assinado | [30] |
Referências
- ↑ a b «Marinha recebe navio com cinco anos de atraso». TVI24. 30 de dezembro de 2010. Consultado em 15 de dezembro de 2013
- ↑ Revista da Armada: Patrulha VIANA DO CASTELO entregue à Marinha
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ «CGD e BES querem financiar Marrocos na compra de navios patrulha a Portugal». público. 27 de abril de 2009. Consultado em 17 de maio de 2011
- ↑ «Novo "patrulha" Viana do Castelo já integra dispositivo naval». RTP. 18 de novembro de 2011. Consultado em 6 de dezembro de 2011
- ↑ «Embaixada do Brasil visita Estaleiros de Viana». Jornal de Notícias. 19 de janeiro de 2012. Consultado em 28 de fevereiro de 2012
- ↑ «Martifer apenas admitia contratar 160 trabalhadores dos ENVC em Setembro». Público. 10 de dezembro de 2013. Consultado em 20 de dezembro de 2013
- ↑ a b c d e f «Novos navios-patrulha para a Armada só vão estar prontos em 2008». Jornal de Notícias. 27 de dezembro de 2006. Consultado em 15 de dezembro de 2013
- ↑ Primeiro patrulha oceânico entregue à Marinha com cinco anos de atraso - sapo.pt
- ↑ «Patrulhão está à espera das provas de mar». Jornal de Notícias. 24 de julho de 2009. Consultado em 5 de agosto de 2012
- ↑ «Nova artilharia nos navios-patrulha». Diário de Notícias. 15 de março de 2010. Consultado em 30 de junho de 2011
- ↑ «Despacho n.o 3060/2010» (PDF). Diário da República
- ↑ «Estaleiros de Viana. Trabalhadores estranham 6 Mil Euros para reparar corveta de 37 anos». iOnline. 5 de março de 2012. Consultado em 5 de agosto de 2012
- ↑ «ENVC: Programa dos "patrulhas" foi uma "ajuda" à empresa mas "não correu bem" – ex-CEMA». Rádio Vale do Minho. 29 de julho de 2012. Consultado em 15 de abril de 2018
- ↑ «Resolução do Conselho de Ministros n.o 79/2012» (PDF)[ligação inativa]
- ↑ Ana Rodrigues (20 de setembro de 2012). «Governo paga mais 10,5 milhões para não perder projecto». Rádio Renascença
- ↑ a b «ENVC retomam construção do 2º navio patrulha para a Armada». Dinheiro Digital com Lusa. 17 de outubro de 2012
- ↑ «Estaleiros de Viana já retomaram construção do segundo patrulha para a Marinha». ionline. 17 de outubro de 2012
- ↑ «Estaleiros de Viana entregaram hoje segundo 'patrulha' à Marinha». Económico. 25 de novembro de 2013. Consultado em 14 de dezembro de 2013
- ↑ «Ministro da Defesa anuncia em Viana construção de dois novos patrulhas para a Marinha». Porto Canal. 19 de dezembro de 2014. Consultado em 26 de setembro de 2015
- ↑ «Governo aprova 77 milhões para navios a construir pela Martifer». Jornal de Negócios. 28 de maio de 2015. Consultado em 26 de setembro de 2015
- ↑ «Navios patrulha começam a ser construídos em setembro em Viana do Castelo por 77 ME». Lusa. 27 de Maio de 2015. Consultado em 26 de novembro de 2015
- ↑ «Portugal looks to procure new replenishment ship within wider naval modernisation programme». IHS Jane's 360. 1 de setembro de 2016. Consultado em 17 de abril de 2017
- ↑ «Governo aprova despesa de 77 milhões para aquisição de dois navios-patrulha». Diário Digital. 28 de maio de 2015. Consultado em 26 de novembro de 2015
- ↑ Cátia Simões (22 de julho de 2015). «Martifer assina contrato para construir dois navios para a Marinha». Diário Económico. Consultado em 26 de novembro de 2015
- ↑ «Novos navios-patrulha oceânicos entregues até final de 2018». Diário de Notícias Madeira. 20 de março de 2017. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ «Ajuste directo de navios à Martifer força mais explicações a Bruxelas». Público. 2 de fevereiro de 2018. Consultado em 11 de março de 2018
- ↑ Group, Global Media (20 de julho de 2018). «Costa anuncia mais sete novos navios para a Marinha». JN
- ↑ a b «Conselho de Ministros aprova seis patrulhões por 352 milhões de euros». www.cmjornal.pt. Consultado em 20 de maio de 2021
- ↑ a b c d e f g Portugal, idD (13 de dezembro de 2023). «Marinha Portuguesa contrata Indústria Nacional para construção de 6 Navios de Patrulha Oceânicos». idD Portugal Defence. Consultado em 29 de dezembro de 2023
- ↑ «Marinha: Primeiro "patrulha" parte de Viana na terça-feira para comemorações do dia da Marinha». Lusa. 20 de abril de 2011. Consultado em 28 de abril de 2011
- ↑ «Cerimonia de batismo do NRP Figueira da Foz»
- ↑ «Portuguese Navy inducts third OPV | Jane's 360». web.archive.org. 13 de julho de 2018. Consultado em 17 de maio de 2023
- ↑ «Fourth Viana do Castelo-class OPV enters Portuguese Navy service»
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Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Classe: Viana do Castelo (Patrulha Oceânico)». , Área Militar
- «Análise: Patrulhas Viana do Castelo». , Área Militar
- «Navios - Entrega à Marinha só no início de 2007». , Correio da Manhã
- «NRP Figueira da Foz». Marinha Portuguesa