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Consul fabius

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaConsul fabius
Consul fabius é a borboleta do canto superior esquerdo (vista por cima) e inferior direito (vista por baixo), nesta gravura de 1779.[1]
Consul fabius é a borboleta do canto superior esquerdo (vista por cima) e inferior direito (vista por baixo), nesta gravura de 1779.[1]
Vista superior de Consul fabius (foto de espécime coletado na Bolívia).
Vista superior de Consul fabius (foto de espécime coletado na Bolívia).
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Charaxinae[2]
Tribo: Anaeini[2]
Género: Consul
Hübner, [1807][3]
Espécie: C. fabius
Nome binomial
Consul fabius
(Cramer, [1775])[3]
De cima para baixo, subespécies de C. fabius: C. f. quadridentatus, C. f. castaneus, C. f. ochraceus e C. f. albinotatus, em ilustração de 1873.[4]
Sinónimos
Papilio fabius Cramer, [1775]
Papilio hippona Fabricius, 1777
Protogonius cecrops Doubleday, [1849]
Protogonius tithoreides Butler, 1874
Protogonius lilops Butler, 1874
Protogonius holocrates Hahnel, 1890[3]
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Consul fabius (denominada, em português, José-Maria-de-Cauda e, em inglês, Tiger-striped Leafwing)[5] é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae e subfamília Charaxinae[6] que se encontra distribuída do México até a Argentina.[7] Difere das outras três espécies de seu gênero (C. electra, C. excellens e C. panariste[3]) por apresentar asas mais angulosas e de coloração característica em laranja, negro e amarelo; sendo a mais conhecida delas. Apresenta prolongamentos, como caudas terminadas em clava, no final de cada asa posterior.[8] Vista por baixo, a borboleta apresenta o padrão de coloração típico de folha seca.[9] Sua envergadura pode chegar a pouco mais de 7 centímetros.[7] Foi classificada por Pieter Cramer em 1775, com a denominação de Papilio fabius, sendo a espécie-tipo do gênero Consul Hübner, [1807].[2][3]

Consul fabius ocorre em florestas primárias ou decíduas, em altitude que varia entre o nível do mar e cerca de 1.800 metros; sendo avistadas em trilhas ou próximas a margens de rios e de lagoas. Machos passam grande parte de seu tempo no dossel das florestas. Durante a manhã, aquecem-se com suas asas semi-abertas sobre folhas em alturas entre 5 e 15 metros acima do solo; descendo para se alimentar de frutos em fermentação, excremento, urina ou umidade do solo; podendo ser avistada junto com outras borboletas.[10]

Fêmeas descem das copas para oviposição, podendo, por vezes, ser avistadas em baixo de folhagens com suas asas fechadas. Periodicamente elas circulam, voltando para baixo da folhagem, em clareiras de luz, procurando os locais adequados para sua cria (plantas do gênero Piper - Piperaceae, como P. tuberculatum, P. auritum e P. umbellatum[3]).[11] No Brasil, esta espécie pode ser encontrada em ambiente de cerrado, junto com outros Anaeini[6]; distribuindo-se nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.[5]

Ciclo de vida

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Os ovos são de um verde pálido e arredondados. Quando surge a lagarta, esta é de coloração verde, apresentando projeções espinescentes ao longo da cabeça, que possui listras enegrecidas.[12][13] Passa sua vida dentro de uma folha enrolada, surgindo apenas para se alimentar. A crisálida é suavemente esverdeada, com os segmentos abdominais compactados.[11]

De acordo com Adrian Hoskins, Consul fabius pertence a um grupo mimético conhecido por "Tiger Complex"; um grande grupo de espécies de coloração laranja e negra, com mais ou menos cores em branco e amarelo, que inclui membros de diversas famílias de Lepidoptera, incluindo Nymphalidae, Papilionidae e Riodinidae, juntamente com uma série de mariposas da família Arctiidae, Geometridae e Castniidae. Estas borboletas em laranja e negro geralmente apresentam sabores tóxicos ou desagradáveis para as aves, como resultado de uma acumulação de toxinas da alimentação larvar. Um pássaro que tenha experimentado uma ou duas destas espécies evita comer outras espécies semelhantes. Algumas destas borboletas, que são palatáveis para as aves, imitam espécies tóxicas, fazendo os pássaros pensarem que são nocivas, o que é conhecido por mimetismo batesiano.[11]

Consul fabius possui catorze subespécies descritas:[3]

  • Consul fabius fabius - Descrita por Cramer em 1775, de exemplar do Suriname.
  • Consul fabius cecrops - Descrita por Doubleday em 1849, de exemplar do Equador.[14][9]
  • Consul fabius albinotatus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar da Colômbia.
  • Consul fabius bogotanus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar da Colômbia.
  • Consul fabius castaneus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar do Brasil.
  • Consul fabius drurii - Descrita por Butler em 1874, de exemplar do Brasil.[15]
  • Consul fabius divisus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar do Peru.
  • Consul fabius ochraceus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar da Guiana Francesa.
  • Consul fabius quadridentatus - Descrita por Butler em 1874, de exemplar da Bolívia.
  • Consul fabius fulvus - Descrita por Butler em 1875, de exemplar do Peru.
  • Consul fabius diffusus - Descrita por Butler em 1875, de exemplar do Equador.
  • Consul fabius semifulvus - Descrita por Butler em 1875, de exemplar do Equador.
  • Consul fabius fassli - Descrita por Röber em 1916, de exemplar da Colômbia.
  • Consul fabius superba - Descrita por Niepelt em 1923, de exemplar da Colômbia.

Referências

  1. Pieter Cramer; Caspar Stoll (1779). «De uitlandsche kapellen: voorkomende in de drie waereld-deelen Asia, Africa en America = Papillons exotiques des trois parties du monde, l'Asie, l'Afrique et l'Amérique. Volume IV. (pl. XC - Illustration)» (em inglês). Biodiversity Heritage Library. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  2. a b c «Charaxinae (Guenée, 1865)» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  3. a b c d e f g «Consul» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  4. R.Mintern (1874). «Proceedings of the Zoological Society of London (vol. 1873, plate LXIX)» (em inglês). Internet Archive. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  5. a b PALO JR., Haroldo (2017). Butterflies of Brazil / Borboletas do Brasil, volume 2. Nymphalidae 1ª ed. São Carlos, Brasil: Vento Verde. p. 1306-1309. 1.728 páginas. ISBN 978-85-64060-10-4 
  6. a b Jessie Pereira dos Santos; André Victor Lucci Freitas; Pedro de Araujo Lima Constantino; Marcio Uehara Prado. «Guia de identificação de tribos de borboletas frugívoras - Cerrado» (PDF). Icmbio.gov.br. 1 páginas. Consultado em 2 de outubro de 2017 
  7. a b «Consul fabius» (em inglês). Inventory of the butterflies of Sangay National Park (Ecuador). 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  8. NSG group. «Consul fabius». Flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  9. a b Isidro Chacón. «Consul fabius cecrops». Flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  10. LPJC. «Consul fabius, Rhetus periander. Siproeta stelenes (vídeo)». Flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  11. a b c Adrian Hoskins. «Tiger with Tails - Consul fabius (Cramer, 1775)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  12. «Consul fabius caterpillar» (em inglês). Project noah. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  13. «Consul fabius caterpillar» (em inglês). Project noah. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  14. Hedwigthe Strange. «Consul fabius cecrops» (em inglês). Ddeviant art. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 
  15. «Consul fabius drurii» (em inglês). Lepidoptera brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2015 

Ligações externas

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