Confrontos entre Fluminense e Boca Juniors no futebol
Fluminense versus Boca Juniors | |||||||||||||
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Informações gerais | |||||||||||||
Fluminense | 3 vitória(s), 11 gol(s) | ||||||||||||
Boca Juniors | 3 vitória(s), 12 gol(s) | ||||||||||||
Empates | 2 | ||||||||||||
Total de jogos | 8 | ||||||||||||
Total de gols | 23 | ||||||||||||
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Fluminense e Boca Juniors são dois clubes que disputam jogos entre Brasil versus Argentina do futebol internacional.[1][2]
Introdução
[editar | editar código-fonte]Fluminense e Boca se confrontam desde 1956,[3] mas os seguidos confrontos pela Copa Libertadores da América nas edições de 2008 e de 2012 resultaram no crescimento da rivalidade, que possui como característica fundamental a ocorrência de jogos extremamente disputados quando estas equipes se encontram.
O confronto mais importante entre os clubes ocorreu no dia 4 de novembro de 2023, quando Boca Juniors e Fluminense disputaram o título de campeão da Copa Libertadores da América de 2023, no Maracanã. Nesse dia, o tricolor carioca sagrou-se campeão do torneio continental em sua 64ª edição.[4][5]
História
[editar | editar código-fonte]O primeiro confronto foi válido pelas quartas de final da Copa do Atlântico e ocorreu em Buenos Aires. Nessa partida, o Boca venceu por 3 a 1 e desclassificou o Fluminense do torneio. A Copa do Atlântico foi a terceira competição sul-americana de clubes depois da Copa Aldao e do Campeonato Sul-Americano de Campeões de 1948.
Após essa partida, os dois clubes só voltariam a se encontrar em jogos válidos pela Copa Libertadores da América, que ocorreram nas semifinais de 2008, fase de grupos e quartas de final de 2012 e na grande final de 2023.
Semifinal da Copa Libertadores da América de 2008
[editar | editar código-fonte]Na Copa Libertadores da América de 2008, Flu e Boca duelaram para decidir qual clube avançaria para a final do torneio continental. No jogo de ida, no El Cilindro, o confronto terminou empatado em 2 a 2, com gols de Thiago Silva e Thiago Neves para o tricolor e gols de Riquelme para a equipe Xeneize.[6]
Em um jogo eletrizante e muito disputado no Maracanã, o Fluminense eliminou o Boca Juniors ao vencer a partida de volta por 3 a 1 perante 84.632 torcedores (que inclusive é o maior público desse confronto). O Boca chegou a abrir o placar com Martín Palermo, mas Washington empatou a partida e Darío Conca (que integrou as divisões de base do River Plate, arquirrival do Boca) virou para o tricolor. No final do jogo, Dodô ainda marcou o terceiro gol do Flu, sacramentando a classificação do tricolor das Laranjeiras para a sua primeira final de Copa Libertadores.[7] Vale ressaltar que, com essa vitória, o Fluminense eliminou o atual campeão continental da época, uma vez que o time argentino havia vencido a Copa Libertadores da América de 2007.[8]
Fase de grupos da Copa Libertadores da América de 2012
[editar | editar código-fonte]Anos mais tarde, os dois times se encontraram no Grupo 4 da fase de grupos da Copa Libertadores da América de 2012. Pela 2ª rodada da fase de grupos, o Fluminense venceu a equipe Azul y Oro por 2 a 1 na La Bombonera, quebrando uma invencibilidade de 36 jogos do clube portenho em seu estádio perante 35.592 pagantes (dentre eles cerca de 4.000 tricolores).[9][10] Fred e Deco marcaram para o tricolor, enquanto que Somoza marcou para o Boca.[11]
Já pela 5ª rodada, o Boca Juniors venceu a equipe tricolor no Engenhão pelo placar de 2 a 0. O time argentino marcou seus gols com Darío Cvitanich e Sánchez Miño.[12]
Quartas de final da Copa Libertadores da América de 2012
[editar | editar código-fonte]Após Fluminense e Boca Juniors se classificarem no Grupo 4 em 1º e em 2º lugar, respectivamente, os dois clubes duelaram nas quartas de final. O Boca venceu a primeira partida por 1 a 0, na La Bombonera, com uma arbitragem contestada até mesmo pela imprensa argentina. O único gol da partida foi marcado por Mouche.[13]
No jogo de volta, no Engenhão, o Boca se classificou para as semifinais após empatar em 1 a 1 com um gol marcado por Santiago Silva, aos 45 minutos do segundo tempo. O gol tricolor havia sido marcado ainda na primeira etapa em cobrança de falta de Thiago Carleto.[14]
Final da Copa Libertadores da América de 2023
[editar | editar código-fonte]Após se enfrentarem na semifinal da Copa Libertadores da América de 2008, na fase de grupos e também nas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2012, Fluminense e Boca Juniors decidiram a taça mais cobiçada do continente na final da Copa Libertadores da América de 2023. A grande final foi a 16ª decisão de Copa Libertadores entre um time brasileiro e um time argentino, na qual o Fluminense conquistou o título inédito.[15][16]
Na 64ª edição da Copa Libertadores, os dois times foram líderes em seus grupos e eliminaram fortes candidatos ao título. Ao longo dessa edição, o Fluminense teve como característica principal a posse de bola. O Boca, por sua vez, teve dificuldades de impor sua maneira de jogar durante o torneio. Entretanto, o time argentino se mostrou extremamente eficiente em cobranças de pênaltis, uma vez que venceu todas as disputas por penalidades máximas que participou durante a fase mata-mata.[17]
A partida decisiva reuniu jogadores de prestígio internacional, tais como Marcelo, Cavani, Felipe Melo, Sérgio Romero, Ganso, Advíncula e Fabra. Além disso, outros destaques como Germán Cano, Fábio, Barco, Darío Benedetto, André, Nino, Jhon Arias e John Kennedy também estiveram presentes na grande decisão.
A final da Copa Libertadores da América de 2023 teve arbitragem colombiana, tendo o experiente árbitro Wilmar Roldán como responsável por conduzir a partida. Jogando com seus uniformes tradicionais, Boca Juniors e Fluminense contaram com a presença de 69.233 pessoas no Maracanã, sendo esse o maior público já registrado em uma final única da Copa Libertadores da América até então.
O início da decisão foi marcado pelas tentativas do Fluminense em controlar a posse de bola, enquanto que o time do Boca Juniors esperava pelo erro tricolor para chegar ao gol de Fábio. Aos 36 minutos de jogo, após uma tabela entre Keno e Jhon Arias próxima à linha lateral, o camisa 11 tricolor rolou a bola para Germán Cano que, dentro da grande área, chutou de primeira e abriu o placar para o tricolor carioca. O primeiro tempo terminou aos 47 minutos com o placar de 1 a 0 para o Fluminense.
Já no segundo tempo, a partida mudou de configuração. O Boca Juniors foi mais incisivo e buscou impor seu ritmo de jogo para empatar a decisão e o Fluminense adotou uma postura mais cautelosa e reativa, obtendo uma menor posse de bola em relação à primeira etapa. Após várias tentativas da equipe argentina, Luis Advíncula finalizou na entrada da grande área e empatou a partida aos 27 minutos. Com o gol da equipe Azul y Oro, o Fluminense buscou se reorganizar na partida e voltou a impor seu ritmo. Aos 48 minutos do segundo tempo, o lateral Diogo Barbosa ainda teve a chance de desempatar a decisão, mas acabou finalizando para fora. Terminava assim o tempo regulamentar da grande final.
No primeiro tempo da prorrogação, o Fluminense passou a arriscar mais a fim de evitar a disputa de pênaltis, que para o Boca Juniors seria o cenário ideal. Aos 8 minutos da prorrogação, Keno recebeu de Diogo Barbosa um passe pelo alto e ajeitou para John Kennedy, que finalizou forte para estufar as redes do gol de Sérgio Romero. O Fluminense estava mais uma vez vencendo a partida. Após comemorar com a torcida, Kennedy, o herói do título, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo. Antes do término dos primeiros 15 minutos da prorrogação, Frank Fabra também foi expulso (por ter desferido um tapa no rosto do zagueiro Nino) e a partida passou a ter 10 jogadores de cada equipe.
No segundo tempo da prorrogação, o Boca partiu para o tudo ou nada e, com o passar do tempo, adotou uma postura mais agressiva no campo de ataque. A equipe argentina contou com finalizações de Darío Benedetto e com inúmeras bolas alçadas na área para buscar o gol que levaria a partida para a decisão por pênaltis. Por um erro no campo de ataque, o Boca quase levou o terceiro gol, mas Guga carimbou a trave direita do gol argentino, aos 9 minutos da segunda etapa. Já nos acréscimos, Vicente Taborda, no desespero, lançou a bola para dentro da área tricolor, mas Fábio tirou de soco e Lima chutou a bola para longe. Foi o último lance da partida. A última tentativa Xeneize. Após Lima afastar o perigo, Roldán foi buscar a bola na linha lateral e decretou o fim da decisão. O Fluminense, pela primeira vez na história, conquistava a Copa Libertadores da América ao vencer o Boca Juniors por 2 a 1.[18]
Jogadores que atuaram nos dois clubes
[editar | editar código-fonte]Poucos jogadores chegaram a atuar com as camisas de Fluminense e Boca Juniors. Dois jogadores que defenderam tanto o Flu quanto o Boca são o centroavante uruguaio Javier Ambrois e o meia argentino Guido Baztarrica, ambos com curtas passagens pelo tricolor das Laranjeiras. Outros jogadores que vestiram a camisa tricolor e também a camisa azul e amarela são os seguintes: o uruguaio Alejandro Morales e o argentino Vicente Cusatti. No século XXI, alguns jogadores que atuaram nas duas equipes foram o zagueiro Luiz Alberto, o lateral-esquerdo Fabián Monzón e o meia Equi González.[19]
Luiz Alberto chegou no Fluminense em 2007, e logo na sua primeira temporada foi campeão da Copa do Brasil. Além disso, o zagueiro foi o capitão da equipe durante a Libertadores de 2008, na qual o clube foi vice-campeão. No ano de 2010, Luiz Alberto foi atuar na defesa do Boca Juniors, onde não se integrou muito bem com a equipe.[20]
Fabián Monzón, por sua vez, teve poucas oportunidades pelo Fluminense. O lateral foi emprestado pelo Lyon em 2013 e não se firmou no clube, o que resultou numa curta passagem do jogador pelo tricolor. Monzón foi o autor do gol do título do Boca no Campeonato Argentino de 2015, quando a equipe xeneize venceu o Tigre por 1 a 0.[21]
Equi González foi para o Boca Juniors em 2002 depois de uma passagem discreta na Fiorentina. Apesar de ter feito parte do elenco campeão da Copa Libertadores de 2003, o meia jogou poucas vezes pelo Boca e saiu do clube no ano seguinte. Após boas atuações no Rosário Central e também no Panathinaikos, González chegou no Fluminense em 2009 e integrou o elenco campeão do Campeonato Brasileiro de 2010, sendo reserva no time de Muricy Ramalho.
Vale lembrar que um dos maiores ídolos do Boca Juniors esteve no radar do Fluminense e quase jogou pelo tricolor. No início de 2013, o Fluminense demonstrou interesse em Juan Román Riquelme, o lendário camisa 10 do clube xeneize. O desejo do tricolor carioca era contar com o craque argentino para a disputa da Copa Libertadores daquele ano.[22] Entretanto, as negociações não avançaram e Riquelme permaneceu no Boca até 2014.
Todos os confrontos
[editar | editar código-fonte]Fluminense e Boca Juniors disputaram 7 partidas em 5 estádios de 3 cidades diferentes, duas argentinas (Avellaneda e Buenos Aires) e uma brasileira (Rio de Janeiro), com público total de 308 034 espectadores no somatório dos jogos (média de 44 005 torcedores por partida).[23][24]
Lista de Jogos | |||||||
Data | Competição | Time mandante | Placar | Time visitante | Estádio | Cidade | Público |
1 de julho de 1956 | Copa do Atlântico | Boca Juniors | 3 – 1 | Fluminense | Viejo Gasómetro | Buenos Aires | 40 000 |
28 de maio de 2008 | Copa Libertadores | Boca Juniors | 2 – 2 | Fluminense | Presidente Perón | Avellaneda | 37 952 |
4 de junho de 2008 | Copa Libertadores | Fluminense | 3 – 1 | Boca Juniors | Maracanã | Rio de Janeiro | 84 632 |
7 de março de 2012 | Copa Libertadores | Boca Juniors | 1 – 2 | Fluminense | La Bombonera | Buenos Aires | 35 592 |
11 de abril de 2012 | Copa Libertadores | Fluminense | 0 – 2 | Boca Juniors | Engenhão | Rio de Janeiro | 36 262 |
17 de maio de 2012 | Copa Libertadores | Boca Juniors | 1 – 0 | Fluminense | La Bombonera | Buenos Aires | 37 320 |
23 de maio de 2012 | Copa Libertadores | Fluminense | 1 – 1 | Boca Juniors | Engenhão | Rio de Janeiro | 36 276 |
4 de novembro de 2023* | Copa Libertadores | Boca Juniors | 1 – 2 | Fluminense | Maracanã | Rio de Janeiro | 69 232 |
*O jogo do dia 4 de novembro de 2023 corresponde à grande final da 64ª Copa Libertadores da América, sendo realizada em uma única partida num estádio neutro escolhido antecipadamente pela CONMEBOL. Em março de 2023, o Maracanã foi o estádio selecionado. O Boca Juniors é considerado a equipe mandante por ordem dos critérios vigentes na Copa Libertadores da América de 2023.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «RODRIGUES, Renan - Jornal O DIA: Para Abel, Flu e Boca é o maior clássico do futebol sul americano». Consultado em 18 de março de 2014. Arquivado do original em 21 de setembro de 2013
- ↑ DIAS, Leandro - Flu x Boca já virou um clássico sul americano, diz Peter Siemsen[ligação inativa]
- ↑ FILHO, Paulo Cezar - Site Jornalheiros/2011/04/historia-fluminense-x-times-argentinos Retrospecto do Fluminense contra times argentinos
- ↑ «Final da Libertadores 2023: horário, local, onde assistir e data de Boca x Fluminense». ge. 6 de outubro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Com título do Fluminense, veja lista de campeões da Libertadores». ge. 4 de novembro de 2023. Consultado em 6 de novembro de 2023
- ↑ «Globoesporte.com > Futebol - CONFRONTO - Boca Juniors X Fluminense 28/05/2008». ge.globo.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Globoesporte.com > Futebol - CONFRONTO - Fluminense X Boca Juniors 04/06/2008». ge.globo.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Boca enterra 'Grêmio imortal', vence e é campeão da Libertadores - 20/06/2007 - UOL Esporte - Futebol». www.uol.com.br. Consultado em 10 de outubro de 2023
- ↑ «Vitória do Flu derruba invencibilidade de 36 jogos do Boca - Placar». web.archive.org. 31 de março de 2014. Consultado em 26 de dezembro de 2023
- ↑ DIAS, Domingos Cachineiro Rodrigues (7 de março de 2012). «Boca Juniors 1 x 2 Fluminense - Vitória épica e Histórica!!!». Site Sempreflu. Consultado em 30 de março 2014
- ↑ «Boca Juniors x Fluminense - Taça Libertadores 2012». globoesporte.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Fluminense x Boca Juniors - Taça Libertadores 2012». globoesporte.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Boca Juniors x Fluminense - Taça Libertadores 2012». globoesporte.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Fluminense x Boca Juniors - Taça Libertadores 2012». globoesporte.com. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Fluminense x Boca Juniors é o 16º Brasil x Argentina na final da Libertadores; veja lista de campeões». O Globo. 3 de novembro de 2023. Consultado em 11 de janeiro de 2024
- ↑ «Com profecia de Diniz, John Kennedy decide, Fluminense vence o Boca e conquista a Libertadores pela primeira vez». www.lance.com.br. Consultado em 26 de dezembro de 2023
- ↑ «Goleiro do Boca brilha de novo nos pênaltis e chega a número inacreditável antes de duelo com Palmeiras». ESPN.com. 11 de setembro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ Club, Fluminense Football. «HISTÓRICO! FLUMINENSE VENCE O BOCA JUNIORS E É CAMPEÃO DA CONMEBOL LIBERTADORES 2023». Fluminense Football Club. Consultado em 11 de janeiro de 2024
- ↑ Redação (19 de outubro de 2023). «Confira quem são os jogadores que já atuaram por Fluminense e Boca Juniors». Fluminense: Últimas notícias, vídeos, onde assistir e próximos jogos. Consultado em 20 de outubro de 2023
- ↑ «Luiz Alberto diz que foi isolado no Boca Juniors: "não joguem na Argentina"». www.uol.com.br. Consultado em 13 de outubro de 2023
- ↑ EXPLOSÃO TRICOLOR, Equipe do site - Ex-Fluminense faz gol do título argentino do Boca Juniors, página editada e disponível em 2 de novembro de 2015
- ↑ Janeiro, Por Rafael Cavalieri Rio de (7 de janeiro de 2013). «Riquelme é o novo alvo do Flu para reforçar o meio-campo em 2013». globoesporte.com. Consultado em 20 de outubro de 2023
- ↑ LIMA, Ricardo de Freitas. «Adversários - Internacionais - Boca Juniors». Site Estatísticas do Fluminense. Consultado em 30 de março de 2014
- ↑ HISTORIA DE BOCA, Equipe do site. «Boca Juniors vs. Fluminense (Brasil)» (em espanhol). Site Historia de Boca. Consultado em 23 de abril de 2014