Diocese da Hispânia
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Diocese do(a) Império Romano | |||||
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Diocese da Hispânia por volta de 400. | |||||
Capital | Augusta Emerita | ||||
Líder | vigário | ||||
Período | Antiguidade Tardia | ||||
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A Diocese da Hispânia (em latim: Diocesis Hispaniarum, Diocese das Espanhas) foi uma diocese subordinada à prefeitura pretoriana da Gália no período final do Império Romano criada durante a reforma de Diocleciano no final do século IV.
História
[editar | editar código-fonte]A Diocese da Hispânia foi criada sob o reinado do imperador Diocleciano, quando este realizou uma grande reorganização administrativa do território do Império Romano[1] cujo objetivo era dividir as províncias imperiais, inclusive a Hispânia Citerior, a Hispânia Ulterior e a Mauritânia, em outras menores e atribuí-las aos diferentes césares e augustos da Tetrarquia.
A diocese desapareceu em 409, quando vândalos, suevos e alanos invadiram a Península Ibérica.
Organização administrativa
[editar | editar código-fonte]A Diocese da Hispânia foi constituída modificando-se a organização provincial herdada da época de Augusto. Assim, as províncias alto-imperiais da Hispânia, Lusitânia e da Bética mantiveram os seus limites, enquanto que a Tarraconense foi dividida em três províncias de menor dimensão, a Galécia, a Cartaginense e a Tarraconense. Da Tarraconense foi separada as Baleares em meados do século IV[2]. Por razões logísticas, juntou-se a elas a Mauritânia Tingitana.
A divisão ficou assim:
- Tarraconense (Tarraconensis)
- Galécia (Gallaecia)
- Cartaginense (Carthaginensis)
- Bética (Baetica)
- Lusitânia (Lusitania)
- Mauritânia Tingitana (Tingitana)
- Baleares (Baleares insulae ou Balearica).
Os praesides ou governadores destas províncias hispânicas foram supervisionados pelo vigário imperial da diocese.
A capital da diocese estabeleceu-se na capital da Lusitânia, a Colonia Emerita Augusta, o que significava uma mudança radical na política imperial, pois, desde época de Augusto, a província mais importante da Hispânia era Tarraconense.
O vicarius Hispaniae tinha à sua disposição um corpo administrativo (officium) formado por vários tipos de burocratas, com um cornicularius à frente[3] e agentes secretos, que informavam diretamente ao imperador, além de diversos tipos de burocratas.
Referências
- ↑ Lista de Verona. XI
- ↑ Not. dig. occ. XXI: Vicarius Hispaniae. Sub dispositione viri spectabilis vicarii Hispaniarum:Consulares:Baeticai. Lusitaniae. Callaeciae. Praesides: Tarraconensis. Carthaginensis.Tingitaniae. Insularum Balearum. (...)
- ↑ Not. dig. occ. XXI: Vicarius Hispaniae. (...) Officium autem habet idem uir spectabilis vicariushoc modo:Principem de scola agentum in rebus exducenariis. Cornicularium. Numerarios duos. Commentariensem. Adiutorem. Ab actis. Cura epistolarum. Subadiuuas. Exceptores.Singulares et reliquum officium Notarios.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- J. ARCE. El último siglo de la España romana, Madrid,4ª. ed., 1997, ISBN 978-84-206-2347-4