Dona Noca
Dona Noca | |
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Dona Noca | |
Prefeita de São João dos Patos | |
Período | 1934 a 1950 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Joanna da Rocha Santos |
Nascimento | 18 de dezembro de 1892 São João dos Patos, Maranhão |
Morte | 6 de abril de 1970 (77 anos) Floriano, Piauí |
Progenitores | Mãe: Feliciana da Rocha Santos Pai: João da Rocha Santos |
Partido | PSD |
Ocupação | política e empresária |
Joanna da Rocha Santos, mais conhecida como Dona Noca, (São João dos Patos, 18 de dezembro de 1892 - Floriano, 06 de abril de 1970), foi uma empresária e política brasileira, notória por ter sido a primeira mulher prefeita na história do Estado do Maranhão[1] e a segunda na história do Brasil[2], uma vez que foi nomeada chefe do poder executivo municipal de São João dos Patos em 1934.[1]
Filiada ao PSD, Joanna exerceu mandato entre 1934 e 1950, período em que se consolidou como importante liderança no município, mantendo influência nas decisões políticas da cidade mesmo após o término do mandato. Em 1954 foi reeleita pelo voto popular, exercendo mandato de 1954 a 1959.[3]
Exerceu também as funções de Promotora de Justiça, Juíza de Paz e Delegada.[3] Sua residência, um casarão histórico e imponente, abrigava a Delegacia, a Prefeitura e o Tribunal local.[1] A Prefeitura permaneceu funcionando em sua residência até o início dos anos 2000.[4]
Teve papel de destaque na Revolta das Oposições Aliadas, que contestava o desfecho das Eleições estaduais no Maranhão em 1950, tendo como objetivo impedir a posse do Governador Eugênio Barros, recém eleito após o TSE anular votos do candidato Saturnino Bello. Dona Noca reuniu 12.000 homens de vários municípios do Sertão Maranhense e rumou para a capital.[3] Sua atuação repercutiu nacionalmente. Foi designada como “fabulosa mulher do sertão maranhense” em matéria na Revista O Cruzeiro e como “coronela do sertão” na Revista do Globo.[5]
Advinda de uma família ligada ao comércio, à produção e à indústria, Dona Noca detinha prestígio na sociedade da época, exercendo atividades e frequentando círculos sociais comumente dominados por homens, em um sistema tipicamente patriarcal.[5]
Nos dias atuais, é lembrada pelo protagonismo exercido na política maranhense[6], possuindo aparelhos públicos como escolas e praças batizados em homenagem a si.[5] A política permanece no sangue de sua família. Teve seu sobrinho neto Celsinho eleito prefeito de São João dos Patos por duas vezes (1997-2000) e (2001-2004) chegando também a assumir o cargo de deputado estadual pelo PTB em 2010.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c PACHECO, Maria (2007). «O Segundo Eleitorado: Voto e Participação Política Feminina no Maranhão (1900 - 1934)» (PDF). Universidade Estadual do Maranhão UEMA. Consultado em 29 de junho de 2022
- ↑ Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. «100 anos de luta e o Dia Internacional da Mulher». Consultado em 1 de julho de 2022
- ↑ a b c FERREIRA, Carlos (2019). «Como Tudo Virou Cidade» (PDF). Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Consultado em 29 de junho de 2022
- ↑ Blog do Zozimo Tavares. «Cazé e a casa de Dona Noca». Consultado em 1 de julho de 2022
- ↑ a b c OLIVEIRA, Mayjara Rêgo Costa (2019). «NAS TRILHAS DE UMA "DONA": Joana da Rocha Santos e a cultura política nos sertões maranhenses.» (PDF). Programa de Pós-Graduação em História. Consultado em 30 de junho de 2022
- ↑ Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão. «Deputada Helena homenageia Dona Noca, primeira prefeita do Brasil». Consultado em 30 de Junho de 2022
- ↑ «Ricardo Archer e Celso Rocha assumem como deputado estadual». Jusbrasil. Consultado em 9 de julho de 2024