Colégio Militar do Rio de Janeiro
Colégio Militar do Rio de Janeiro | |
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CMRJ | |
Brasão do Colégio Militar do Rio de Janeiro | |
Informação | |
Localização | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Coordenadas | 22° 55′ 00″ S, 43° 13′ 42″ O |
Tipo de instituição | Escola militar pública |
Fundação | 9 de março de 1889 |
Abertura | 6 de maio de 1889 |
Lema | Um belo começo... |
Cores | Cáqui e garança |
Cursos técnicos | Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), Ensino Médio (1º ao 3º ano) |
Mantenedora | Exército Brasileiro |
Afiliações | Sistema Colégio Militar do Brasil |
Condecorações | Medalha do Pacificador (2023) |
Comandante | Coronel Victor José Queiroz Cabral |
Docentes | ~100 |
Funcionários | ~150 |
Número de estudantes | ~1.800 (2023) |
Página oficial | |
www |
O Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), conhecido como Casa de Thomaz Coelho, é uma escola militar pública localizada no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil. Fundado em 1889, é o primeiro e mais antigo colégio do Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), subordinado à Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (DEPA) do Exército Brasileiro. Atende cerca de 1.800 alunos nos ensinos fundamental II e médio, sendo reconhecido por sua excelência acadêmica e tradições militares.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Origens e Fundação
[editar | editar código-fonte]A história do CMRJ remonta às terras da Chácara Pedra da Babilônia, que, desde o século XVI, pertenceram à Companhia de Jesus. Em 1759, com a expulsão dos jesuítas, as terras passaram ao Fisco Real e foram leiloadas. Em 1762, Manoel Luís Vieira adquiriu a área, que foi revendida e dividida ao longo dos anos.[2] Em 1816, Antônio Alves da Silva Pinto tornou-se o único proprietário da chácara, que, após sua falência e suicídio em 1866, foi leiloada e adquirida pelo Barão de Mesquita. Em 1889, a Fazenda Nacional comprou a propriedade por 220 contos de réis para instalar o colégio.[3]
O CMRJ foi fundado como Imperial Collegio Militar da Corte pelo Decreto Imperial nº 10.202, de 9 de março de 1889, assinado pelo Ministro da Guerra Thomaz José Coelho D’Almeida.[4] A aula inaugural ocorreu em 6 de maio de 1889, ministrada pelo Barão Homem de Melo, marcando o início das atividades com 44 alunos.[1] Com a Proclamação da República, passou a ser chamado de Colégio Militar do Rio de Janeiro em 1912, após a criação de outros colégios militares.[5]
Evolução Histórica
[editar | editar código-fonte]No século XX, o CMRJ consolidou sua estrutura com a construção de pavilhões como o Marechal Ribeiro Guimarães (1892) e o Marechal Costallat (1893), além da Biblioteca e laboratórios.[6] Em 1906, foi inaugurado o busto de Thomaz Coelho, e em 1939, no cinquentenário, o colégio recebeu a visita do presidente Getúlio Vargas.[7] Em 1989, no centenário, foi admitida a primeira turma feminina.[8] Em 2000, o Palacete Babilônia foi tombado pelo IPHAN, e em 2023, o CMRJ recebeu a Medalha do Pacificador.[9]
Subordinação
[editar | editar código-fonte]O CMRJ é subordinado à DEPA, órgão do Exército Brasileiro responsável pela gestão do SCMB, sediada no Rio de Janeiro.[10]
Comandante Atual
[editar | editar código-fonte]O atual comandante do CMRJ é o Coronel Victor José Queiroz Cabral, que assumiu o cargo em 2024, vindo do Comando Militar do Norte, em Belém.[11]
Estrutura
[editar | editar código-fonte]Localizado na Rua São Francisco Xavier, 267, Tijuca, o CMRJ ocupa a antiga Chácara Pedra da Babilônia, com 120.000 m², sendo 35.000 m² de área construída.[1] O colégio é dividido em dois platôs: o inferior, para o Ensino Fundamental, com os pavilhões Felisberto de Menezes e Alexandre Carlos Barreto, e o superior, para o Ensino Médio, com os pavilhões Marechal Ribeiro Guimarães e Marechal Costallat.[12] Possui biblioteca, laboratórios, auditório, campo de futebol, quadras poliesportivas, pista de atletismo, ginásio, dojô, sala de esgrima, complexo aquático, e instalações de equitação.[12] Conta com cerca de 100 professores e 150 funcionários.[1]
Projeto Pedagógico
[editar | editar código-fonte]O CMRJ segue o Projeto Pedagógico do SCMB (PP/SCMB), alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), com disciplinas como Matemática, Português e Educação Moral e Cívica (EMC), além de instrução cívico-militar.[13] Oferece aulas de reforço presenciais e via EBVirtual, além de preparação para carreiras militares e vestibulares.[12] A Seção de Apoio Pedagógico (SAP) e a Seção Psicopedagógica (SecPsc) auxiliam no desenvolvimento dos alunos.[12]
Processo Seletivo
[editar | editar código-fonte]O ingresso ocorre por concurso público anual, com vagas para o 6º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio, exigindo provas de Matemática e Português, além de exames médicos.[14] Dependentes de militares têm vagas reservadas por amparo legal.[15]
Desempenho Acadêmico
[editar | editar código-fonte]O CMRJ registra IDEB de 6,5 no Ensino Fundamental II (2019), acima da média estadual (4,9) e nacional (4,9).[16] No ENEM, alcança médias acima de 570 pontos, com aprovações em vestibulares como UFRJ.[17]
Símbolos e Tradições
[editar | editar código-fonte]O lema do CMRJ é "Um belo começo...".[1] A data de 6 de maio é celebrada como o aniversário do colégio.[12] A Canção do CMRJ, com letra de José Ramos da Silva Neto e música de Adelgício Corrêa de Almeida, é executada em formaturas.[12] A Saudação Escolar, uma tradição iniciada no CMRJ, é usada em todo o SCMB.[12] A Legião de Honra reconhece alunos que exemplificam os valores do colégio.[12]
Eventos Notáveis
[editar | editar código-fonte]Ingresso das Meninas
[editar | editar código-fonte]Em 1989, o CMRJ admitiu sua primeira turma feminina.[18] Em 2005, Priscila Alvares tornou-se a primeira Coronel-Aluna, e em 2015, Letícia Cardoso foi a primeira menina a entrar para o Pantheon Literário.[19]
Suicídio de Celestino Netinho
[editar | editar código-fonte]Em maio de 1990, o aluno Celestino José Rodrigues Neto (Netinho) cometeu suicídio após ser humilhado publicamente por supostamente colar em uma prova de geografia, gerando debates sobre o regime disciplinar do colégio.[20]
Assassinato de Horácio Lucas
[editar | editar código-fonte]Em abril de 1954, o aluno Horácio Antônio da Fonseca Lucas foi morto durante uma briga entre alunos do CMRJ e da Escola Técnica Nacional (ETN), evidenciando tensões entre instituições da época.[21]
Patrimônio Histórico
[editar | editar código-fonte]O Palacete Babilônia, a Alameda de Palmeiras Imperiais e o passeio em pedras portuguesas foram tombados pelo DGPC da Prefeitura do Rio de Janeiro em 1994 e pelo IPHAN em 2000.[22] Em 2023, iniciaram-se atividades para transformar o Palacete em um museu.[23]
Referências
- ↑ a b c d e «Colégio Militar do Rio de Janeiro». Exército Brasileiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ Brasil, Decreto Imperial nº 10.202 de 9 de março de 1889.
- ↑ Brasil, Decreto Imperial nº 10.202 de 9 de março de 1889.
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Colégio Militar do Rio de Janeiro Recebe Insígnia da Medalha do Pacificador». Exército Brasileiro. 25 de agosto de 2023. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Subordinação». DEPA. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Comandante». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ a b c d e f g h «Guia do Aluno 2025» (PDF). Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ Brasil, Portaria C Ex nº 1.714, Regulamento dos Colégios Militares de 5 de abril de 2022.
- ↑ «Concurso de Admissão». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Matrícula Amparados». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Colégio Militar do Rio de Janeiro». INEP. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Ingresso nos Colégios Militares». Exército Brasileiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Primeira Coronel-Aluna». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Histórico: Suicídio de Celestino Netinho». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «As memórias de ex-alunos da Escola Técnica Nacional (ETN)» (PDF). XIV Encontro Nacional de História Oral. 2018. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Palacete Babilônia». IPHAN. Consultado em 11 de abril de 2025
- ↑ «Palacete Babilônia: Transformação em Museu». Colégio Militar do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de abril de 2025