Crise académica de 1962
Aspeto
A Crise académica de 1962 foi um dos mais expressivos levantamentos estudantis contra o Estado Novo ou Segunda República de Portugal. Está na origem da comemoração do "Dia do Estudante" a 24 de Março.
Principais acontecimentos
[editar | editar código-fonte]- 24 de Março - o Governo de Salazar proíbe as comemorações tradicionais do Dia do Estudante. A Polícia de Choque invade a Cidade Universitária, carregando sobre centenas de jovens;
- 26 de Março - os estudantes de todas as escolas superiores de Lisboa declaram luto académico (greve geral às aulas);
- 9 de Maio - um plenário de estudantes aprova uma nova forma de protesto: uma greve de fome coletiva, na cantina. A medida foi proposta por Eurico Figueiredo e seguida por centenas de estudantes como António Correia de Campos.
- 11 de Maio - a cantina foi cercada pela polícia de choque e os estudantes foram detidos (cerca de 800, segundo a versão da PSP ou cerca de 1200 segundo as associações de estudantes). Foi a maior operação policial realizada pelo Estado Novo.
- 14 de Maio - Após uma enorme onda de indignação, todos os estudantes detidos são libertados.
- 14 de Junho - Um plenário realizado no Instituto Superior Técnico ditou o levantamento da greve.
- Final de Junho - Um despacho ministerial puniu 21 grevistas com uma pena de expulsão, durante 30 meses, de todas as escolas de Lisboa.
Após a greve de fome, os estudantes foram expulsos da Universidade de Lisboa[1].
Referências
- ↑ Revista E n.º 2056 (24 de Março de 2012). A Noite em que 1500 Estudantes Foram Presos, pág. 35.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Crises académicas do Estado Novo
- Jorge Sampaio, secretário-geral à data da RIA, Reunião Inter-Associações
- José Medeiros Ferreira, vice-presidente à data da Comissão Pró-Associação da Faculdade de Letras
- Isabel do Carmo, dirigente à data da Comissão Pró-Associação da Faculdade de Medicina
- Vítor Wengorovius
- Lindley Cintra, professor universitário solidário com os estudantes
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Crise académica de 1962 - comemoração do cinquentenário
- As origens do actual Dia do Estudante, A Crise Académica de 1962, Rui Grilo (artigo publicado no Jornal da Universidade de Évora n.º 8, Abril de 1999)
- A crise académica de 1962. Notas sobre o contexto histórico. Albano Nunes (publicado in «O Militante» - N.º 257 - Março/ Abril de 2002
- Crise Académica de 1962 In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Consult. 2013-01-18.