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Discussão:Teoria construcionista crítica

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Contra a posição de OS2WARP[editar código-fonte]

Olá OS2WARP,

Você sabe que sou novo no Wikipedia. Gostaria que soubesse que quero contribuir no campo das ciências humanas. Comecei por onde sou especialista, a teoria da ideologia, a qual estudo há seis anos. Publiquei recentemente um livro sobre o assunto aplicado na análise do discurso sobre o amor. Pesquiso com professor universitário que estuda o tema há 20 anos por meio de trabalho intelectual árduo, o qual você parece desprezar. Senão vamos aos fatos:

1- Contribuí no termo “ideologia”, e você retirou a contribuição sem discussão ou sem ao menos me avisar. Enviei e-mail perguntando sobre esse assunto e você não me respondeu.

2- Você propôs que a eliminação rápida desta página Teoria construcionista crítica. No mesmo e-mail em que pergunto sobre a eliminação da contribuição que fiz em “ideologia”, pergunto o motivo da eliminação. O seu argumento frio e estritamente racionalista para defender as regras do jogo, as quais muitos já utilizaram para oprimir o outro, foi que “Entendo que seja uma pesquisa inédita”. Esse posicionamento é o mesmo que você defende em “Páginas para eliminar/25 de setembro”: “Esta página é uma pesquisa inédita”. Reconheço que você colocou o assunto para a votação.

3- Enviei outro e-mail justificando que eu estava construindo a página, que eu colocaria assim que pudesse as referências secundárias, que utilizam estritamente a teoria construcionista crítica, entre as quais:

DAMIÃO. Reinaldo Pereira. Machos de cristal: a produção da verdade sobre a masculinidade. In. VII Graduação em campo do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, 2008, São Paulo. Anais da VII Graduação em campo do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, 2008.

FRANCISCO, Augusto César. O amor em mal-estar. Rio de janeiro: Booklink, 2008.

FRANCISCO, Augusto César. Dominação, performatividade e ideologia no discurso freudiano sobre o amor. In.: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO 8, 2008, Florianópolis. Anais do Seminário internacional fazendo gênero 8, 2008.

4- O livro supracitado, “O amor em mal-estar”, que é uma aplicação da teoria construcionista crítica, foi lançado na Casa das Rosas de São Paulo. Portanto, é uma fonte secundária. E mais: é uma fonte cuja pesquisa foi financiada pelo CNPq e pelo DAAD em nível de Pós-Graduação.

5- Algumas referências on-line que utilizam a “teoria construcionista crítica”, em sua maioria são fontes acadêmicas:

6- Diante dos meus argumentos, que somente quer defender o que é de justiça, você se viu encurralado. Apelou para (sua resposta ao meu e-mail):

a) ”A wikipédia apenas recebe trabalhos de fontes fiáveis”

b) “A wikipédia não pode servir de fonte primária”

c) “Não poderão ser usadas fontes primárias cuja informação não foi disponibilizada por fonte fiável”

d) “A wikipédia não pode ser utilizada para divulgar pesquisas”

7- Meus contra-argumentos. A) As minhas fontes são fiáveis e qualificam a teoria construcionista crítica como “não inédita” na medida em que há publicação de outros pesquisadores sobre ela. , além do próprio autor do termo. B) Não é fonte primária. Se você tivesse a gentileza de compreender que disponibilizo de pouco tempo para realizar as minhas colaborações, saberia perfeitamente que eu completaria a minha contribuição. C) Conforme os argumentos anteriores, há fonte que não seja primária. D) A Wikipedia tem sido utilizada extensivamente para divulgar conhecimento que vem, em sua maioria, de pesquisa científica realizada nas Universidades, as quais você despreza porque despreza o que se produz de bom nelas, como é o caso da teoria construcionista crítica. Há muitas chaves de entrada que são divulgações de pesquisas da Nasa, contra as quais certamente você não teria nada contra. Estritamente, não há conhecimento sem divulgação de idéias.

8- Concluindo, não vejo razão para que se elimine a chave “teoria construcionista crítica” com os argumentos que até agora nos apresentou, apesar de que já há um número considerável de votantes contra ela. Por favor, além de que é “pesquisa inédita” (seu primeiro argumento) e de que “é fonte primária” (seu deslize para o segundo argumento), que outros argumentos tem para que eu possa concordar com você?

9- Procure, por favor, pelo termo “teoria” e “teorias”, em todas as suas possibilidades, para você perceber que lusófonos são rechaçados de antemão por argumentos colonizados do tipo que se impõe no meu caso. Você, como colaborador experiente do Wikipedia, deveria ser o primeiro a dar um bom exemplo. Por favor, retire a eliminação para que eu possa, somente na semana que vem, continuar arrumar e trabalhar no artigo. Complemento o meu pedido com o argumento de que a própria Wikipedia reconhece que é uma construção lenta. E, por favor, debata comigo sobre a eliminação da minha colaboração no termo “ideologia”.

Muito obrigado,

Augusto César Francisco

Gots (discussão) 21h54min de 19 de Setembro de 2008 (UTC)

Concordo com Yone[editar código-fonte]

Em “Páginas para eliminar/25 de setembro”, concordo com Yone de retirar a parte de "Teoria construcionista crítica" da biografia do autor se for condição para que se mantenha o termo no Wikipedia. Muito obrigado, Yone. Gots (discussão) 21h54min de 19 de Setembro de 2008 (UTC)

Seguindo a posição de Yone e MachoCarioca[editar código-fonte]

Seguindo a recomendação dos administradores, retirei da biografia do autor a parte correspondente a Teoria construcionista crítica. Obrigado por essas recomendações. Gots (discussão) 21h54min de 19 de Setembro de 2008 (UTC)

Argumento de Fulcanelly[editar código-fonte]

Muito consistente o argumento de Fulcanelly em Páginas para eliminar/25 de setembro. Muito obrigado. Gots (discussão) 21h54min de 19 de Setembro de 2008 (UTC)

Há de fato os construcionismos que o Tosqueira aponta, o de Papert e o de Gergen, que respondem pela Educação e pela Psicologia, respectivamente, sendo que o último é para uma crítica da psicologia moderna e, estendendo-se, da própria ciência moderna. Gergen chama isso de psicologia pós-moderna e defende como “construcionismo”. Outra definição para o construcionismo vem de Peter Berger e Thomas Luckmann, que constroem uma sociologia do conhecimento conhecida como a construção social da realidade. São três modelos teóricos diferentes. Educação, Psicologia e Sociologia do Conhecimento.

Por que essas teorias são aceitas mundialmente, cada uma em sua área específica? Porque os autores americanos e europeus defendem enfaticamente o que fazem dentro de suas estruturas de conhecimento (universidades, centros, institutos...). Constroem grupos que defendem o que é seu. Ora, eles têm uma história de conquistas. Não sou contra eles. Acho que eles têm muitos méritos e o reconhecimento é merecido. Mas por que o que eles dizem é lei e acreditamos? Eles usam uma coisa que se chama “colonialismo”, que é a crença de que o nosso papel social deve continuar onde está, ou seja, devemos ser colonizados. E, óbvio, eles são os colonizadores. Mas eles nem discutem essas coisas seriamente. Quem discute sobre isso são os que são contra a colonização. Mas o colonialismo é muito inteligente e está na cabeça de quem a gente menos imagina. É tão forte que as pessoas interpeladas por ele agem com impostura e, até, com violência.

Onde fica a teoria construcionista crítica (aqui, espera-se que os críticos a essa teoria tenham a coerência de lê-la e não somente de pô-la em questão sem a essencial leitura, afinal, como se pode criticar sem ler?). Vem da idéia antropológica e filosófica, muito influenciada por Foucault e Bourdieu (e da escola francesa de sociologia e antropologia), que a realidade social é uma construção. Mas a base epistemológica (a base de onde vem o conhecimento) é diferente dos demais construcionismos (das demais teorias) e, portanto, a própria teoria construcionista crítica reivindica um lugar próprio no campo da antropologia filosófica. Isso não depende da gente, já é um fato. Já está sendo utilizada por aí. Embora a sua concepção faça parte de uma história de pensamento brasileiro de décadas, ela está publicada, com o nome que tem, somente desde dezembro de 2007.

Mas ela não é jovem como o romantismo imagina. Não existem teorias jovens ou antigas. É um absurdo afirmar isso. As teorias são datadas sim, mas elas não nascem do nada, como mágica. Elas fazem parte da história de um pensamento (aqui, o pensamento de um brasileiro) criativo inserido em uma comunidade. E mesmo a teoria de Newton não pode ser passada pelo crivo da idade. Nenhuma pode. As teorias simplesmente explicam fatos. A gravidade é um fato tão verdadeiro como a velocidade da luz, mas teoricamente são contraditórias. Explicam, no entanto, os seus objetos particulares.

Diferente das demais, a teoria construcionista crítica (que vem de uma gestação de 20 anos) opera com a noção de “cultura”. E mais. Vinda de uma outra trajetória epistemológica (de outro conhecimento que não o psicológico ou estritamente a sociologia do conhecimento), a teoria construcionista crítica tem sua origem na crítica do marxismo. Ela critica fundamentalmente a noção de ideologia no marxismo. Indo a fundo, o conceito de “real” é expandido (por favor, leiam Medos, mitos e castigos e também Por uma construcionista crítica). Deixa de ser baseada no materialismo histórico para passar a ser baseada no materialismo cultural. Ela apresenta, portanto, o que se convenciona chamar de "ruptura epistemológica".

Mas há um problema muito sério nessa história. Além de sermos colonizados, viemos de uma tradição intelectual que acredita no “gênio”. Quem leu o “homem cordial” (As raízes do Brasil) do Sérgio Buarque de Holanda há de concordar que nossa crença colonizada elege atualmente um “doutor” que é tido como critério do conhecimento. Assim há o argumento de colegas que a teoria deve ser usada por “doutores”. Tudo bem, esse argumento é aceitável sob a condição de que haja um ambiente universitário americano ou europeu. No Brasil, esse argumento não funciona. Aqui, não temos essa estrutura. Argumentos desse tipo são colonizados (precisa ser aceito por doutores) e injustos (não nos dá oportunidade estrutural de que as nossas invenções sejam aceitas). A atividade de pensar metodicamente (filosófica ou cientificamente) não vem de títulos, e aí uma advertência para os colegas que querem fazer realmente uma wikipedia bacana. Quem enfrenta a discussão sobre conhecimento no Brasil não pode ficar alheio a essas estruturas. Ou: onde estão os nossos cientistas e filósofos? Há entre nós um Marx, um Newton, um Freud? Temos uma Rosa Luxemburgo, uma Hannah Arendt, uma Judith Butler? Não temos. Os que chegam perto são taxados de “vaidade”, vivem como Cruz e Sousa viveu, são renegados por nós mesmos, não participam da estrutura, não chegam nem sequer a despontar.

Argumentos formais de acordo com a wikipedia para manter o artigo: há verificabilidade de fontes secundárias que utilizam a teoria construcionista crítica, a qual vem da produção nossa de pensamento há pelo menos 20 anos.

Muito obrigado, Gots (discussão) 20h04min de 23 de Setembro de 2008 (UTC)

  • Não há sentido em misturar a teoria de aprendizagem com a outra teoria. Tosqueira D C 01h19min de 6 de Outubro de 2008 (UTC)
  • Citação: Gots escreveu: «Ou: onde estão os nossos cientistas e filósofos? Há entre nós um Marx, um Newton, um Freud? Temos uma Rosa Luxemburgo, uma Hannah Arendt, uma Judith Butler? Não temos.» Não temos mesmo? Como disse na votação, já ouviu falar de Ubiratan D'Ambrósio, Newton da Costa, Paulo Freire, entre outros? É... depois eu é que não sei da realidade acadêmica brasileira... Tosqueira D C 00h52min de 9 de Outubro de 2008 (UTC)