Douglas Baptista
Douglas Baptista | |
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Data de nascimento | 1953 |
Nacionalidade(s) | Brasileiro |
Apelido(s) | Maníaco de São Vicente |
Crime(s) | Homicídio qualificado |
Pena | 48 anos de prisão |
Situação | Preso |
Assassinatos | |
Vítimas | 8 |
Período em atividade | 1992 – 2003 |
País | Brasil |
Alvo(s) | crianças |
Douglas Baptista, também conhecido como “Maníaco de São Vicente”[1] é um assassino em série brasileiro, acusado do assassinato de pelo menos oito crianças entre os anos de 1992 e 2003 na Baixada Santista, área litorânea do Estado de São Paulo.
Foi condenado por dois casos e está preso desde 2015.[2][3][1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em 1953, Douglas Baptista era o primôgenito de uma família de três filhos. Para servir como exemplo aos demais, o pai o castigava mais severamente.[4]
Aos 18 anos, no início da década de 1970, serviu ao Exército Brasileiro. Durante o período de treinamento, foi atingido por uma explosão de uma granada, que lhe causou um ferimento no rosto e posteriores queixas de dores de cabeça e perda de memória.[4]
Em 1975, casou-se e teve dois filhos, indo residir na cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo. A união terminou em 1983.[4]
Posteriormente, Baptista foi residir em Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul, junto com a mãe, com quem viveu por cerca de quatro anos. Lá conheceu Rejane Ferreira, que era mãe de cinco crianças de um casamento anterior (uma delas, Vanessa, foi a primeira vítima). Ambos viveram maritalmente por cerca de 11 anos.[4]
No início dos anos 1990, Douglas, Rejane e seus filhos foram morar em São Vicente, na faixa litorânea do Estado de São Paulo.[4]
Crimes
[editar | editar código-fonte]A primeira vítima confessa de Douglas Baptista foi sua própria enteada, Vanessa, de 12 anos. A garota deveria ter ido à escola, porém foi raptada e afogada no rio Piaçabuçu, em Samaritá. A mãe nunca desconfiou de Baptista, convivendo com ele por mais alguns anos após o desaparecimento da menina.[4]
Entre 1994 e 1997, Baptista cometeu mais 5 crimes semelhantes contra crianças, geralmente vizinhas ou parentes de conhecidos.
Em 2003, no Jardim Sambaiatuba, em São Vicente, duas meninas desapareceram de casa no Natal. Elas eram Nathaly Ribeiro e Najila de Jesus, ambas com cinco anos de idade. Seus corpos foram encontrados quatro dias depois, com mãos e pés amarrados, no Rio Mambu, em Itanhaém. Foi quando os investigadores começaram as buscas pelo criminoso que chegaram à Douglas Baptista, após o relato de uma testemunha, vizinho das vítimas, que havia visto Baptista oferecer carona para as meninas.[5]
Modus operandi
[editar | editar código-fonte]Para atrair as crianças e não levantar suspeitas, Baptista virava amigo das famílias e muitas vezes oferecia presentes para os menores. Algumas crianças teriam sido atraídas com a promessa de um passeio ou uma pescaria.[2]
Quando chegava ao local escolhido, ele amarrava as vítimas e provavelmente as estuprava (o estupro só conseguiu ser provado no caso de Nathaly, já que foi encontrado esperma em sua vagina), depois as atirava na água - rio, mangue ou mar - fazendo com que morressem afogadas. Algumas também foram [ou podem ter sido] estranguladas.[6][7][5]
Segundo o Jornal de Brasília, num dos depoimentos o assassino teria dito "que sentia prazer em ver as vítimas se debatendo ao serem afogadas".[8]
"Ele é anormal, absolutamente irrecuperável", disse o psiquiatra Guido Palomba.[3]
Investigações e prisão
[editar | editar código-fonte]Após Baptista ser preso preventivamente em 2004, ele levou os investigadores a diversos locais onde havia descartado os corpos. Ele também confessou a morte de sua enteada, Vanessa. "A mãe nunca imaginou que seu companheiro pudesse fazer isto. Só depois ela percebeu que morava com o inimigo", disse o promotor ao canal Operação Policial.[5]
Aos policiais, ele disse que cometia os crimes devido a "uma força estranha".[3]
Chegou a ser preso e cumpria pena na Penitenciária de São Vicente quando recebeu um alvará de soltura para responder ao processo em liberdade.[2]
Voltou a ser preso em 8 de dezembro de 2015, quando deixava a casa onde morava no bairro Quietude, na Praia Grande[2].
Julgamentos e penas
[editar | editar código-fonte]Em 2013, foi condenado a 18 anos de prisão pela morte de Fabiana Silva dos Santos, e em agosto de 2017, a 30 anos pela morte de Priscila.[3][2]
Vítimas
[editar | editar código-fonte]Suas vítimas eram crianças pobres, que tinham entre 5 e 12 anos de idade. Alguns corpos nunca foram encontrados. Oito vítimas são atribuídas a Douglas Baptista:[3]
- Vanessa, 12 anos: enteada de Baptista, desaparecida em 21 de outubro de 1992. Corpo nunca foi encontrado;
- Fabiana Silva dos Santos, 9 anos: desaparecida em 11 de fevereiro de 1994. Corpo nunca foi encontrado[1];
- Sabrina (prima de Leandro, abaixo), 10 anos: desaparecida em 26 de junho de 1994. Raptada quando ia para a escola[5];
- Leandro (primo de Sabrina), 9 anos: desaparecido em 26 de junho de 1994. Raptado com a prima quando ia para a escola[5];
- Luana Elias Inácio, 9 anos: morta em 21 de março de 1996. Corpo encontrado num rio da cidade de Praia Grande;
- Priscila Elias Inácio (irmã de Luana), 8 anos: morta em 20 de outubro de 1997. Corpo encontrado num braço de mar em São Vicente;
- Nathaly Ribeiro, 5 anos: morta em 29 de dezembro de 2003 com Najila (abaixo); corpo localizado no rio Mambu, em Itanhaém; sinais de estupro[5];
- Najila de Jesus, 5 anos: morta em 29 de dezembro de 2003, corpo localizado no rio Mambu, em Itanhaém.
Curiosidade
[editar | editar código-fonte]Depois dos crimes de Douglas Baptista, houve a criação de um projeto de lei (PL 140/2010) que tipificava o assassinato em série. O projeto, no entanto, acabou arquivado.[5]
"Altera o Código Penal para considerar assassino em série o agente que comete três ou mais homicídios dolosos em determinado espaço de tempo, seguindo procedimento criminoso idêntico, constatado por laudo pericial elaborado por junta profissional; estabelece pena mínima de trinta anos de reclusão, em regime integralmente fechado ao assassino em série, proibida a concessão de qualquer tipo de benefício penal", dizia o texto da PL.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c «Acusado de matar 8 crianças é condenado a 30anos de prisão». R7.com. 10 de agosto de 2017. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ a b c d e Santos, LG Rodrigues e Rafaella MendesDo G1 (9 de dezembro de 2015). «Serial killer que afogou pelo menos oito crianças é preso no litoral de SP». Santos e Região. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ a b c d e «Maior 'serial killer' da Baixada Santista tem pena de 30 anos confirmada pelo TJ». A Tribuna. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ a b c d e f FUCCIA, Eduardo Velozo (24 de janeiro de 2011). «Um predador à espreita». Republicado por Hemeroteca Digital Brasileira. A Tribuna (n.305): p.4. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ a b c d e f g INVESTIGAÇÃO CRIMINAL - ASSASSINO EM SÉRIE, consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ Santos, Rafaella MendesDo G1 (9 de dezembro de 2015). «Serial Killer que afogou oito crianças não esperava ser preso, diz polícia». Santos e Região. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ Redação, Da (9 de dezembro de 2015). «Assassino em série é preso após matar 8 crianças afogadas no litoral paulista». Jornal Correio. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ «Assassino confesso de sete crianças é condenado». Jornal de Brasília. 19 de fevereiro de 2021. Consultado em 31 de julho de 2022
- ↑ «PLS 140/2010 - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 31 de julho de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Vídeo no canal Operação Policial: Investigação Criminal - Assassino Em Série