Criptomoedas no Brasil
Criptomoedas no Brasil é o uso das criptomoedas no cenário brasileiro.
O mercado de criptomoedas (do inglês "cryptocurrency" ou "digital asset") no Brasil está em análise para a ser mais fiscalizado. A Receita Federal planeja a primeira medida para regulamentar as moedas virtuais no país, em um esforço para cobrar impostos de quem negocia criptomoedas como o Bitcoin e fazendo as corretoras (exchanges) a prestar informações sobre todas as transações de compra e venda, assim tentando conter o uso da tecnologia para lavagem de dinheiro.[1][2] Já ocorreram fraudes financeiras vultosas no país, envolvendo criptomoedas falsas como a Kriptacoin[3] (um esquema em pirâmide que lesou investidores em aproximadamente 250 milhões de reais em 2017).[4]
A Receita Federal estima que já existam mais brasileiros movimentando criptomoedas do que investindo na bolsa, por exemplo, na B3, são 800 mil investidores cadastrados. Além disso, o mercado de Bitcoins movimentou mais de R$ 8 bilhões no país apenas no ano passado. O Fisco vê a medida como uma maneira de cobrar impostos de quem trabalha com criptomoedas.[5]
Dentre as criptomoedas criadas no Brasil cita-se: Blood Donation Coin,[6] MartexCoin, CriptoReal, Lunes,[7] ZCore,[8] Niobio Cash,[9] Nelore Coin, JEDALs.[10]
Toda esta adesão fez o mercado cripto/blockchain crescer no país e, de acordo com uma pesquisa realizada pela Global Digital Report, o Brasil foi classificado com o quinto país do mundo com maior quantidade de usuários de Bitcoin e outras criptomoedas. Segundo os dados levantados, cerca de 8,1% dos brasileiros entre 16 e 64 anos possui alguma criptomoeda, colocando a nação à frente dos Estados Unidos, Japão, China e também acima da média mundial que está em torno de 5,5%.[11]
BRZ
[editar | editar código-fonte]Em setembro de 2020, a criptomoeda brasileira BRZ atingiu um marco importante ao ser considerada a stablecoin com o maior volume de negociação do mercado[12]. Entre julho e agosto de 2020, a stablecoin brasileira movimentou R$ 620 milhões em negociações de balcão. No final de 2020, a Transfero Swiss, emissora da BRZ, divulgou o primeiro relatório de auditoria das reservas em moeda fiduciária mantidas como colateral da stablecoin. O relatório foi assinado pelos escritórios CMT Law e FMC Law, atestando uma reserva total de R$ 47,653 milhões, equivalente a 106% do total de 45 milhões de BRZ existentes. No início de 2021, a stablecoin expandiu sua atuação, anunciando integração com a blockchain Solana [13], que é considerada mais veloz e econômica do que o Ethereum, que é mais robusto mas sofre com problemas de escalabilidade.
Stablecoin Alliance e criptomoeda brasileira
[editar | editar código-fonte]A Stablecoin Alliance, uma organização sem fins lucrativos, foi criada por cinco países que se uniram para acelerar a adoção de stablecoins em todo o mundo. A aliança é formada pela Indonésia, Canadá, Turquia, Europa e Brasil. O Brasil está sendo representado pela criptomoeda brasileira BRZ[14], a Turquia pela BiLira, Europa pela EURS, Indonésia com Rupiah Token e Canadá com Stablecorp.
ABCripto e autorregulação
[editar | editar código-fonte]A Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) foi criada em 2017 e reúne empresas do setor que atuam no Brasil, como Foxbit, Novadax e Mercado Bitcoin. Em 2020, a entidade lançou um código voltado à autorregulação do setor, seguindo modelos de outros países[15].
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Criptoanarquismo
- Economia da informação em rede
- Economia digital
- Liberdade econômica
- Lista de criptomoedas
- Moeda privada
- Sistema bancário livre
- Teoria quantitativa da moeda
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- "Moedas Virtuais no Brasil: como enquadrar as criptomoedas" - Revista da Procuradoria-Geral do Banco Central
- Lançamento da Associação Brasileira de Criptomoedas
Referências
- ↑ «Receita deve apertar o cerco sobre operações com bitcoins e criptomoedas». economia.uol.com.br. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «Receita Federal cria novas normas para fiscalização de criptomoedas». Canaltech. 5 de dezembro de 2018. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ G1 DF e TV Globo (23 de abril de 2018). «Kriptacoin: Justiça condena 13 pessoas por envolvimento com moeda falsa». G1. Consultado em 11 de setembro de 2019
- ↑ Tolotti Umpieres, Rodrigo (21 de setembro de 2017). «Kriptacoin: polícia desarticula esquema de R$ 250 milhões em pirâmide financeira com moeda digital». Infomoney. Consultado em 11 de setembro de 2019
- ↑ https://olhardigital.com.br/noticia/vem-ai-a-primeira-medida-de-regulacao-de-criptomoedas-no-brasil/80336
- ↑ Alves, Paulo (18 de junho de 2018). «Sete fatos interessantes sobre criptomoedas». Techtudo. Consultado em 10 de setembro de 2019
- ↑ redação, Da (3 de abril de 2019). «Top cinco criptomoedas brasileiras que você deve ficar de olho!». Batistacoin.net. Consultado em 18 de janeiro de 2021
- ↑ «Top cinco criptomoedas brasileiras que você deve ficar de olho!». Batistacoin.net. 3 de abril de 2019. Consultado em 10 de setembro de 2019
- ↑ «Conheça a Nióbio Cash, uma criptomoeda genuinamente brasileira». Alerta Acre. 31 de janeiro de 2019. Consultado em 10 de setembro de 2019
- ↑ Maia, Julio (18 de março de 2022). «Brazil legalizes crypto as payment method, no legal tender status». Coinpaper. Consultado em 24 de setembro de 2021
- ↑ «Brasil é um dos cinco países com maior quantidade de usuários de Bitcoin e criptomoedas do mundo | Criptomoedas Fácil». Criptomoedas Fácil. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «BRZ é considerada a criptomoeda brasileira mais negociada do mercado, após atingir R$ 675 milhões na FTX». Cointelegraph. Consultado em 26 de fevereiro de 2021
- ↑ «Stablecoin mais negociada do Brasil, BRZ anuncia integração com a blockchain Solana em busca de rapidez e economia». Cointelegraph. Consultado em 26 de fevereiro de 2021
- ↑ «Criptomoeda do Brasil faz parte de grupo de cinco países que lançará stablecoin Alliance». Cointelegraph. Consultado em 26 de fevereiro de 2021
- ↑ «Maiores corretoras de criptomoedas do Brasil fazem acordo de autorregulação». investimentosinfo.com.br. 13 de novembro de 2020. Consultado em 26 de abril de 2021