Saltar para o conteúdo

Datoiano

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Datoiano
Morte 607
Ctesifonte
Nacionalidade Império Sassânida
Religião Zoroastrismo

Datoiano (em armênio: Դատոյան; romaniz.: Datoyan) m. 607) foi um príncipe e oficial militar persa do começo do século VII, ativo no reinado de Cosroes II (r. 590–628).

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Dátis (Δάτις), Dácio (Δάτιος), Dados (Δάδοι, Dádо̄i) ou Dadoes (Δαδόης, Dadṓēs) são as formas helenizadas do persa antigo Datia (*Dātiya-), que por sua vez foi registrado em persa médio como Dade (Dād) e armênio como Date (Դատ, Dat), que pode ter surgido da forma não atestada Dadi.[1][2] Derivam todos do avéstico data-, "dado, criado por".[3] Em específico, esse oficial tem seu nome associado ao sufixo patronímico -yan (յան), indicando seu parentesco com certo Dátis.[4]

Vida[editar | editar código-fonte]

Dinar de ouro de Cosroes II (r. 591–628)

As origens de Datoiano são incertas. É citado pela primeira vez em 604/5, quando comandou um exército persa que invadiu a Armênia bizantina após a morte de Zoanabe.[5] Sob sua liderança, os persas venceram os bizantinos na vila de Guetique, a oeste da planície de Siracena, e derrotaram e massacraram os armênios que mantiveram-se contrários aos sassânidas na fortaleza de Erguinai. Após estas vitórias, retirou-se para Atropatena.[6] Datoiano é citado novamente em 607, quando participou da segundo guerra turco-persa no Coração. Liderou, sob Simbácio IV, a guarnição de 300 soldados da vila murada de Crochete contra os alegados 300 mil goturcos que cruzaram o rio Oxo como resposta ao pedido heftalita. A guarnição foi derrotada e os goturcos marcharam para Oeste. No mesmo ano, Datoiano e Simbácio IV receberam a visita do inspetor Xarapã Bandacã.[7] Todas as tropas desculparam Simbácio IV, mas Datoiano foi acusado, preso em correntes e levado à corte imperial e morto sob ordens de Cosroes II.[8]

Referências

  1. Martirosyan 2021, p. 23.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 18.
  3. Justi 1895, p. 81.
  4. J̌ahukyan 1998, -յան.
  5. Martindale 1992, p. 388.
  6. Dodgeon 2002, p. 186.
  7. Pourshariati 2008, p. 139.
  8. Sebeos 1999, p. 51-52.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Հմայեակ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Dodgeon, Michael H.; Geoffrey Greatrex; Samuel N. C. Lieu (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363-630 AD). Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • J̌ahukyan, Geworg (1998). «-յան». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes]. Erevã: Anania Širakacʻi 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3 
  • Sebeos (1999). The Armenian History Attributed to Sebeos. Liverpool: Liverpool University Press. ISBN 0853235643