Discussão:Semântica
Adicionar tópicoExemplos de SEMANTICAS ?TEORIAS SEMÂNTICAS
Nauria Inês Fontana (UFSC)
Introdução
Neste artigo apresenta-se uma visão de algumas teorias semânticas.
O estudo se deu a partir do corte saussereano, ou seja da exclusão do referente, do mundo, do sujeito e da história. Saussure trata a linguagem como um percurso só interno, para ele a linguagem expressa o pensamento e por isso a lingüística devia limitar-se ao estudo da língua em si mesma e por si mesma e excluir os outros componentes da comunicação que não o próprio código.
Porém observamos através do estudo das outras teorias semânticas - lógica formal, teoria conversacional, pragmática, teoria da enunciação - que os estudiosos vêm tentando repor tudo o que Saussure excluiu no estudo da linguagem.
Lógica formal
Frege
O sentido de uma frase é algo que se modifica, quando partes dela são substituídas por outras com outro sentido, mas com a mesma referência, em que a referência é considerada como sendo a circunstância da frase ser verdadeira ou falsa.
O valor de verdade de uma frase é que é sua referência, pois passamos do plano do sentido para o plano do que é objetivo.
O significado de uma sentença pode ser estabelecido através da análise de seus elementos constituintes, da contribuição do sentido e da referência das partes ao todo da sentença.
Analisa-se a estrutura e seus elementos constitutivos, isto é, o nome e o predicado, o sentido e a referência.
O sentido de um enunciado lingüístico é o que ele representa do mundo, dos objetos, de um estado de coisas.
Análise conversacional
Grice
Grice pensou os sentidos diferente do que os lógicos e usou as máximas conversacionais - relevância, quantidade, qualidade e modo - , para colocar o sentido como intenção do sujeito.
Segundo o autor, o bom funcionamento da comunicação exige que seja respeitado um princípio de cooperação, assim, em regra geral, os participantes de uma troca verbal reconhecem um objetivo comum, ou um conjunto de objetivos, ou pelo menos uma direção aceita por todos.
Uma formulação qualquer constrói a simulação de um raciocínio do ouvinte a partir do enunciado dito pelo locutor.
Em Grice reaparece o mundo das coisas como existente que dá à linguagem o que ela significa e procura repor a questão do sujeito.
Atos de fala
Austin
O ponto central da concepção de Austin e sua principal contribuição é a idéia de que a linguagem deve ser tratada essencialmente como uma forma de ação e não de representação da realidade.
O significado de uma sentença deve ser estabelecido pelas condições de uso da sentença que determinam seu significado, em uma teoria da ação.
Analisam-se as condições sob as quais o uso de determinadas expressões lingüísticas produzem certos efeitos e conseqüências em uma dada situação.
Divide a enunciação em três atividades:
a) locucional - dividida em três atos - produzir sons - vocábulos - empregá-los num sentido determinado;
b) perlocucional - a fala implica a produção de algum efeito;
c) ilocucional - fazer algo quando se diz algo.
Deste modo, Austin revê a oposição constativo/performativo, em que a relação dos performativos com os fatos não é tão objetiva quanto a relação dos constativos com os mesmos, diluindo essa dicotomia na teoria dos atos de fala, em que usar a língua é sempre um ato, é sempre fazer algo com palavras.
Searle
Vê como equivalentes a realização dos atos de linguagem e a significação das frases usadas para realizar tais atos.
Segundo ele, há três tipos de atos de linguagem:
a) enunciar palavras - ato de dizer ou ato de enunciação;
b) referir e predicar - atos de referência e de predicação ou atos proposicionais;
c) afirmar, perguntar, prometer, etc. - atos ilocucionais que engajam o locutor com relação ao que diz na frase.
Searle considera a linguagem como uma forma de comportamento regida por regras. Falar é comportar-se de um certo modo.
Teoria da enunciação
Busca romper a barreira do fechamento do sistema pelo estudo da significação, de modo geral, e mais particularmente, pelo estudo da subjetividade na língua.
Conceitua a enunciação como uma relação do locutor com a língua, que se apropria dela colocando-a em funcionamento. Trata-se de um sujeito capaz de apropriar-se dela e fazê-la significar.
Para Benveniste enunciado é o segmento lingüístico realizado, o produto do ato de fala e enunciação é o processo, a atividade que propiciou a realização do enunciado.
Ducrot
Nele um argumento não é uma prova para algo, mas uma razão que é dada ao interlocutor para aceitar uma conclusão.
A linguagem nos remete a uma construção que a linguagem faz das coisas do mundo.
Análise do discurso
Comparação entre as várias teorias
Teoria
Autores Sentido
Lógica formal
Frege, Russell, Tarski, Ducrot relação entre enunciado e referência, tomado como valor de verdade
Teoria conversacional
Grice como intenção do sujeito
Pragmática
Austin, Searle como ação entre sujeitos
Enunciação
Benveniste como relação do sujeito com a língua
A análise do discurso se constituiu a partir da inclusão da história na linguagem.
O sentido é uma questão enunciativa em que a enunciação seja vista historicamente.
Um discurso se produz como trabalho sobre outros discursos. O interdiscurso é a relação de um discurso com outros, considerado como a memória do dizer, o dizível, em que sentido de um acontecimento são feitos do cruzamento de discursos diferentes no acontecimento, tornando a língua histórica.
O sentido de um enunciado é feito do interdiscurso constituído pelo funcionamento da língua no acontecimento, é feito da memória e do presente do acontecimento.
Conclusão
Partindo do estudo de quatro teorias diferentes chegou-se a análise do discurso.
A historicidade do sentido está incluída no ato de enunciação. São todos os elementos históricos envolvidos para que um enunciado aconteça. Nesse ponto desenvolve-se a teoria do sujeito que nasce junto com o sentido - é a análise do discurso que nasce a partir das portas abertas por Benveniste, em sua teoria da enunciação, quando apropria do sistema de linguagem e essa apropriação resulta na enunciação.
Incluir o silêncio é incluir o absolutamente excluído pelo corte saussereano, em que o silêncio, o exterior absoluto da linguagem que a faz significar.
Semântica
[editar código-fonte]Semântica (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal) é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação.
Nota: Para outros significados, veja Semântica (desambiguação).
Mais informação Gramática, Classificação ...
Rede semântica em língua portuguesa A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal e semiótica.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, as relações entre predicados e seus argumentos). Dependendo da concepção de significado das palavras leva em consideração: 45.237.109.178 (discussão) 18h41min de 12 de agosto de 2023 (UTC)