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Convento de São Francisco (Almodôvar)

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Convento de São Francisco
Convento de São Francisco (Almodôvar)
Vista da igreja, em 2009.
Nomes alternativos Convento de Nossa Senhora da Conceição
Construção Século XVII
Património Nacional
Classificação  Imóvel de Interesse Público
(Decreto n.º 45/93, de 30 de Novembro)
DGPC 74594
SIPA 739
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 37° 30' 49.6" N 8° 03' 28.2" O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

O Convento de São Francisco, igualmente conhecido como Convento de Nossa Senhora da Conceição, é um monumento religioso na vila de Almodôvar, na região do Alentejo, em Portugal.

O imóvel situa-se na área oriental da vila de Almodôvar, com acesso pelas ruas da Constituição e do Convento.[1] Consiste num antigo convento da Ordem Terceira de São Francisco,[2] composto por uma igreja e outras dependências, organizadas em torno de um claustro,[3] onde se encontrava uma cisterna.[4] Apresenta elementos de vários estilos, como chão, vernacular, barroco e rococó.[3] No exterior, destaca-se a torre sineira na fachada principal.[2] No interior, são de especial interesse os seus altares, decorados com talha dourada seiscentista e setecentista.[2] Na capela-mor, existem três quadros, um relativo ao presépio e dois retratando o casamento de Santa Maria com São José, sobre painéis de azulejos policromados alusivos à devoção mariana.[2] A cobertura da capela-mor apresenta pinturas murais sobre a Imaculada Conceição de Maria e a sua ascenção ao paraíso[2] No interior também se destaca o órgão de tubos, situado junto da entrada, e que se enquadra no estilo oriental, devido à sua decoração em chinoiserie, referindo-se às campanhas de evangelização franciscana nos países orientais.[2]

O primeiro edifício no local foi uma ermida fundada em 1630.[1] O convento em si foi fundado em 1680 por Frei Evangelista, da Ordem de Santiago, a partir da expansão da ermida,[1] tendo a cerimónia de lançamento da primeira pedra tido lugar no dia 2 de Setembro daquele ano.[2] O convento, na sua configuração original, foi construído parcialmente sobre estruturas que faziam parte da antiga ermida.[4] A talha dourada nos altares foi executada entre os finais do século XVII e inícios do seguinte.[2] Ao longo da sua história, o edifício foi por várias vezes alvo de obras, deevido em parte às diversas funções que teve, que levaram a grandes alterações na sua estrutura.[4] Durante trabalhos arqueológicos foram encontrados os vestígios de vários compartimentos que permitem identificar a configuração original do convento, como a Sala ou Casa do Capítulo e parte da sua portaria, enquanto que no lado setentrional encontravam-se espaços ligados à regra franciscana, como o De Profundis, o refeitório, a Sala da Cadeira do Tribuno ou do Leitor, as cozinhas e uma possível sala de armazenamento.[4] Estas duas contavam com um sistema de canalização subterrâneo ligado à cisterna no pátio.[4]

O edifício foi restaurado em 1810, e em 1834 os frades foram expulsos como parte do processo de extinção das ordens religiosas.[3] Em 1859 passou a ser ocupado pelos Paços do Concelho,[3] que antes ocupavam um outro edifício na vila,[5] pela Secretaria Notarial e pela Conservatória do Registo Predial.[3] Em 1928 os paços do conselho foram passados para um outro imóvel.[3] O convento foi danificado pelo Sismo de 1969,[3] tendo sido alvo de obras de reparação em 1980.[1] Foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 45/93.[6] Em meados da década de 1990, o convento deixou de albergar o Tribunal Judicial, e em 1994 foram feitas obras de reparação nos terraços.[3]

O recheio do convento incluía um interessante conjunto de alfaias litúrgicas, que passaram a fazer parte do acervo da Igreja Matriz.[7]

Entre 2010 e 2013 voltou a ser alvo de uma intervenção de restauro, durante a qual foram pavimentadas diversas áreas e criados acessos pedonais, embora estas obras tenham atingido alguns vestígios antigos do edifício, como calçadas e restos de muros.[4]

Em 2024, as exposições do Museu da Escrita do Sudoeste foram temporariamente transferidas para o antigo convento de São Francisco, para a realização de obras de restauro e expansão da sede do museu.[8]

Referências

  1. a b c d «Convento e Capela de São Francisco». Património Cultural. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 1 de Agosto de 2024 
  2. a b c d e f g h «Convento da Nossa Senhora da Conceição». Câmara Municipal de Almodôvar. Consultado em 1 de Agosto de 2024 
  3. a b c d e f g h MENDONÇA, Isabel; PEREIRA, Ricardo (2002) [1994]. «Convento e Capela de São Francisco / Convento de Nossa Senhora da Conceição». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 1 de Agosto de 2024 
  4. a b c d e f «Convento de Nossa Senhora da Conceição». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Portal do Arqueólogo. Consultado em 2 de Agosto de 2024 
  5. «Museu Municipal Mestre Severo Portela». Câmara Municipal de Almodôvar. Consultado em 15 de Agosto de 2024 
  6. PORTUGAL. Decreto n.º 45/93, de 30 de Novembro. Presidência do Conselho de Ministros. Publicado no Diário da República n.º 280, Série I-B, de 30 de Novembro de 1993.
  7. «Igreja Matriz de Santo Ildefonso». Câmara Municipal de Almodôvar. Consultado em 7 de Agosto de 2024 
  8. «Almodôvar: Museu da Escrita do Sudoeste de regresso à sua "casa original"». Rádio Voz da Planície. 25 de Junho de 2024. Consultado em 12 de Agosto de 2024 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Convento de São Francisco

Ligações externas

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