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Cristiano de Sousa

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Cristiano de Sousa
Cristiano de Sousa
Retrato fotográfico do ator Cristiano de Sousa (Foto Guedes, Arquivo Histórico do Porto, década de 1900)
Nascimento Cristiano de Sousa Guimarães
13 de março de 1862
Porto
Morte 30 de outubro de 1935 (73 anos)
Rio de Janeiro
Sepultamento Cemitério de São João Batista
Cidadania Portugal, Brasil, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação juiz, ator, encenador, empresário

Cristiano de Sousa ou Christiano de Souza (Porto, 13 de março de 1862Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1935), foi um juiz, ator, encenador e empresário português, radicado no Brasil.[1][2]

Nasceu no Porto, a 13 de março de 1862, no seio de uma família abastada da aristocracia portuense, filho de Joaquim Alves de Sousa Guimarães e de sua esposa, Clara Maria Botelho de Lacerda Villaça Bacellar.[3]

Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, chegou a exercer a magistratura, abandonando a carreira e fazendo uso da sua fortuna para se dedicar ao teatro. Estreou-se no Teatro Nacional D. Maria II, a 1 de dezembro de 1893, partindo para o Brasil em 1897, organizando uma empresa teatral, juntamente com Lucinda Simões e Lucília Simões. Regressa esporadicamente a Portugal, onde se denota a sua presença na Companhia Rosas & Brazão, Companhia Lucinda Simões, Companhia do Teatro Gymnasio, Sociedade Artística do Teatro Nacional D. Maria II e Companhia Alves da Cunha, representando em vários teatros de Lisboa, Porto e Províncias.[4][5]

Distinguiu-se nas peças A irmã, Georgette, Cyrano de Bergerac, A casa da boneca, Demi-monde, Teresa Raquin, A lagartixa, Zázá, Um pai pródigo, Tosca, Blanchette, O maior castigo, Fogueiras de S. João, Pouca sorte, A encruzilhada, Madame Flirt, O herói do dia, A Ressurreição, Francillon, O sub-prefeito de Chateau Buzard, El genero gordo, Madame Sans-Gêne, Último amor, O primeiro beijo, Os filhos, A tia Leontina, Filho de Coralia, Paixões passageiras, O rato azul, Miquette e sua mãe, A mulher do comissário. As surpresas do divórcio. Os irmãos unidos, etc.[2]

António de Sousa Bastos descreve Cristiano de Sousa, na sua obra Diccionario do theatro portuguez (1908), da seguinte forma: "Deixou magnifica posição na magistratura para se entregar de todo o coração ao theatro, onde hoje é um disctintíssimo actor, um excellente ensaiador e um incansável emprezario. Em Lisboa, principalmente no theatro D. Amélia, no Porto, em muitas terras da provincia e em quasi todo o Brazil o seu nome é hoje bastante considerado e querido."[1]

Homem refinado e apreciador do luxo, mandava fazer os seus fatos em Londres, fumava os melhores charutos, vivia no melhor hotel do Brasil à época, o Copacabana Palace, tendo muitos altos e baixos nas suas finanças.[6]

Residiu nos últimos anos de vida no número 240 da Rua do Riachuelo. Faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, a 30 de outubro de 1935, aos 73 anos de idade, vítima de insuficiência mitral. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista, no bairro de Botafogo, na mesma cidade.[4][3]

Referências

  1. a b Bastos, António de Sousa (1908). Diccionario do theatro portuguez. Robarts - University of Toronto. Lisboa: Imprensa Libânio da Silva. p. 270 
  2. a b «CETbase: Ficha de Cristiano de Sousa». ww3.fl.ul.pt. CETbase: Teatro em Portugal 
  3. a b «Registo de óbitos da 04ª Circunscrição do Rio de Janeiro (1829-2012)». p. 205, registo 7063 
  4. a b Junior, Luiz Americo Lisboa (2020). «Teatro Português no Brasil: do Império à Primeira República» (PDF). Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 
  5. «Cristiano de Sousa Guimarães». pesquisa.auc.uc.pt. Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC) 
  6. «João Villaret». RTP Arquivos. 10 de outubro de 1959