Diana Nammi
Diana Nammi | |
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Nascimento | Irã |
Cidadania | Irã, Reino Unido |
Ocupação | ativista dos direitos humanos, ativista |
Distinções |
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Diana Nammi é uma ativista curda e britânica.[1] Ela recebeu o prêmio Barclays Woman of the Year, em 2014.[1] Ela também foi nomeada uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo, pela BBC, em 2014.[2]
Vida
[editar | editar código-fonte]Diana Nammi nasceu no Irã. Seu pai era um pensador progressista, que inspirou seu trabalho ativista posterior.[1] Diana foi expulsa da escola em Sanandaj aos 14 anos, por atirar comida em um professor beligerante que a acusou de ser promíscua.[3] Ela passou a organizar protestos em favor do "secularismo, da igualdade e dos direitos humanos", durante a Revolução de 1979.[3] Diana Nammi quase foi presa quando adolescente por defender os direitos das mulheres. Ela se alistou e lutou por 12 anos como combatente da liberdade Peshmerga no Curdistão, muitas vezes como combatente da linha de frente. Ela continuou a defender os direitos das mulheres.[1][4] Ela engravidou em 1991 e fugiu para o Iraque, para a Turquia e, finalmente, para o Reino Unido, em 1996, para criar sua filha em segurança, depois de um ataque com bomba química que matou 35 pessoas perto da estação de rádio onde ela trabalhava.[1][3][4] Diana Nammi obteve asilo no Reino Unido.[4]
Diana Nammi tem sido uma defensora declarada contra os crimes de honra, o casamento forçado, a mutilação genital feminina, e em prol dos direitos das mulheres ao divórcio em casamentos religiosos.[1][5]
Ativismo
[editar | editar código-fonte]Diana Nammi fundou a Organização dos Direitos das Mulheres Iranianas e Curdas (IKWRO), em sua casa, em 2002. O que a motivou a fazê-lo foi um fato que havia ocorrido há pouco tempo: a tradutora que ajudou Diana e sua filha a se estabelecerem no Reino Unido havia sido morta pelo próprio marido e a polícia não quis categorizar como “crime de honra”, pois acreditava que se tratava de uma questão cultural. Diana Nammi ficou indignada e fundou a organização para argumentar contra o uso da "cultura para justificar o assassinato de mulheres".[1]
A IKWRO esforça-se por fornecer aconselhamento às mulheres que do Oriente Médio, do Norte de África e do Afeganistão. Em 2014, a organização contava com 16 funcionários remunerados e já havia ajudado diretamente mais de 780 mulheres.[1] A IKWRO trabalha para proporcionar às mulheres acesso legal a locais seguros de refúgio.[5][6] A organização também trabalha para levar questões de ataques e crimes de honra à atenção do público em geral.[7]
Em 2013, Diana Nammi juntou-se à Comissão Nacional sobre Casamento Forçado para ajudar a eliminar essas práticas no Reino Unido.[8] Ela e sua organização foram fundamentais para que dois dos assassinos de Banaz Mahmod, que foi morta em um crime de honra, fossem extraditados para o Reino Unido para serem processados.[3][9] Esta foi a primeira extradição desse tipo.[9] Nammi organizou uma campanha intitulada “Justiça para Banaz”, que pedia a extradição. Os homens foram posteriormente condenados.[9] Diana considera esta extradição o seu principal sucesso.[3] Ela também desempenhou um papel central na mudança da lei no Reino Unido para proibir o casamento forçado.[9] Diana Nammi defende continuamente que as escolas, a polícia e outras fontes de serviços ao público sejam educadas sobre como ajudar as vítimas de casamento forçado ou crimes de honra.[9][10]
Honras
[editar | editar código-fonte]- 2012 - 150 Mulheres que Agitam o Mundo, daNewsweek e do The Daily Beast;[11]
- 2014 - prêmio Barclays Woman of the Year;[12]
- 2014 - Prêmio Mulheres em Movimento, do ACNUR;[12]
- 2014 - 100 Mulheres da BBC;[2]
- 2015 - prêmio Voices of Courage da Comissão de Mulheres Refugiadas;[5]
- 2015 - nomeada parte da galeria "Inspired by Law", por estudantes da London South Bank University, por suas contribuições para questões jurídicas;[9][13]
- 2015 - uma das Mulheres do Ano, pela revista Red;[14]
- 2016 - recebeu um diploma honorário da Universidade de Essex.[15]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Attwood, Karen. «Diana Nammi on women's rights: 'We should not use culture to justify murdering women'». The Independent. The Independent. Consultado em 4 de maio de 2018
- ↑ a b «Who are the 100 Women 2014?». BBC News (em inglês). 26 de outubro de 2014. Consultado em 5 de janeiro de 2018
- ↑ a b c d e «Fighting for Iranian and Kurdish Women's Rights: A Talk with Author Diana Nammi». Kayhan Life - Spotlight on a Global Iranian Community. Kayhan Life - Spotlight on a Global Iranian Community. Consultado em 8 de maio de 2018. Arquivado do original em 9 de maio de 2018
- ↑ a b c «Girl with a gun - An interview with human rights activist Diana Nammi». Sister-hood. Sister-hood. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ a b c «Celebrating Champions: Preventing Violence Against Women and Girls». Women's Refugee Commission. Women's Refugee Commission. Consultado em 8 de maio de 2018. Arquivado do original em 21 de setembro de 2018
- ↑ Edmonds, Lizzie. «London refuge for abused women appeals for help funding a garden». The Evening Standard. The Evening Standard. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ «'Honour' attack numbers revealed by UK police forces». BBC News. BBC News. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ «Forced Marriage Commission - Biographies». Forced Marriage Commission. Forced Marriage Commission. Consultado em 8 de maio de 2018. Arquivado do original em 9 de maio de 2018
- ↑ a b c d e f «Diana Nammi». London South Bank University (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2020
- ↑ Williams, Rachel. «'Honour' killings plan does not go far enough, says women's rights grou». The Guardian. The Guardian. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ «150 Women Who Shake The World». Newsweek. Newsweek. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ a b «Women on the Move Awards». Women on the Move Awards. Women on the Move Awards. Consultado em 8 de maio de 2018. Arquivado do original em 6 de abril de 2018
- ↑ «LSBU students launch Inspired by Law gallery». London South Bank University. London South Bank University. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ Lunn, Natasha. «Heroines, Trailblazers, Pioneers: The Red Women Of The Year Winners». Red. Red. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ «Honorary Graduates». University of Essex. University of Essex. Consultado em 8 de maio de 2018