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Del Vecchio

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Del Vecchio Dinamico acoustic electric resonator guitar (1960s), Museum of Making Music

Del Vecchio é uma marca de instrumentos musicais existente no Brasil, fundada em 1902 pelo luthier italiano Angelo Del Vecchio, que começou a fabricar violões de forma artesanal em São Paulo. Ao lado de Giannini e Di Giorgio, alinha-se dentre os pioneiros fabricantes de violões no Brasil[1]. Alguns de seus instrumentos foram usados por nomes relevantes da música brasileira, como Paulinho Nogueira[2], Toninho Horta[3], Garoto (músico), dentre outros. O Instituto Moreira Salles dispõe em seu acervo de um violão Del Vecchio que pertenceu a Luiz Bonfá[4]. Com Garoto, Del Vecchio foi responsável pelo desenvolvimento do violão tenor, uma variação do instrumento inspirada no banjo e afinada em "lá, ré, sol, dó".

Localizada no centro de São Paulo ainda hoje, a Casa Del Vecchio disponibiliza hoje uma linha própria de produção artesanal, que inclui violões, violas, banjos e cavaquinhos[2].

Ângelo Del Vecchio, natural de Riposto, Sicília, casou-se em 1900 com Carmela Messina recebendo como presente de núpcias uma viagem.[5]

Como tinha ela dois irmãos no Brasil, realizaram viagem para o país, precisamente para a cidade de São Paulo. Ao chegar, encantaram-se pela terra de modo que não retornaram a seu país de origem.

Ângelo, que exercia em sua terra a profissão de "Luthier", ocupou-se de atividades neste segmento e devido ao sucesso obtido, em meados de 1902, abriu no Largo Riachuelo, fabrica e loja de instrumentos musicais. Após 18 anos, cansados dos infortúnios provocados pelas enchentes que constantemente assolavam o Largo Riachuelo, mudou-se para a Rua Aurora, onde, dotados de condições mais adequadas, aumentaram significativamente a produção. Em 1930 Ângelo Del Vecchio foi inventor de uma série de modelos de violões que foram patenteados, dentre os quais se destaca o "Violão Dinâmico"[6] que até hoje é fabricado. Em meados dos anos 40 e 50, a empresa passou a ser dirigida por seus filhos e a denominar-se, então, "Irmãos Del Vecchio".

Francisco Del Vecchio dedicou-se à parte administrativa, enquanto Salvador Del Vecchio ficou com a parte técnica de fabricação, este, por sua vez, criou novos sistemas e estruturas tais como os chamados "Timbre Vox", "Super Vox" e "Nylon Vox". Em 1968, com a inclusão de um neto, a firma passou, finalmente, a chamar-se Casa Del Vecchio e a terceira geração da empresa foi responsável por propagar a marca Del Vecchio por todo o território nacional e também internacionalmente, levando a marca a ser uma das mais importantes fabrica/distribuidora no ramo de instrumentos de corda do país.

História recente e atualidade

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Nos anos 70, a Casa Del Vecchio estendeu seu atendimento abrangendo, então, outros setores musicais como sopro, teclado e percussão. Em 2002, a Casa Del Vecchio festeja 100 anos de existência e tradição, fazendo valer seu slogan: "Por que um século de som não pode passar em silêncio!" Na atualidade a Casa Del Vecchio tem resistido com base sólida na tradição, a despeito das mudanças no mercado com a forte competição dos instrumentos importados.

Adequando-se às novas demandas de mercado a Casa Del Vecchio passou a priorizar uma linha de produção artesanal, com maior valor agregado por unidade produzida[7], mantendo à disposição instrumentos para os variados níveis de instrumentistas sejam eles estudantes, intermediários e profissionais. A loja ainda dispõe de uma sala de música para experimentar os instrumentos, e uma luthieria para pequenos reparos, regulagens e restauros de instrumentos de corda de qualquer marca[5].

Referências

  1. Rafael Maia. «Curso prático de violão». Consultado em 11 de setembro de 2019 
  2. a b Um século de som [ligação inativa]
  3. Toninho Horta Biografia [ligação inativa]
  4. «Os violões de Baden». 5 de agosto de 2014 
  5. a b «Nossa História Tradição Centenária». Del Vecchio. Consultado em 11 de setembro de 2019 
  6. «Violões de corda de aço, parte 3: NÃO é tudo violão folk!!!». 24 de janeiro de 2014 
  7. Museu da Pessoa. «Um banquinho, um violão». 7 de dezembro de 2012 

Ligações externas

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