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Discussão:Ilha da Conceição

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      D. Juan da Nova ou João da Nova

Fidalgo de Galiza, veio servir a Portugal e foi feito Alcaide de Lisboa por D. Manoel I. Pouco depois do descobrimento da India, e em seguida a partida da esquadra de Pedro Alvares Cabral para o Oriente , D. Manuel I decidiu contratar alguns mercadores a armarem e carregarem outros navios para a India, proposta logo aceita por vários negociantes estrangeiros residentes em Lisboa. O primeiro a aceitar foi o florentino chamado Bartolomeo Mangione. Mangione armou um navio, o rei três, e a esquadra composta por estas quatro embarcaçõs, foi confiada ao comando de D. Juan da Nova. Saíram de Lisboa em 5 de março de 1501. Era a terceira esquadra que partia para a India, considerando-se como primeira, a da descoberta do Brasil. No caminho, seguiu muito ao Ocidente, como fizera Cabral e assim descobriu a Ilha da Ascenção. Juan da Nova primeiro deu-lhe o nome de Ilha da Conceição e foi Afonso de Albuqueruqe quem depois mudou para Ilha da Ascenção, como ainda é chamada. Ao chegar à India fundou uma nova feitoria em Cananor,para grande alegria dos portugueses que Pedro Alvares Cabral lá deixara. Não esperavam ver tão cedo navios da Europa! D. Juan da Nova derrotou a esquadra de Calecute, que quisera se opor à sua passagem, alvejando com sua artilharia as naus inimigas e afundando uma ou duas a cada descarga, assustando os orientais que não supunham que uma pequena esquadra de quatro naus pudesse praticar tal façanha. Voltando a Portugal com uma boa carga de pimenta e outras especiarias,D.João da Nova descobriu uma nova ilha, a de Santa Helena, que depois se tornou tão afamada por ter sido cativeiro de Napoleão. Em 1505 partiu de novo para a India com o Vice-Rei D. Francisco de Almeida. Apenas chegou em Cochim, teve grande desavença com D. Francisco de Almeida que não o quis reconhecer como Capitão Mor da 1ª Esquadra que tivesse de se fazer ao mar.Pediu licença para voltar ao Reino num dos navios da esquadra e foi junto com a de Tristão da Cunha até Socorotá. O navio comandado por João da Nova era um dos melhores da época e chamava-se Flor de La Mar. Em Socorotá separarou-se, seguindo a esquadra de Tristão da Cunha para a India e Afonso de Albuquerque para o Mar Vermelho, a fim de cruzar o Estreito de Bal-El-Mandeb e assaltar as naus da Meca. Era essa uma nova empreitada lucrativa que sorria muito a seus capitães, mas Afonso de Albuquerque tinha outro projeto em mente: o da conquista de Ormuz. Tristão da Cunha deixou Afonso de Albuquerque sem mantimentos suficientes.Afonso aproveitou-se dessa deslealdade para começar a execução dos seus planos. Declarou precisar ir à Arábia. Como não podia por bem, foi à força que assaltou Calagate, Curiate e Mascate. Os capitães, ao início, não estranharam mas, ao ver que prosseguia a empreitada de assaltar as cidades da Arábia, pois planejava chegar a Ormuz,começaram a se rebelar e discordar. João da Nova, o mais genioso e descontente , pediu a Afonso para voltar a India. Afonso declarou-lhe não poder prescindir de sua nau e João reagiu, mostrando-se revoltado e proferindo palavras descomedidas. Afonso de Albuqueruqe prendeu-o e deu-lhe por menagem a sua nau. Em seguida foi tomar Orcafate e, nesse ataque, resgatou João da Nova por sua bravura. Apareceu, enfim, diante de Ormuz e ali estabeleceu o domínio português. Afonso de Albuquerque resolveu ficar ali deixando descontentes os capitães que queriam seguir para Meca. O descontentamento foi crescendo até tomar a forma de revolta aberta. Os capitães mostravam-se insolentes e as tripulações se sublevaram. João da Nova era um dos chefes da revolta. Um dia João Afonso ordenou-lhe fazer uma expedição à terra e João da Nova recusou-se alegando que seus tripulantes não queriam ir.Num ímpeto de cólera, Afonso de Albuquerque puxou da espada de um grumete e ameaçou os tripulantes obrigando-os a entrar nos escaleres. O mesmo fêz com João da Nova que sentiu-se altamente insultado! Acalmou seus marinheiros e obedeceu. Em consequência, os capitães já não mais pensavam em revoltar-se, mas em desertar!Assim o fizeram. Restavam a nau de João da Nova e a de Afonso de Albuquerque. Vendo a impossibilidade de continuar para Ormuz com apenas dois navios, foram então cruzar o Cabo Guardafui. João da Nova aproveitou para sair dali e levar suas queixas ao Vice-Rei D. Francisco de Almeida. D. Francisco de Almeida chegou a prender Afonso de Albuquerque apesar dele ser o Governador da India. Foi preciso que D. Fernando Coutinho, indo ao Reino, fizesse reconhecer a autoridade de Afonso de Albuquerque para D. Francisco de Almeida ceder. D. João da Nova não mais tomava parte na luta que se travou entre o Vice-Rei e o Governador. Adoecera gravemente, vindo a falecer em Cochim, em 1509. D. Afonso de Albuquerque, reconhecendo sua bravura e seus feitos, compareceu a seu sepultamento acompanhando-o com muito sentimento. (Pesquisa feita na Enciclopédia Histórica de Portugal, por Joaquina da NOVA Monteiro, já falecida e transcrita por sua prima Angela Maria da NOVA Moreira Jermann, descendentes de D. João da NOVA.)