Discussão:Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais
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Acredito ser importante uma análise histórica dos acontecimentos que desembocaram no golpe militar de 1964. O Professor René Armand Dreyfuss reuniu farta documentação que demonstra o caráter fascista do IPES, não à toa criado imediatamente após a posse de JANGO e apoiado financeiramente por um sem número de empresas estrangeiras ou de seus representantes nacionais...Foi criado pelo mesmo grupo que tentou o golpe em 1954,golpe este frustrado pelo suicídio de Vargas. Há motivos suficientes para responsabilizar seus fundadores pela quebra da legalidade no Brasil de 1964. Luiz Carlos de Carvalho -Juiz de Fora - MG
Imparcialidade
[editar código-fonte]Esse artigo está um tanto quanto muito doutrinário... Nunca ví tanta parcialidade.--Roderick Von Kohl 20:11, 23 Dezembro 2006 (UTC)
Festival de Abobrinhas
[editar código-fonte]Nunca vi tanta desinformação como este artigo. Como brasileiro me envergonho muito de ter que ler isto. Qual o problema do Ipes? Para o autor, todo instituto de pesquisa que não quer seguir a corrente marxista está "a serviço do grande capital", então. O marxismo é um dogma, por acaso? Todo instituto é obrigado a reverenciá-lo como uma religião? Não aceitar as opiniões contrárias, classificando-as de "burguesas", não seria uma forma camuflada de ditadura comunista soviética? Antes que algum comuna censure este meu texto "reacionário", só venho corrigir um detalhe: O IPES não era neoliberal, simplesmente porque o IPES é dos anos 60 e 70, e nessa época o pensamento econômico corrente era o keynesianismo. Neoliberalismo é coisa dos anos 80, com Ronald Reagan e Margaret Thachter —o comentário precedente deveria ter sido assinado por 187.67.139.13 (discussão • contrib.)
Puxa, como brasileiro eu é que me envergonho de figuras como o IP aí em cima! Por favor, não minta tão descaradamente. O IPES nasceu pela mão de empresários, era dirigido por empresários, era usado para atender aos interesses de empresários e você quer me dizer que ele não servia ao capital? Por favor. O IPES não era um instituto de pesquisa, ele utilizava pesquisar para cumprir seu objetivo que era um só: fazer propaganda anticomunista. Em outras palavras: era um grupo de grandes empresários que se travestia de "instituto" pra dar um "ar" de acadêmico mas tinha apenas o objetivo de incentivar e defender o capital, e exploração do homem pelo homem, o preconceito, a violência. Esses são os fatos.
Saudações
Porantim msg 15h00min de 18 de março de 2010 (UTC)
- Porantin, existem vários métodos de análise e pesquisa, muitos deles podem ser opostos entre si, portanto se alguém não considera o IPES um instituto, só por ser de direita, eu tenho este mesmo direito de desconsiderar outros por serem de esquerda.
- Só aqui no Brasil mesmo, nos EUA existem instituto conservadores e possuem pelo menos algum respeito e credibilidade. Essas coisas não prosperam aqui graças a doutrinação marxista nas universidades brasileiras.
--187.67.139.13 (discussão) 15h22min de 18 de março de 2010 (UTC)
- Caro IP, para ter respeito, é necessário dar-se ao respeito. Reverti sua última edição porque este não é lugar de fazer propaganda de nada. Saudações. Porantim msg 14h59min de 25 de março de 2010 (UTC)
Absolutamente propaganda
[editar código-fonte]Mas o que diabos de artigo é esse? E que diabos de sessão de discussão é essa? A Wikipedia não é um DCE, nem o artigo e nem o sujeito que comentou nesta seção vale um cuspe.
Há quase nenhuma fonte de aprofundamento e um viés determinante na descrição
[editar código-fonte]Estou tentando pesquisar fontes bibliográficas mais confiáveis (menos políticas, ou, pelo menos, ambivalentes) e detalhadas sobre a história dessa instituição (IPES). Há uma imensa carga de anacronia e viés na exposição de sua existência. O que consegui encontrar a exibe como um eficiente baluarte de uma teoria conspiratória sobre como alcançar um golpe de Estado satisfatoriamente, uma "conspiração dominatória a la Iiluminati com Rockfeller". A fonte primária e mais citada é a obra de René Armand Dreifuss, que estudou na Inglaterra, numa tradição claramente socializante de Ciência Política, estando em história mais próximo da tradição de Hobsbawm ou E. P. Thompson. Dreifuss foi professor na UFMG durante o regime militar e publicou a obra "1964: A Conquista do Estado" no período, nos anos 80.
O livro, porém, é extremamente enviesado, e com não muitas fontes sobre suas afirmações que demonstrem resultado decisório efetivo e pulverizado sobre a crise política da década de 1960. Consultando sua metodologia e escopo teórico, vemos uma clara concepção de leitura na linha marxista de Gramsci e Althusser, apontando as ações da história local como fruto de uma luta de classes. Conhecendo a tradição formal e eficiente da Escola dos Annales, com diversificação de análise e propósito teórico, é no mínimo constrangedor ler esse texto e sabê-lo como referência "confiável". Vejamos uma citação do início do capítulo VI:
"O capítulo V descreveu a estrutura decisória da elite orgânica e sua organização para a ação. Mostrou, de fato, a existência de um aparelho de classe que era capaz de desenvolver operações de natureza pública, bem como atividades vedadas ao alcance público. Os capítulos VI, VII e VII tratam das atividades específicas, públicas e encobertas, tanto táticas quanto estratégicas, que eram desenvolvidas pela elite orgânica. Essas atividades objetivavam conter as forças populares, desagregar o bloco histórico-populista e levar os interesses multinacionais e associados ao governo político através de um golpe de Estado civil-militar. A conquista do poder político pela elite orgânico não foi simplesmente um resultado da crise político-econômica do período « o imediato colapso do regime, levando a uma subsequente queda do governo! Nessas críticas condições, já resumidas no capítulo IV, a elite orgânica tentou levar adiante uma campanha para dominar o sistema tanto em termos políticos, quanto ideológicos? A quebra da convergência de classe vigente e a ruptura da forma populista de dominação foram alcançadas pelo bloco de poder multinacional e associado através do exercício de soa influência em todos os níveis políticos? O período de ação de classe organizada, que será visto neste capítulo, estendeu-se de 1962 a 1964. Politicamente, significou uma mobilização conjuntural para o golpe, quando estratégia se converteu em política e atividades poli tico-partidárias finalmente se transformaram em ação militar. Esse foi o estágio do “esforço positivo” em que vários escritórios de consultoria e anéis burocrático-empresariais, associações de classe e grupos de ação formaram um centro político estratégico, o complexo IPES/IBAD. Uma vez unificadas as várias oposições sob uma liderança sincronizada comum, formulando “um plano geral”, a elite orgânica lançava a campanha politico-militar que mobilizaria o conjunto da burgueses, convenceria os segmentos relevantes das Forças Armadas da justiça de sua causa, neutralizaria a dissensão e obteria o apoio dos tradicionais setores empresariais, bem como a adesão ou passividade das camadas sociais subalternos. Mas antes de se iniciarem hostilidades a nível político-militar, desenvolveu uma campanha ideológica multifacetada contra o bloco histórico-populista. Tal ação compreendia a desagregação dos quadros populistas, assim como aqueles de imaturos grupos reformistas, adiando as ações do Executivo e tentando conter o desenvolvimento da organização nacional de classes trabalhadoras. O seu fracasso em reprimir a conscientização política das classes trabalhadoras e a surpreendente capacidade do Executivo de não apenes sobreviver, mas, na verdade, de consolidar e obter novas posições fortaleceu sua determinação de tomar de assalto à sociedade política estabelecida. A elite orgânica empresarial se fez defensora e porta-voz dos pontos de vista moderados do centro, ampliando as perspectivas elitistas e consumistas das classes médias e fomentando o temor às massas. Revigorava a percepção solipsista das classes médias quanto à realidade social brasileira e as influenciava contra o sistema político populista. " (DREIFUSS, René Armand. 1964: A conquista do Estado. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1981. pp. 229-230)
O trabalho de um historiador e pesquisador é acima de tudo não submeter a análise a um padrão de fatores restritos ou uniforme, já que os acontecimentos históricos são multifatoriais e não sujeitos a teleologia. A ideia sugerida pelo livro de Dreifuss é a de uma cópia invertida de um PCUS no Brasil que teria levado a queda do governo Goulart. É sabido que a queda de Jango envolveu uma imensa quantidade de fatores, sendo o descontentamento econômico um muito importante (basta consultar a inflação acumulada ao fim do governo JK até inflação, a gravíssima crise cambial, administrativa, financeira e jurídica do governo Goulart, herdada de algum modo de Vargas e JK e agravada pelo populismo ao longo dos anos).
Certamente um "bando de burguesinhos conspiradores" não seria suficiente para a queda de um executivo pela força de uma máquina de propaganda num país altamente iletrado com um imensa população rural, e não bastaria a mera aliança de espectro político às Forças Armadas, já que estas eram em sua maioria nacionais-populistas, muito mais sujeitas a ação cultural da tradição socializante. Não por acaso seguiram com muitos dos programas dirigistas defendidos pelos populistas conservadores ou progressistas que levaram a um colapso econômico após a saída de Castello Branco, causando um atraso na infraestrutura e na indústria por falta de aporte de capitais de risco e investimentos diretos para fomentar lógica gerencial e pesquisa.
Havia na queda de Jango um fator de indignação pulverizado: é interessante consultar o número de greves e paralisações à época por conta do custo de vida causado pela inflação. E sabemos que em modelos presidencialistas, quando a economia vai mal, o bode expiatório é o executivo e será ele quem levará a guilhotinada no capital político, vide Collor ou Dilma mais recentemente. Historicamente isso ocorreu em muitos países atingidos por regimes autoritários. Pode-se dizer que o mesmo não ocorreu a Vargas por ter renunciado a presidência com um tiro.
Certamente o IPES possuía papel de contrapropaganda. Era um período de guerra fria. Havia mobilização por mais poder de ambos os lados. Se de um lado existia algo como o IPES ou IBAD, do outro havia a UNE, a CGT, grandes centrais sindicais e partidos políticos. A busca por capital político não tinha mocinhos ou bandidos. Cada movimento de espectro político tinha seus próprios interesses. Não faltaram agendas espúrias, assim como houveram avanços institucionais.
Acho útil a quem desejar, ler a biografia do Roberto Campos "Lanterna na popa" e consultar obras de história econômica detalhadas, como "A ordem e o progresso", do economista Marcelo de Paiva Abreu, ou "A moeda e a lei" do Gustavo Franco e os textos do Edmar Bacha e do Pedro Malan sobre o período. Além de análises técnicas em economia, encontrarão conclusões sobre a reforma do sistema de gestão burocrática do período, mostrando os imensos avanços institucionais. O que sugere que no tal IPES existiam excelentes técnicos oriundos da FGV, funcionários desde o governo Vargas e que não passavam o seu dia conjurando planos "Pink e Cérebro" para chegar em Brasília e criar um império. Ler a obra do Elio Gaspari ajudará a perceber as várias visões conflitantes dentro do centro de poder, o que significa a clara conclusão de não unanimidade e diferente formação cultural. Não foram os "malvados liberais, entreguistas", que demoliram a democracia, mas nomes ligados a tradição estatizante francesa, os sorbonistas, e o grupo radical nacional-populista, intitulado linha dura e o golpe não foi algo organizado, mas extremamente caótico, com uma enorme quantidade de informações desencontradas, com posições variantes em Minas, São Paulo e Rio. R. R. Nogueira (discussão) 21h54min de 22 de novembro de 2022 (UTC)