Cortesia (saudação)
Uma cortesia (ou reverência do inglês courtesy) é um tradicional gesto de saudação, na qual uma menina ou mulher dobra seus joelhos, mas mantém a cabeça erguida. É o equivalente feminino da saudação masculina de “curvar-se”. Segundo Miss Manners, o gesto é caracterizado como uma "tradicional saudação de um inferior para um superior."[1] Na lingua inglesa, a palavra "curtsy" é uma alteração fonética de "courtesy", conhecido na lingüística como uma Síncope.
De acordo com Desmond Morris, os motivos envolvidos na cortesia e na curvatura eram parecidos até o século dezessete, quando uma diferenciação entre as duas mensuras ocorreu. Antigamente, uma versão combinada dos dois era feita por atores da Restauração Inglesa na Comédia.[2] Em variantes mais formais da cortesia, a menina/mulher dobra os joelhos para fora (ao invés de para frente), muitas vezes cobrindo um pé atrás dela. Ela também pode usar as mãos para segurar a saia para fora de seu corpo. Na era vitoriana, quando as mulheres usavam vestidos até o chão, as saias rodadas de armação, a reverência era feita com um movimento emprestado do balé clássico, onde os joelhos são dobrados, enquanto que as costas são arqueadas em linha reta. Ambos os pés e joelhos apontavam para fora.
Tradicionalmente, as mulheres e meninas faziam cortesia para aqueles de nível social mais alto, faziam da mesma forma os homens e meninos, no caso, curvando-se. Hoje, entrementes, essa prática tornou-se menos comuns. Em culturas européias é tradicional que mulheres façam reverência diante da realeza.[3] Usualmente, algumas mulheres fazem curvatura para seus empregadores, principalmente me hotéis.
Monarquia
[editar | editar código-fonte]Conta-se, que quando o Primeiro Ministro Inglês Tony Blair foi realizar o pedido formal à Rainha Isabel II para governar, sua esposa, Cherie Blair teria se recusado a fazer a cortesia para Rainha, ou a teria feito de forma desconfortável. [3]
Durante o casamento real do Principe Guilerme e de Catarina Middleton, Duques de Cambrige,[4] esta fez uma reverência para Rainha na saída do altar. Segundo as regras, como futura Rainha, a Duquesa deverá ser reverenciada pelas pessoas, assim como por outros membros da Familia Real, mesmo as princesas Beatrice e Eugênia.[4] A princesa Ana, filha da rainha Isabel II, recusou-se a fazer uma cortesia para a Duquesa da Cornualha, mulher do Principe de Gales.[4]
Dançarinas geralmente fazem uma cortesia ou mensura no final de uma apresentação para mostrar a gratidão ou reconhecer os aplausos da platéia. No final de uma aula de balé, os alunos também realizam a cortesia ou curvam-se ao professor e ao pianista para mostrar gratidão. De acordo com a etiqueta de dança vitoriana, uma mulher deve fazer uma cortesia antes de começar uma dança.
É costume para mulheres patinadoras realizarem uma reverência ao final de seus programas na patinação em competições ou exposições.
A "Texas Dip" é um tipo de cortesia extrema usada por debutantes do Texas quando são apresentadas no International Debutante Ball no Waldorf-Astoria. A jovem lentamente abaixa a testa no chão, cruzando os tornozelos, e em seguida dobra os joelhos para dentro. O acompanhante no baile segura a mão da adolescente durante a cortesia. Quando a cabeça dela se aproxima do chão, ela vira a cabeça para o lado, evitando o risco de sujar o vestido com batom.[5]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Judith Martin (2005). Miss Manners' guide to excruciatingly correct behavior. [S.l.]: W. W. Norton & Company. p. 692. ISBN 9780393058741
- ↑ Desmond Morris (2007). The Naked Woman: A Study of the Female Body. [S.l.]: Macmillan. p. 247. ISBN 9780312338534
- ↑ a b Martha MacCallum. «The Queen Gets the Last Word With Tony Blair» (em inglês). Fox News. Consultado em 1 de junho de 2011. Arquivado do original em 30 de abril de 2011
- ↑ a b c Christopher Wilson. «So will Camilla have to curtsey to Kate? It's the tantalising question at the heart of an epic battle of royal egos» (em inglês). Mail online. Consultado em 1 de junho de 2011
- ↑ Vendela Vida (2000). Girls on the Verge. [S.l.]: Macmillan. p. 61. ISBN 9780312263287