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Doaa el-Adl

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Doaa el-Adl
Doaa el-Adl
Nascimento 6 de fevereiro de 1979
Damieta
Residência Cairo
Cidadania Egito
Alma mater
Ocupação cartunista, escritora
Prêmios

Doaa el-Adl (Damietta, 6 de fevereiro de 1979)[1] é uma cartunista egípcia que atualmente trabalha para o jornal Al-Masry Al-Youm,[2] conhecida por seus desenhos satíricos com fortes temas políticos, sociais ou religiosos. Ela foi citada como a cartunista feminina mais famosa do Egito.[3] Seu trabalho na Al-Masry Al-Youm recebeu considerável atenção e criou polêmica.[3][4] Ela vive e trabalha no Cairo.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Doaa el-Adl estudou Belas Artes, na Universidade de Alexandria, graduando-se em 2000.[1]

Doaa começou a publicar seus desenhos em 2007, tendo trabalhado como cartunista para Al-Dustour, Rose al-Yūsuf e Sabah El Kheir, e ilustrou para Qatr El Nada, Alaa-El Din, Bassem e Al-Masry Al-Youm. Em 2009, tornou-se a primeira mulher a ganhar o prêmio "Distinção Jornalística em Caricatura".[3]

Em 2014, Doaa foi homenageada pela fundação francesa Cartooning for Peace. O prêmio foi entregue pelo antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que afirmou que o prêmio "reconhece aqueles que comprometem suas vozes e seu talento artístico com a causa da paz e da tolerância, e que utilizam uma linguagem universal de imagens para informar, educar e celebrar nossa humanidade comum".[5]

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

Após a revolução egípcia de 2011, o trabalho de Doaa el-Adl tornou-se fortemente crítico ao então presidente do Egito, Mohamed Morsi.[6]

Ela criou polêmica em dezembro de 2012, quando publicou um cartoon no Al-Masry Al-Youm retratando um anjo informando Adão e Eva que eles poderiam ter ficado no Jardim do Éden se tivessem votado no candidato certo.[7] De acordo com Doaa, o cartoon era uma crítica aos "políticos que se aproveitam da religião e a usam para dominar e influenciar pessoas simples".[3] Ela foi acusada de blasfêmia por Khaled El Masry, um advogado salafista, que posteriormente foi Secretário-Geral do Centro Nacional para a Defesa das Liberdades da Frente Salafista.[3][8] O processo alegou que o desenho insultava o papel de Adão no Islã.[7] O Procurador-Geral Talaat Abdallah ordenou uma investigação; que acabou sendo abandonada após o golpe de estado egípcio de 2013.[9]

No mesmo ano, ela foi interrogada por Talaat Abdallah por causa de um cartoon que criticava os islamistas egípcios e sua influência na política. Ela foi defendida pelo cartunista brasileiro Carlos Latuff, que a retratou se defendendo de um islamista com um lápis em forma de lança.[10]

Em fevereiro de 2013, Doaa el-Adl desenhou um cartoon criticando a mutilação genital feminina, onde um homem de aparência decadente sobe uma escada enquanto se espreguiça e segura uma tesoura para cortar uma flor vermelha entre as pernas de uma mulher.[3][4] Falando ao Clitoraid em 2013, Doaa el-Adl explicou:[11]

Seus cartoons que retratam o julgamento do presidente egípcio Hosni Mubarak também eram populares.[3]

Em 2016, seu trabalho cobriu tópicos internacionais como o Brexit,[12] o ataque à Universidade Bacha Khan (no Paquistão)[13] e o Stop Violence Against Women.[14]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2009 - Distinção jornalística do Sindicato de Jornalistas Egípcios, na categoria "Caricatura"
  • 2013 - 41º Prêmio Forte dei Marmi de Sátira Política, na categoria "desenhos satíricos internacionais"[15]
  • 2016 - 100 Mulheres mais inspiradoras do mundo pela BBC.[16]

Referências

  1. a b «في عيد ميلادها.. 15 معلومة عن الرسامة دعاء العدل». e3lam (em Arabic). 6 de fevereiro de 2019. Consultado em 27 de julho de 2019. Arquivado do original em 27 de julho de 2019 
  2. «Satirical cartoonists who dare speak truth to Africa's power; from Gado, 'Z', Papo, Doaa El Adl, Tayo, Zapiro...». MG Africa. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 8 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2016 
  3. a b c d e f g Stransky, Olivia (22 de maio de 2013). «Egyptian Cartoonist Doaa El Adl on Criticizing Genital Mutilation and Politicians». Sampsonia Way. Consultado em 10 de junho de 2018 
  4. a b «Satirical cartoonists who dare speak truth to Africa's power; from Gado, 'Z', Papo, Doaa El Adl, Tayo, Zapiro...». Mail and Guardian Africa. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 11 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2016 
  5. «Drawing for peace». 5 de maio de 2014. Consultado em 12 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 12 de junho de 2018 
  6. «Egypt's Fault Lines, and its Cartoons». 9 de julho de 2013. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  7. a b «Cartoonists Rights Network International Latest News and Events». Consultado em 12 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2016 
  8. «Egypt». Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  9. «Doaa Eladl receives threats for her cartoons». Consultado em 12 de dezembro de 2016 [ligação inativa] 
  10. «Brazilian cartoonist Carlos Latuff defends Egyptian counterpart Doaa El-Adl». Albawaba.com. 30 de dezembro de 2012. Consultado em 11 de dezembro de 2016 
  11. «Egyptian woman Cartoonist, Doaa Eladl, publishes a controversial cartoon on FGM - She tells Clitoraid why.». Clitoraid.org. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  12. «Cartoon Movement - Britain leave the European Union». Consultado em 12 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 12 de junho de 2018 
  13. «Cartoon Movement - War on Knowledge». Consultado em 12 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 12 de junho de 2018 
  14. «Cartoon Movement - Enough!». Consultado em 12 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 7 de setembro de 2018 
  15. «Marilena Nardi and Doaa El Adl Honoured in Forte dei Marmi, Italy». bado-badosblog.blogspot.co.uk. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  16. «BBC 100 Women 2016: Who is on the list?». BBC News (em inglês). 21 de novembro de 2016. Consultado em 28 de julho de 2019