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Conus

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Cinco vistas da concha de Conus marmoreus Linnaeus, 1758,[1] o cone-de-mármore,[2] encontrada no Indo-Pacífico[1] e considerada a espécie-tipo de seu gênero.[3]
Cinco vistas da concha de Conus marmoreus Linnaeus, 1758,[1] o cone-de-mármore,[2] encontrada no Indo-Pacífico[1] e considerada a espécie-tipo de seu gênero.[3]
Cinco vistas da concha de Conus textile Linnaeus, 1758, encontrada no Indo-Pacífico.[1] Suas toxinas, potentes, podem causar envenenamento fatal em humanos.[4]
Cinco vistas da concha de Conus textile Linnaeus, 1758, encontrada no Indo-Pacífico.[1] Suas toxinas, potentes, podem causar envenenamento fatal em humanos.[4]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Neogastropoda
Superfamília: Conoidea
J. Fleming, 1822
Família: Conidae
J. Fleming, 1822[5]
Gênero: Conus
Linnaeus, 1758[3]
Espécie-tipo
Conus marmoreus
Linnaeus, 1758[3]
espécies
ver texto
Três vistas da concha de Conus gloriamaris Chemnitz, 1777, encontrada no oeste do Pacífico,[1] principalmente nas Filipinas; uma célebre espécie cuja raridade durou mais de dois séculos.[6]
Fotografia de uma concha de Conus regius Gmelin, 1791, encontrada no oeste do Atlântico, entre o sul da Flórida, o mar do Caribe e o Brasil.[1]
Nesta imagem, de cima para baixo, as seis mais perigosas espécies do gênero Conus na região do Indo-Pacífico: Conus geographus, Conus aulicus, Conus marmoreus, Conus striatus, Conus textile e Conus tulipa; todas classificadas por Lineu, em 1758.[1]

Conus (nomeados, em inglês e português, cone -sing.)[1][2] é um gênero de moluscos gastrópodes marinhos predadores[7] pertencentes à família Conidae da subclasse Caenogastropoda e ordem Neogastropoda, classificado por Carolus Linnaeus, em 1758, ao descrever suas primeiras espécies em seu Systema Naturae; notadamente Conus marmoreus, sua espécie-tipo.[3]

Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra, encontrando-se um considerável número de espécies na região do Indo-Pacífico.[7][8]

Como suas conchas, sólidas e em sua maior parte coloridas, têm uma característica forma cônica, surpreendentemente homogênea,[8][9] classificações até o início do século XXI colocavam todos os Conidae sob este gênero (Conus);[1][9] agora dividido após trabalhos de sequenciamento de DNA que incluíram a determinação de novos gêneros (Californiconus, Conasprella, Lilliconus, Malagasyconus, Profundiconus e Pygmaeconus) e famílias (como a família Conorbidae, para espécies como a brasileira Conus selenae, agora Artemidiconus selenae (van Mol, Tursch & Kempf, 1967)).[9][10][11]

Compreende, em sua totalidade, caramujos de conchas cônicas e espiral larga, mais ou menos aplainada (em espécies como Conus excelsus ela chega a ser alta, tornando a concha bicônica) e, às vezes, esculpida com nódulos; pequenas ou atingindo tamanhos superiores a 10 centímetros de comprimento, geralmente com superfície lisa e revestida por desenhos e marcações coloridas formando manchas, faixas, pontuações e até mesmo formas triangulares.

Suas columelas não possuem pregas columelares, o lábio externo é bastante delgado e a abertura costuma ser estreita, acompanhando o traçado da columela (tornando-se mais alargada em espécies que se alimentam de peixes); e seus canais sifonais não se destacam do formato da concha. Estes moluscos têm um perióstraco mole, cobrindo suas conchas, e alguns têm um pequeno opérculo.

O animal possui um prolongamento tubular, largo, que pode ser esticado e sobrepassar amplamente a borda da concha, sendo utilizado em sua alimentação, após o disparo de sua rádula, ligada a glândulas de peçonha, como um arpão de veneno.[1][4][7][8][12]

Suas rádulas são modificadas, em forma de dardo e inoculadoras de veneno, sendo disparadas e ficando no tecido de suas vítimas, tornando-se substituídas, constantemente, para novos ataques. Nas espécies piscívoras, como Conus geographus, elas são potencialmente fatais em humanos.[4][7][8][11][13][14] [15]

Espécies potencialmente perigosas ao homem

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Acidentes com Conus causam envenenamentos humanos graves e até mesmo óbitos por sua ação neurotóxica de substâncias denominadas conotoxinas, indutoras do bloqueio de receptores sinápticos e causadoras de paralisia muscular miorrelaxante, ocasionando em parada respiratória entre os quarenta minutos a cinco horas após o contato.

Estes animais costumam enterrar-se na areia, parcialmente, durante o dia, para sair à caça de suas presas à noite. Estas presas podem constituir-se de vermes, outros moluscos e peixes. Cerca de dezoito espécies diferentes foram registradas como ofensivas ao homem, sendo mais perigosas as que possuem regime alimentar piscívoro, em sua maioria presentes na região do Indo-Pacífico tropical, como Conus geographus (a espécie mais associada a mortes humanas), Conus aulicus, Conus marmoreus, Conus striatus, Conus textile e Conus tulipa.

Como as presas destas espécies são normalmente mais rápidas, tais criaturas desenvolveram um poderoso veneno que pode matá-las ou paralisá-las instantaneamente. Algumas espécies que provocam acidentes graves não são piscívoras, como Conus marmoreus. No Atlântico Ocidental, uma espécie potencialmente perigosa é Conus regius Gmelin, 1791, que ocorre comumente desde o mar do Caribe (sul da Flórida, Antilhas e Bahamas) até a costa do estado de São Paulo, na região sudeste do Brasil, a pouca profundidade.[1][4][7][8][13][14] Existem aproximadamente 30 registros de humanos mortos por espécies de Conidae (NELSON, 2004; Nature). As vítimas humanas sofrem pouca dor, porque o veneno contém um componente analgésico.[18] Há espécies que, alegadamente, podem matar um humano em menos de cinco minutos; assim o nome cigarette snail (caramujo de cigarro), como afirmando que sua vítima só tem tempo de fumar um cigarro antes de morrer.[19] Eles também podem picar através de uma roupa de mergulho.[18] Possuem enormes possibilidades para a produção de drogas analgésicas; pois certas proteínas, neles contidas, podem atacar receptores de dor humanos específicos e podem ser até 10.000 vezes mais potentes que a morfina, sem os efeitos colaterais e perigosos desta.[19]

Espécies de Conus

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De acordo com o World Register of Marine Species, incluídos os sinônimos no gênero e extintas.[3]

Imagens de Conus

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Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 244-272. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  2. a b Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas». FEUP. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018. Arquivado do original em 7 de outubro de 2020 
  3. a b c d e «Conus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  4. a b c d e Haddad Junior, Vidal; Paula Neto, João Batista de; Cobo, Válter José (outubro de 2006). «Venomous mollusks: the risks of human accidents by conus snails (gastropoda: conidae) in Brazil» (em inglês). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol 39; nº 5. (SciELO). 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  5. «Conidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  6. FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 159-169. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  7. a b c d e SILVA, José António; MONTALVERNE, Gil (1980). Iniciação à Colecção de Conchas. Colecção Habitat. Lisboa, Portugal / Livraria Martins Fontes, Brasil: Editorial Presença. p. 75-77. 110 páginas 
  8. a b c d e LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 83-84. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  9. a b c RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 156-158. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  10. «Artemidiconus selenae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  11. a b Puillandre, N.; Duda,T. F.; Meyer, C.; Olivera, B. M.; Bouchet, P. (5 de setembro de 2014). «One, four or 100 genera? A new classification of the cone snails» (em inglês). Journal of Molluscan Studies 81(1), fevereiro de 2015; ePUB (US National Library of Medicine; National Institutes of Health Search database: NCBI). 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  12. Biopixel (28 de outubro de 2015). «Geographus cone shell net feeding on sleeping fish» (em inglês). YouTube. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  13. a b SZPILMAN, Marcelo (1998). Seres Marinhos Perigosos. guia prático de identificação, prevenção e tratramento. Rio de Janeiro: Instituto Ecológico Aqualung. p. 76-78. 168 páginas. ISBN 85-900691-1-7 
  14. a b Haddad Junior, Vidal; Coltro, Marcus; Simone, Luiz Ricardo L. (julho–agosto de 2009). «Report of a human accident caused by Conus regius (Gastropoda, Conidae)» (em inglês). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol.42; no.4. (SciELO). 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  15. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 264. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  16. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 244-272. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  17. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 244-272. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  18. a b Nelson, Laura (24 de junho de 2004). «One slip, and you're dead...» (em inglês). Nature, volume 429. pp. 798–799. Consultado em 12 de novembro de 2018 
  19. a b Queuebot (10 de fevereiro de 2009). «The "Cigarette" Snail» (em inglês). Neatorama. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2018 
  20. «Conus (Lividoconus) floridulus» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2018. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021