Edifício Caramuru
Edifício Caramuru | |
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Edifício Caramuru em 2017. | |
Informações gerais | |
Tipo | Edifício |
Estilo arquitetónico | Modernismo |
Arquiteto(a) | Paulo Antunes Ribeiro |
Início da construção | 1946 |
Inauguração | 1951 |
Proprietário inicial | Prudência Capitalização |
Número de andares | 8 |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Salvador, BA |
R. da Grécia, 3A - Comércio, 40010-010 | |
Coordenadas | 12° 58′ 18″ S, 38° 30′ 49″ O |
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Edifício Caramuru é um prédio inaugurado no ano de 1951, localizado no bairro do Comércio, na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]O Edifício Caramuru é um prédio localizado na Cidade Baixa de Salvador na Rua da Grécia, nº03, esquina com a Avenida Estados Unidos, no bairro do Comércio.[1][3] A edificação foi projetada pelo arquiteto Paulo Antunes Ribeiro, importante arquiteto carioca que assinou diversas obras no Brasil.[4][5] O Caramuru trata-se do primeiro prédio da Cidade Baixa soteropolitana.[6] Foi projetado para a seguradora Prudência Capitalização, tendo começada em 1946 e sendo inaugurado em 1951.[5]
Localização
[editar | editar código-fonte]O Edifício Caramuru tem vista para a Bahia de Todos os Santos, na esquina da Rua da Grécia com a Avenida Estados Unidos, uma avenida que atravessa a costa da baía.[1] O prédio está localizado no bairro do Comércio da cidade baixa, abaixo do Centro Histórico de Salvador, a noroeste do Mercado Maquete e do Elevador Lacerda, ambos marcos históricos proeminentes na cidade baixa.[7][8]
Estrutura
[editar | editar código-fonte]O Edifício Caramuru foi construído em concreto armado com painéis de madeira no interior.[9] Possui sete andares e um apartamento de cobertura. O terraço ajardinado é protegido do vento excessivo por paredes curvas de blocos de cimento. O edifício foi construído no sistema de estacas Franki; a profundidade média das estacas é de 10 metros.[9]
Brises-soleils
[editar | editar código-fonte]O uso precoce de brises-soleils por Ribeiro foi único e amplamente conhecido no Brasil.[10] Ele construiu um sistema de grades de ferro leve, de 2 por 3 metros de altura, destacadas das fachadas e dispostas em dois planos, alternadas em tabuleiro de xadrez, espaçadas de 25 centímetros e apoiadas em consoles de concreto projetando-se das lajes. Painéis verticais de 6 metros quadrados foram cobertos por telas de metal. Colocado em um projeto alternativo em dois lados do edifício para fornecer proteção solar para o interior.[1][9]
Terraço com jardim e escultura de Orfeu
[editar | editar código-fonte]O Edifício Caramuru demonstra a integração entre arte e arquitetura característica da época na utilização de uma escultura em arame de Mario Cravo Júnior.[11] A obra de Cravo Júnior foi colocada na fachada curva da cobertura e voltada para o jardim da cobertura. A escultura, chamada Orfeu (Orpheus), é feita de delicado fio de cobre. Infelizmente, a obra de Cravo foi perdida ou destruída em algum momento do início do século 21.[11]
Design de interiores
[editar | editar código-fonte]As divisórias internas nos pisos dos escritórios foram feitas de madeira e removidas conforme necessário.[12]
Tombamento
[editar | editar código-fonte]O Edifício Caramuru é uma estrutura protegida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) de nível estadual.[13][14] Alcançou a proteção provisória pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2008.[15]
Reconhecimento
[editar | editar código-fonte]Dada a sua importância, o prédio conquistou reconhecimento recebendo menção honrosa do júri da Bienal Internacional de Arte de São Paulo no ano de 1951.[4]
O prédio também é citado no livro Modern Architecture in Brazil de autoria de Henrique Mindlin publicado em 1956.[16][17] Também é citado na revista de arquitetura francesa, Architecture d’aujourd’hui de 1952 e na revista de arquitetura italiana Domus em 1954.[6][16]
O histórico arquiteto José Eduardo de Assis Lefèvre chamou o prédio de um "ícone da arquitetura modernista no Brasil e um ponto de referência internacional em nosso país".[16]
Referências
- ↑ a b c d Aragão, Geraldo (1 de novembro de 2016). «Ícone da arquitetura moderna da Bahia pode ser protegido pelo Estado». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ Moreira, Susanna (30 de outubro de 2019). «Guia de arquitetura de Salvador: 25 lugares para conhecer na primeira capital do Brasil». ArchDaily Brasil. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ a b «Paulo Antunes Ribeiro». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ a b Oliveira, Mariana (2008). «Trajetória arquitetônica de Paulo Antunes Ribeiro em Salvador: Edifício Caramuru, Hotel da Bahia e Sede do Banco da Bahia» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ a b Bierrenbach, Ana (2007). «Reflexões sobre a reciclagem da arquitetura moderna em Salvador – o Edifício Caramuru e a Cidade Baixa» (PDF). 7° Seminário Docomomo Brasil – Porto Alegre (Universidade Federal da Bahia). Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ Souza, Manuella (18 de dezembro de 2017). «O concreto armado nas edificações de Salvador no período entre guerras (1919-1938)» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ Andrade, Nivaldo. «Avant-Garde na Bahia: Urbanismo, arquitetura e artes plásticas em Salvador nas décadas de 1940 a 1960». Academia.edu. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ a b c CAVALCANTI, Lauro (2003). When Brazil Was Modern: Guide to Architecture, 1928-1960. [S.l.]: New York: Princeton Architectural Press. pp. 286–289
- ↑ Weinstein, Mary (15 de maio de 2008). «Gestores percorrem o Edifício Caramuru». A Tarde. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ a b Freire, Raquel. «Avant-Garde na Bahia: Urbanismo, arquitetura e artes plásticas em Salvador nas décadas de 1940 a 1960» (PDF). Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ «Edifício Caramuru deve ser tombado». Rota do Sertão. 2 de outubro de 2010. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ Line, A. TARDE On. «Tombamento do Edifício Caramuru ameaça planos para construção de hotel no Comércio». Portal A TARDE. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ «Edifício Caramuru, no Comércio, será tombado pelo IPAC». Leia Mais BA. 2 de outubro de 2010. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ «BENS TOMBADOS E PROCESSOS DE TOMBAMENTO EM ANDAMENTO (Atualização:16.03.2016)» (PDF). Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 16 de março de 2016. Consultado em 12 de julho de 2021
- ↑ a b c «Ícone da arquitetura modernista brasileira será tombado pelo Ipac». Governo do Estado da Bahia. 4 de outubro de 2010. Consultado em 11 de julho de 2021
- ↑ Mindlin, Henrique Ephim (1956). Modern Architecture in Brazil (em inglês). [S.l.]: Reinhold Publishing Corporation