Concurso Público Nacional Unificado
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), também chamado de Concurso Nacional Unificado (CNU), é uma iniciativa do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) do Governo Federal do Brasil para centralizar e agilizar o processo de contratação de novos servidores públicos federais. O objetivo principal é realizar, de forma centralizada, exames de contratação para diversos cargos da administração federal, ampliando a oferta de locais de prova e permitindo o pleito a diferentes cargos em um só concurso. Planejado para ser realizado a cada dois anos, o concurso tem sua primeira edição em 2024. A adesão ao concurso por parte de cada órgão é voluntária. Por suas características, o concurso é ocasionalmente descrito como "Enem dos Concursos", em referência ao Exame Nacional do Ensino Médio.
Contexto[editar | editar código-fonte]
De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal do Governo Federal, o Poder Executivo federal perdeu mais de 73 mil servidores entre 2016 e 2022, regredindo ao número de trabalhadores existente há 15 anos. Essa perda compromete a capacidade de resposta do Estado frente ao aumento da complexidade das demandas da sociedade em áreas trabalho-intensivas de atuação direta e indireta do governo.[1]
O CPNU visa reconstruir a força de trabalho dos órgãos públicos e aumentar a velocidade dos processos de contratação, centralizando em um único certame a seleção para diversas carreiras e entidades. Ao realizá-lo, o governo federal dispensa a necessidade de contratação de diferentes bancas organizadoras para aplicação de concursos variados ao longo do ano, otimizando recursos de aplicação e ampliando o número de cidades em que os exames podem ser aplicados.[1]
A primeira edição do concurso foi anunciada em 2023, com realização em 2024 e expectativa de 3 milhões de inscritos. Segundo Esther Dweck, ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o ministério planeja realizar o concurso unificado a cada dois anos.[2]
Objetivos[editar | editar código-fonte]
O CPNU tem como principais objetivos declarados:[3][1]
- Recompor a força de trabalho que presta serviços à população;
- Centralizar o processo de contratação de servidores públicos federais;
- Agilizar os processos de admissão de novos servidores;
- Ampliar e democratizar o acesso da população às vagas públicas;
- Selecionar perfis diversos, representativos da sociedade brasileira.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a ministra Esther afirmou que o concurso era uma das etapas do processo de reforma administrativa do governo Lula.[4]
Estrutura[editar | editar código-fonte]
Inspirado no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o CPNU será realizado simultaneamente em diversas cidades, garantindo ampla concorrência. Um estudo provisório divulgado em agosto de 2013 previa a realização do exame em 180 cidades.[5] Por fim, o governo confirmou que o exame seria aplicado em 220 cidades.[3][6][7]
As provas serão aplicadas em um único dia, divididas em dois turnos de avaliações objetivas e discursivas.[3][8] Haverá conteúdos comuns sobre ética, administração pública e realidade brasileira, além de questões específicas para cada área.[1]
A execução ficará a cargo de uma estrutura de governança liderada pelo MGI, com apoio técnico de instituições como Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Controladoria-Geral da União.[1]
A Cesgranrio será a primeira banca organizadora do Concurso Público Nacional Unificado.[9]
Vagas e blocos temáticos[editar | editar código-fonte]
Serão oferecidas 6640 vagas em 21 órgãos públicos federais, distribuídas em oito blocos temáticos:[3][7][8]
- Infraestrutura, Exatas e Engenharias: 727 vagas
- Tecnologia, Dados e Informação: 597 vagas
- Ambiental, Agrário e Biológicas: 530 vagas
- Trabalho e Saúde do Servidor: 971 vagas
- Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos: 1016 vagas
- Setores Econômicos e Regulação: 359 vagas
- Gestão Governamental e Administração Pública: 1748 vagas
- Nível Médio: 692 vagas
Os candidatos escolherão um único bloco no ato da inscrição e poderão concorrer a diferentes cargos dentro desse bloco.[10]
Inscrições[editar | editar código-fonte]
Apenas 24 horas após as aberturas das inscrições, no dia 20 de janeiro de 2024, 217 mil pessoas já haviam se inscrito.[4]
Referências
- ↑ a b c d e Cilair Rodrigues de Abreu; José Celso Cardoso Jr.; Roberto Pojo (28 de agosto de 2023). «Concurso Público Nacional Unificado: solução para a ampliação e a democratização do acesso da população brasileira às vagas públicas de âmbito federal». Estadão. Consultado em 22 de janeiro de 2024
- ↑ Marcos Amorozo (17 de janeiro de 2024). «Governo quer "Enem dos Concursos" a cada dois anos, diz ministra da Gestão». CNN Brasil. Consultado em 27 de janeiro de 2024
- ↑ a b c d «Tire suas dúvidas sobre o Concurso Nacional Unificado». Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Consultado em 22 de janeiro de 2024
- ↑ a b Denise Rothenburg; Ana Dubeux; Rosana Hessel (21 de janeiro de 2024). «Esther Dweck: 'A reforma administrativa que está no Congresso é punitiva'». Correio Braziliense. Consultado em 27 de janeiro de 2024
- ↑ «Governo quer 'Enem' para concurso público, com provas em 180 cidades, diz ministra a jornal». O Globo. 25 de agosto de 2023. Consultado em 27 de janeiro de 2024
- ↑ «Estão abertas as inscrições do Concurso Nacional Unificado». Agência Gov. Consultado em 22 de janeiro de 2024
- ↑ a b «Concurso Nacional Unificado: veja cidades onde serão aplicadas as provas». O Globo. 19 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024
- ↑ a b «'Enem dos Concursos': como se inscrever no Concurso Público Nacional Unificado». BBC News Brasil. 10 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024
- ↑ «MGI define banca do CPNU de 2024.»
- ↑ «Inscrições do Concurso Nacional Unificado são abertas: veja blocos e datas». UOL. 19 de janeiro de 2024. Consultado em 22 de janeiro de 2024