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Demétrio Campos

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Demétrio Campos
Nascimento 1997
Cabo Frio
Morte 17 de maio de 2020
Cidadania Brasil
Ocupação modelo

Demétrio Campos (Cabo Frio,19972020) foi um modelo negro que se tornou, em 2022, o primeiro homem trans do Brasil a ter seu nome retificado no atestado de óbito após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), e o 2º caso de retificação de nome após a morte no país. Demétrio suicidou-se no dia 17 de maio de 2020, no Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia.[1][2][3]

Casos anteriores de não reconhecimento de identidade de gênero e de corpos trans já vinham levantando a questão. Em janeiro de 2019, Victória Jugnet Grossi, jovem transexual de 18 anos, faleceu  e a Justiça do Distrito Federal negou à família da jovem o pedido de incluir o nome social da filha no atestado de óbito. Em dezembro de 2021, Alana Araújo, mulher trans, foi velada usando terno, gravata e um falso cavanhaque em Aracajú, Sergipe, por imposição de sua família. [1][4] No Brasil, em 2022 os estados de São Paulo, Paraíba, Bahia e Pernambuco possuíam leis específicas sobre o assunto.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Demétrio nasceu em Tamoios, distrito de Cabo Frio, na Região dos Lagos. Com 19 anos se mudou para São Paulo para trabalhar como modelo. Em sua trajetória, ergueu a voz não só contra a transfobia, mas também contra o racismo — dos quais o jovem foi vítima incontáveis vezes, segundo relatos de sua mãe, Ivoni Campos, manicure. Logo após a morte de Demétrio em 2020, sua mãe assumiu as redes sociais do filho e a militância e o ativismo dele.[5][6]

Homenagem[editar | editar código-fonte]

Em 29 de dezembro de 2021 a Prefeitura de Cabo Frio inaugurou uma unidade de saúde especializada na atenção à população de travestis e transexuais do município. A unidade recebeu o nome do jovem cabo-friense Demétrio Campos, falecido em maio de 2020.[7][8]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c paraibafeminina. «Lei garante que pessoas trans tenham nome social respeitado após a morte». Terra. Consultado em 25 de maio de 2024 
  2. Borges, Pedro Ariel Salvador, Thiago (26 de julho de 2022). «"Perdi meu filho para a depressão e hoje acolho outras pessoas trans e suas famílias"». Periferia em Movimento. Consultado em 25 de maio de 2024 
  3. Redação, Da (4 de julho de 2022). «Dignidade e reconhecimento: lei garante que pessoas trans tenham nome social respeitado após a morte». Paraíba Feminina. Consultado em 25 de maio de 2024 
  4. «'Este era o sonho dele', diz mãe de homem trans que se tornou 2º caso no país de retificação de nome após a morte». O Globo. 29 de junho de 2022. Consultado em 25 de maio de 2024 
  5. «Os casos de suicídio em meio à pandemia chamam atenção para o cuidado». CLAUDIA. Consultado em 25 de maio de 2024 
  6. «'Perdi meu filho para a depressão e hoje acolho trans e suas famílias'». www.uol.com.br. Consultado em 25 de maio de 2024 
  7. http://www.dothnews.com.br. «Cabo Frio ganha ambulatório de atenção à saúde da população travesti e transexual». www.folhadoslagos.com. Consultado em 25 de maio de 2024 
  8. Comunicação, Secretaria Adjunta de (27 de dezembro de 2021). «Saúde de Cabo Frio terá ambulatório voltado para população de travestis e transexuais». Prefeitura Municipal de Cabo Frio. Consultado em 25 de maio de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]