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Discussão:Medicina tradicional

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Manual árabe de fitoterapia, cerca de 1334Segundo a OPAS-OMS,

Organización Mundial de la Salud. Pautas generales para las metodologías de investigación y evaluación de la medicina tradicional. Ginebra, WHO/ EDM/ TRM/ 2000.1

OMS - Organización Mundial de la Salud. Estrategia de la OMS sobre medicina tradicional 2002–2005. Ginebra, WHO/EDM/TRM/2002.1

Em alguns países utilizam-se indistintamente os termos medicina complementar, medicina alternativa ou medicina não-convencional, e medicina tradicional. (OMS, 2000)

Organización Mundial de la Salud. Pautas generales para las metodologías de investigación y evaluación de la medicina tradicional. Ginebra, WHO/ EDM/ TRM/ 2000.1


Nos países onde o sistema de saúde hegemônico se baseia na medicina alopática ou onde a Medicina Tradicional ainda não se incorporou no sistema nacional de saúde, não se distingue dos demais aspectos dos sistemas tradicionais, seja por sua transmissão oral de lendas – onde são atualizados valores espirituais, ético/morais, e acontecimentos históricos significativos, seja por se caracterizar como conhecimento empírico/prático resultante de hábitos consagrados pela experiência, a não ser quando se associa a práticas médicas profissionais reconhecidas, hegemônicas ou não hegemônicas, consideradas como plausíveis pela medicina moderna ou científica. (OMS, 2002)



A contribuição de Arthur Kleinman na área da antropologia médica, para distinção da medicina tradicional do conhecimento de saúde científico e dos distintos povos é notável. Segundo esse autor, um sistema etnomédico e/ou a medicina folk, distingue-se da medicina popular, familiar, praticada por todos os membros de uma comunidade, da medicina profissional científica, ocidental /cosmopolita ou mesmo da medicina alternativa e complementar resultante da profissionalização das práticas indígenas e tradicionais (Chinesa, Ayurvédica ou Européias medievais não hegemônicas, tipo: quiropraxia, hidroterapia, apitoxinoterapia, etc.).

Kleinman, Arthur Concepts and a Model for the comparison of Medical Systems as Cultural Systems. IN: Currer,C e Stacey,M / Concepts of Health, Illness and Disease. A Comparative Perspective, Leomaington 1986


Essa distinção também pode ser feita identificando-se práticas populares e as técnicas ou formas de conhecimento mais organizado, que podem ser descritas a partir da terminologia proposta por Luz (1988),

1. Uma morfologia (concepção anatômica); 2. Uma dinâmica vital ( "fisiologia" ); 3. Um sistema de diagnósticos; 4. Um sistema de intervenções terapêuticas; 5. Uma doutrina médica (cosmologia).

Luz, Madel T. Natural, Racional, Social ; Razão Médica e Racionalidade Científica Moderna, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1988

Luz, Madel T Anotações da Comunicação : Racionalidades Médicas e Terapêuticas Alternativas no I Encontro Nacional de Antropologia Médica Ba - 1993


Em princípio a medicina popular (folk) não profissional (religiosa) pode ser transformada em prática profissional por vários mecanismos de legitimação social, exige um especialista e um processo médico - sagrado (iniciático) de especialização, caracteriza-se por possuir escolas, documentos, mestres e discípulos.

Numa comparação entre as proposições de Peter Berger e seu “dossel de símbolos” que compõem a pluralidade dos sistemas simbólicos alternativos do mundo moderno e a “eficácia simbólica” do xamãnicos e psicanálise Levi Strauss, Figueira, 1976

Figueira, Sérvulo Augusto. Notas introdutórias ao estudo das terapêuticas I: Lévi-Strauss e Peter Berger. Revista de Psiquiatria e Psicologia da Infância e da adolescência, v. 2:39-66, 1976


Para esse autor a psicanálise, umbanda e sistemas xamãnicos têm em comum a característica de atuarem como sistemas simbólicos nas tentativas de ajustamento do indivíduo às comunidades

Para Laplatine a percepção e resposta de um grupo social à patologia, pode ser pensada através da elaboração e analise de modelos etiológicos e terapêuticos. Um modelo é: uma construção teórica, caráter operatório (hipótese) e também uma construção metacultural ou seja que visa fazer surgir e analisar as formas elementares da doença e da cura - sua estrutura seus invariantes tornando-o comparável a outros sistemas (Laplatine)

Laplatine, F. Antropologia da Doença. SP, Martins Fontes, 1991

etc

Paulo Pedro

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