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Conversas com Goethe

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Conversas com Goethe (título original em alemão: Gespräche mit Goethe) é um livro do gênero conversa de mesa escrito por Johann Peter Eckermann, onde o autor registra suas conversas com Johann Wolfgang von Goethe durante os últimos nove anos da vida deste último, enquanto Eckermann serviu como secretário pessoal de Goethe.[1]

A obra foi lançada em dois volumes, no ano de 1836, e substancialmente aumentada mediante a adição de outro volume, em 1848. Eckermann publicou o livro numa época em que a popularidade de Goethe estava diminuindo na Alemanha, e o livro inicialmente vendeu pouco no país. Mas rapidamente tornou-se muito popular entre os leitores internacionais e, posteriormente, foi importante na revitalização do interesse e da apreciação do trabalho de Goethe, tanto na Alemanha quanto em todo o mundo.

Todavia algumas edições chegam ao ponto de publicar o livro com o título de Conversas com Eckermann, indicando Goethe como coautor. Essa prática implica, erroneamente, que Eckermann teria sido o organizador e não o autor da obra. Na verdade, Eckermann inclui muito material autobiográfico no livro e afirma claramente que suas "conversas" não são transcrições palavra por palavra, mas reconstruções baseadas na memória.[1]

24 de novembro de 1824. Vi Goethe esta noite, antes de ir ao teatro, e o encontrei bem e alegre… Disse-lhe que propus ler com o Sr. Doolan a tradução alemã de Plutarco. Isso nos levou a falar da história romana e grega. Goethe disse: “A história romana não se adéqua à nossa atual mentalidade. Temos um interesse mais geral pela humanidade e não podemos simpatizar com os triunfos de César. Nem somos muito edificados pela história da Grécia. Quando todo o povo se uniu contra um inimigo estrangeiro, então, de fato, sua história é grande e gloriosa; mas a divisão dos estados e suas guerras eternas entre si, onde gregos lutam contra gregos, são insuportáveis. Cheio de eventos importantes, as batalhas de Leipsic e Waterloo tão grandiosas, que Maratona e outros dias semelhantes são totalmente eclipsados. Nem nossos grandes homens são inferiores aos deles. Wellington, Blucher e os marechais franceses competem com qualquer um dos heróis da antiguidade.[2]
Domingo, 11 de março de 1832. "Nós mal sabemos", continuou Goethe, "o que devemos a Lutero e à Reforma em geral. Somos libertos dos grilhões da estreiteza espiritual; nós, em consequência de nossa cultura crescente, tornamo-nos capazes de voltar à fonte e compreender o cristianismo em sua pureza. Temos, novamente, a coragem de permanecer com os pés firmes na terra de Deus e nos sentir em nossa natureza humana divinamente dotada. Que a cultura mental continue avançando, que as ciências naturais continuem ganhando profundidade e amplitude, e que a mente humana se expanda o quanto puder, ela nunca irá além da elevação e cultura moral do cristianismo, tal como brilha e resplandece no evangelho!"

Referências

  1. a b Eckermann, Johann Peter; Soret, Frédéric Jacob (1850). «Conversations of Goethe, with Eckermann and Soret». archive.org (em inglês). Londres. Consultado em 27 de julho de 2024 
  2. Eckermann (1852). Conversations with Goethe in the Last Years of His Life (em inglês). Boston; Cambridge: J. Munroe.