Constantino Cerulário
Constantino Cerulário | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Oficial cortesão |
Religião | Cristianismo |
Constantino Cerulário (em grego: Κωνσταντῖνος Κηρουλάριος) foi um alto oficial bizantino do terceiro quartel do século XI. Tendo apoiado Isaac I Comneno (r. 1057–1059) em sua revolta para apossar-se do trono imperial, Constantino garantiu para si acesso a inúmeros ofícios cortesões seniores e acabou por se tornar a pessoa mais influente da corte. Foi um correspondente de Miguel Pselo, havendo várias referências a ele nas correspondências de Pselo.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Constantino foi um sobrinho do poderoso Miguel I Cerulário, patriarca de Constantinopla em 1043–1059.[1] O nome de seu pai é desconhecido.[2] De acordo com a genealogia do escritor do século XII João Tzetzes, Constantino Cerulário casou-se com uma dama da Geórgia, uma parente da imperatriz Maria da Alânia (r. 1071–1081). O casal teve uma filha, que foi posteriormente adotada por Eudócia Macrembolitissa. Ela casou-se com um oficial dos impostos chamado Jorge, e deu à luz a mãe de João Tzetzes.[3][4] Constantino teve vários filhos, dos quais Miguel Cerulário foi o mais proeminente: ele também se tornou grande drungário da guarda e casou-se na dinastia comnena, mas defraudou seu outros irmãos da herança de seu pai.[1]
Um amigo e correspondente de Miguel Pselo, Constantino e seu irmão Nicéforo estavam entre os apoiantes de Isaac I Comneno (r. 1057–1059) quando ele levantou-se em revolta para tomar o trono em 1057, e passou a ocupar ofícios seniores na hierarquia bizantina.[1] Em sua correspondência com Pselo, Constantino é variadamente referido por seus altos postos cortesões de sebasto, proedro, protoproedro e magistro, os ofícios fiscais seniores de sacelário e logóteta geral, e ofícios judiciais de mestre dos julgamentos (epi ton kriseon) e drungário da guarda.[2][5] Foi provavelmente sob o mandato de Constantino que o último ofício adquiriu o epíteto grande (megas), e foi confirmado como a maior autoridade imperial.[6] Constantino foi aparentemente também a primeira pessoa a manter o título de sebasto. Um selo que pode ser atribuído a ele ainda registra o título de "vestarca, juiz do Velo, e grande curador de Mangana".[7]
Constantino foi um primo de Eudócia Macrembolitissa, que casou-se com o tenente e sucessor de Isaac como imperador, Constantino X Ducas (r. 1059–1067), uma vez que também é conhecida como uma sobrinha do patriarca.[1] Em 1067, Constantino X estava morrendo, e Eudócia, como imperatriz-viúva e mãe dos filhos menores de idade de Constantino, exerceria a regência, porém o imperador temia que ela poderia muito bem incluir seus parentes na regência, já que mantinham altos postos na corte, o que representaria uma ameaça a sucessão de seus filhos. Ele, portanto, fez Eudócia jurar publicamente que não casaria novamente nem aprovaria qualquer co-regente sobre seus filhos com Constantino que não fosse o irmão do último, João Ducas, um juramente que ela logo quebraria com seu casamento com Romano IV Diógenes (r. 1068–1071).[8] Constantino Cerulário morreu em algum momento durante o reinado de Nicéforo III Botaniates (r. 1078–1081), dado que seu testamento foi objeto de uma investigação neste momento.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Kazhdan 1991, p. 1125.
- ↑ a b Guilland 1967, p. 575.
- ↑ Kaldellis 2007, p. 302.
- ↑ Magdalino 1993, p. 321.
- ↑ Dennis 2003, p. 46.
- ↑ Magdalino 1994, p. 108.
- ↑ Nesbitt 2005, p. 60.
- ↑ Garland 1999, p. 169–170.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dennis, George T. (2003). «Elias the Monk, Friend of Psellos». In: John William Nesbitt. Byzantine Authors: literary activities and preoccupations; texts and translations dedicated to the memory of Nicholas Oikonomides. Leida: BRILL. ISBN 90-04-12975-8
- Garland, Lynda (1999). Byzantine Empresses: Women and Power in Byzantium, CE 527–1204 (em inglês). Nova Iorque e Londres: Routledge. ISBN 0-415-14688-7
- Guilland, Rodolphe (1967). Recherches sur les Institutions Byzantines, Tome I. Berlim: Akademie-Verlag
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Kaldellis, Anthony (2007). Hellenism in Byzantium: The Transformations of Greek Identity and the Reception of the Classical Tradition (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-87688-5
- Magdalino, Paul (1993). The Empire of Manuel I Komnenos, 1143–1180 (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52653-1
- Magdalino, aul (1994). «Justice and Finance in the Byzantine State, Ninth to Twelfth Centuries». In: Laiou, Angeliki E. Law and Society in Byzantium, 9th-12th Centuries. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 0-88402-222-6
- Nesbitt, John W.; Oikonomides, Nicolas (2005). Catalogue of Byzantine Seals at Dumbarton Oaks and in the Fogg Museum of Art, Volume 5: The East (continued), Constantinople and Environs, Unknown Locations, Addenda, Uncertain Readings (em inglês). Washington, Distrito de Colúmbia: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. ISBN 0-88402-309-5