Djalma Santos

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Djalma Santos
Djalma Santos
Djalma Santos em 2008
Informações pessoais
Nome completo Djalma Pereira Dias dos Santos
Data de nasc. 27 de fevereiro de 1929
Local de nasc. São Paulo, São Paulo, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Morto em 23 de julho de 2013 (84 anos)
Local da morte Uberaba, Minas Gerais, Brasil
Altura 1,73 m
destro
Informações profissionais
Período em atividade 1948–1964 (24 anos)
Posição lateral-direito
Clubes de juventude
Parada Inglesa
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1948–1959
1959–1968
1968–1972
Portuguesa
Palmeiras
Atlético Paranaense
0510 000(33)
0498 000(10)[1]
0032 0000(2)
Seleção nacional
1952–1968 Brasil 0100 0000(3)[2]
Times/clubes que treinou
Vitória[3]
Medalhas
Competidor do Brasil
Copa do Mundo FIFA
Ouro Suécia 1958 Equipe
Ouro Chile 1962 Equipe
Jogos Pan-Americanos
Ouro Santiago 1952 Equipe
Última atualização: 18 de junho de 2015

Djalma Pereira Dias dos Santos (São Paulo, 27 de fevereiro de 1929[4]Uberaba, 23 de julho de 2013)[5] foi um futebolista brasileiro que atuou como lateral-direito. Em 1997 e 2000, foi eleito pela FIFA como o maior de todos os tempos na sua posição.

Ídolo do Palmeiras, onde jogou 498 jogos durante nove anos e conquistou vários títulos, da Portuguesa, onde despontou no futebol profissional e disputou 510 partidas, e do Atlético Paranaense, onde encerrou a carreira,[6] Djalma Santos foi eleito o maior lateral-direito da história do futebol[7] pela FIFA, por especialistas, enquetes, jornais, revistas e meios de comunicação do mundo todo, como por exemplo: a revista Placar em 1981; a revista Venerdì, 1997; a Tarde Newspaper (2004); e novamente na revista Placar em sua última pesquisa.

Disputou 100 partidas pela Seleção Brasileira, tendo participado das Copas do Mundo de 1954, 1958, 1962 e 1966. Ele e Pelé são os únicos a iniciarem pelo menos uma partida como titular da Seleção Brasileira em quatro Mundiais.[8] Ao lado dos alemães Franz Beckenbauer e Philipp Lahm, é um dos três únicos jogadores a serem escolhidos três vezes como o melhor da sua posição em Copas do Mundo. Também foi eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA em 1954, 1958 e 1962.[9]

Djalma Santos, que terminou a carreira sem ter sido expulso uma única vez,[10] posteriormente trabalhou como treinador e comandou o Vitória.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Equipe do Palmeiras em 1960

Djalma fez história nos três grandes clubes por onde passou. Jogador exemplar, jamais foi expulso de campo. Fez parte de uma das melhores equipes da Portuguesa em todos os tempos, onde ao lado de jogadores como Pinga, Julinho Botelho e Brandãozinho conquistou o Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955 e a Fita Azul em 1951, 1953 e 1954. É o segundo maior recordista de jogos disputados pelo clube, 434 no total, entre os anos de 1949 e 1958, ficando atrás apenas de Capitão, com 496 partidas.[11]

Em 1956, o jornal The Times descreveu: "Certamente não existe melhor lateral direito no mundo hoje em dia do que Djalma Santos. Seu controle de bola e a maneira como o utilizam corresponde a tudo que um atacante pode fazer.".[12] Ao lado do argentino Néstor Rossi, foi o único jogador eleito de forma unanime para a seleção do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1957.[13]

Na final da Copa do Mundo de 1958 entre a Seleção Brasileira e a Suécia, entrou no lugar do titular De Sordi, que foi considerado, pelo médico-chefe da delegação brasileira, como "extremamente nervoso" para a partida. Em apenas noventa minutos foi eleito o melhor jogador da posição no Mundial, que foi o primeiro conquistado pelo Brasil em toda a história.[14]

No Palmeiras, com 498 jogos, é o sétimo jogador que mais vestiu a camisa alviverde. Foi destaque da primeira Academia ao lado de craques como Ademir da Guia, Julinho Botelho, Djalma Dias e Vavá.

Foi no Palmeiras que conquistou o maior número de títulos de sua carreira: o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; os Campeonatos Brasileiros de 1960, 1967 (Robertão) e 1967 (Taça Brasil). Além disso, venceu o Torneio Rio-São Paulo em 1965.

Em 1963, foi o único brasileiro a integrar a seleção da FIFA que enfrentou a Inglaterra em um amistoso no Estádio de Wembley, na Inglaterra.

Apesar de ter defendido apenas três clubes na carreira, Djalma Santos vestiu uma vez a camisa do São Paulo, mesmo pertencendo na época ao Palmeiras. No dia 9 de novembro de 1960, jogou como convidado nos festejos da inauguração do Estádio do Morumbi, na vitória sobre o Nacional do Uruguai, por 3 a 0, com gols de Canhoteiro e Gino.

O lateral-direito havia sido convidado com Almir Pernambuquinho e Julinho Botelho para fazer parte do time e essa foi a forma encontrada para apresentar o recém-construído Morumbi aos torcedores dos outros clubes da capital paulista. Pelé também havia sido convidado, mas não pode jogar.[15]

Pelo Atlético Paranaense ele jogou até os 42 anos de idade, outra marca pouco comum para jogadores de futebol. Após parar de jogar, Djalma se tornou treinador e teve como primeiro desafio comandar o time do Vitória no início da década de 1970.[3]

Uma jogada que sempre fazia era a forte cobrança do arremesso lateral, jogando a bola sempre dentro da área adversária.

Em 31 de agosto de 2010, foi agraciado pelo Governo do Estado de São Paulo com o oficialato da Ordem do Ipiranga.[16]

Morte[editar | editar código-fonte]

Djalma Santos morreu em Uberaba, Minas Gerais, aos 84 anos de idade, decorrente de parada cardiorrespiratória. Foi sepultado no Cemitério São João Batista em Uberaba.[5][17]

Títulos[editar | editar código-fonte]

Ao lado de Pelé e Gilmar, Djalma Santos comemora o título de campeão da Seleção Brasileira na Copa da Suécia em 1958
Portuguesa
Palmeiras
Atlético Paranaense
Seleção Brasileira

Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Almanaque do Palmeiras, Edição 1 - 2004 - Editora Abril, página 453
  2. «Todos os brasileiros 1954». Folha de S.Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 13 de outubro de 2018 
  3. a b c «Vitória emite nota de pesar pela morte do ex-jogador Djalma Santos». ge. 24 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  4. «Ficha técnica do jogador». Futpedia.globo.com 
  5. a b «Morre Djalma Santos, bicampeão mundial». Folha de S.Paulo. 23 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  6. «Djalma Santos - Quem Fim Levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 23 de maio de 2024 
  7. «Bicampeão do mundo, Djalma Santos morre aos 84 anos». Exame. 23 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  8. «Djalma Santos: quatro Copas, muitas glórias e um feito digno de Pelé». ge. 23 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  9. Andrew Downie (24 de julho de 2013). «Brazil's twice World Cup winner Djalma Santos dies at 84» (em inglês). Reuters. Consultado em 23 de maio de 2024 
  10. «Morre Djalma Santos, o maior lateral-direito do mundo». Confederação Brasileira de Futebol. 23 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  11. Thaís Contarin (23 de julho de 2023). «Dez anos sem Djalma Santos: amigos e ex-alunos exaltam o maior lateral-direito da história». ge. Consultado em 23 de maio de 2024 
  12. «A Cronica Inglesa». Memória BN. Manchete Esportiva (RJ) de 19 de maio de 1956. Consultado em 29 de julho de 2017 
  13. «Os técnicos opinam sobre o sul-americano». Memória BN. Manchete Esportiva (RJ) de 4 de maio de 1957. Consultado em 29 de julho de 2017 
  14. Felipe Portes (25 de agosto de 2013). «Morre De Sordi, um dos laterais mais clássicos do Brasil». Trivela. Consultado em 23 de maio de 2024 
  15. «São Paulo Futebol Clube lamenta morte de Djalma Santos». Site oficial do São Paulo FC. 24 de julho de 2013. Consultado em 23 de maio de 2024 
  16. «Governo entrega Ordem do Ipiranga a personalidades». Portal do Governo do Estado de São Paulo. 31 de agosto de 2010. Consultado em 9 de março de 2018 
  17. «Djalma Santos completaria 89 anos nesta terça». Site Oficial da CBF. 27 de fevereiro de 2018. Consultado em 13 de outubro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Mazziero de Souza, Kleber - Divino: a vida e a arte de Ademir da Guia. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2001; ISBN 8575100092
  • Helena Júnior, Alberto - Palmeiras, a eterna Academia - 2ª Edição. São Paulo: DBA, 2003
  • Unzelte, Celso Dario e Venditti, Mário Sérgio - Almanaque do Palmeiras. São Paulo: Editora Abril, 2004
  • Duarte, Orlando - O alviverde imponente. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008
  • Revista Placar, Editora Abril, 1981
  • Jornal Opção, Edição 2007 de 22 a 28 de dezembro de 2013
  • Revista Placar, Editora Abril, 1999
  • Revista Italiana Venerdì Magnifici 1997
  • Tarde Newspaper, 2004

Ligações externas[editar | editar código-fonte]