Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia
Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia | |
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Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia no ano de 2019. | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | barroco |
Arquiteto | Alberto Borelli |
Engenheiro | Alberto Borelli |
Início da construção | junho de 1916 |
Fim da construção | dezembro de 1917 |
Inauguração | 30 de dezembro de 1917 |
Proprietário inicial | Comendador Bernardo Martins Catharino, D. Úrsula da Costa Martins Catharino |
Proprietário atual | Grupo Fera |
Função atual | escritório |
Patrim{ónio nacional | |
Classificação | Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Salvador, BA |
Rua do Tira Chapéu | |
Coordenadas |
Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia ou Palacete do Tira Chapéu[1][2] é um prédio inaugurado em 30 de dezembro de 1917, projetado para receber a Associação dos Empregados do Comércio (AECBA), localizado na esquina da Rua Chile com a Rua do Tira Chapéu, em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.[3][4][5]
História
[editar | editar código-fonte]A história do Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia está intrinsecamente ligada com a história da formação da elite econômica baiana.[6][7][8] Idealizado pelo comendador Bernardo Martins Catharino — proprietário do palacete que leva seu nome, o Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino, — que foi o financiador do prédio.[6] Localizado na Rua do Tira Chapéu em esquina com a Rua Chile foi organizada pelo engenheiro e arquiteto italiano Alberto Borelli representando a Companhia de Serraria e Construções — importante empreiteira baiana no contexto.[6][9]
As obras de construção do edifício foram iniciadas em junho de 1916 e concluída na sua inauguração em 30 de dezembro de 1917, mantendo um estilo arquitetônico voltado ao Barroco.[3][6] No ano de 1918, foi feita a doação de Bernardo Martins Catharino e sua esposa Úrsula da Costa Martins Catharino para a associação de trabalhadores.[6][10]
A sede da AECBA foi palco de reuniões e apresentações musicais reunindo personalidades baianas e do resto do país.[3] Além do seu papel de organização trabalhista, foi filantrópica com cursos profissionalizantes e pioneiros, como o de formação profissional de mulheres.[3] Até início da década de 2010, o edifício continuava a pertencer à AECBA, mas somente com a parte térrea utilizada,[2][11] enquanto os andares superiores estavam desocupados.[3]
Em 2018, foi anunciado o projeto de tornar o Palacete Tira Chapéu um centro gastronômico no Centro Histórico de Salvador, com vários restaurantes instalados no palacete.[1][12] O Grupo Fera, do empresário mineiro Antônio Mazzafera, comprou o edifício por volta de 2015, dentro da expansão dos seus negócios nesta área da cidade, cuja base é o Fera Palace Hotel,[1][13] e, neste caso, é empreendido pela Fera Investimentos ao lado das empresas Rio Verde e Elo.[13] O projeto de restauração foi encomendado ao arquiteto dinamarquês Adam Kurdahl e tem por inspiração duas referências espanholas: o mercado de São Miguel, em Madri, e El Nacional, em Barcelona.[1][13] Quando anunciado em 2018, a previsão era sua conclusão em 2020, contudo, em 2020 foi revista para 2022 em função do processo recuperação e restauro, como também de captação de financiamento para as instalações comerciais.[12]
Tombamento
[editar | editar código-fonte]O prédio da associação passou pelo processo de tombamento definitivo no ano de 2011, aferido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão responsável pela preservação da memória baiana, sob o processo Decreto nº 13.151/2011.[14][15][16] Segundo o diretor do IPAC, Frederico Mendonça, o tombamento "é benéfico, pois ao ser reconhecido oficialmente o imóvel passa a ter prioridade nas linhas de financiamento de restauração, sejam elas municipais, estaduais, federais ou até internacionais. Além disso, o tombamento proíbe a descaracterização da edificação".[17]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino
- Barroco no Brasil
- Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
Referências
- ↑ a b c d Jacobina, Ronaldo (18 de agosto de 2018). «Centro Histórico vai ganhar shopping gastronômico com oito restaurantes». Jornal Correio. Consultado em 6 de outubro de 2021
- ↑ a b «Palacete do Tira Chapéu | A Salvador Que Sonhamos». Diário de Salvador. 9 de setembro de 2019. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ a b c d e Macedo, Ronaldo (8 de junho de 2011). «IPAC finaliza dossiê para proteção de prédio de 1914 na Rua Chile». Secretaria da Cultura da Bahia. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ «Associação dos Empregados do Comércio da Bahia (Salvador, BA)». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ a b c d e «Salvador - Associação dos Empregados no Comércio da Bahia». iPatrimônio. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ Carmo, Sura. «A intelligentsia baiana: a importância dos intelectuais na concepção da "ideia de Bahia" entre as décadas de 1930 e 1950» (PDF). Associação Nacional de História - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ SOUZA, Jessé (2017). A elite do atraso. [S.l.]: Leya. 240 páginas
- ↑ Andrade, Nivaldo (2007). «A Influência Italiana na Modernidade Baiana: O caráter público, urbano e monumental da arquitetura de Filinto Santoro». Dezenove e Vinte. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ Neves, Belinda (2020). «De templo jesuítico à Sé Catedral: transformações ornamentais e iconográficas da igreja do colégio após a expulsão dos jesuítas» (PDF). Universidade Federal da Bahia. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ Visões imaginárias da cidade da Bahia: um diálogo entre geografia e a literatura. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia. 2004
- ↑ a b Jacobina, Ronaldo (15 de janeiro de 2020). «Shopping gastronômico no Centro Histórico deve ficar pronto em 2022». Jornal Correio. Consultado em 6 de outubro de 2021
- ↑ a b c «Palacete na Praça Municipal vai virar centro de gastronomia. Veja o vídeo». Bahia Econômica. 21 de Setembro de 2021. Consultado em 6 de outubro de 2021
- ↑ «Ipac finaliza pesquisas para tombar prédio de 1914 na Rua Chile». iBahia. 8 de junho de 2011. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ Pacheco, Clarissa (17 de agosto de 2011). «Ipac tomba seis edificações históricas da Bahia». A Tarde. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ «Edifício da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia. Consultado em 14 de julho de 2021
- ↑ «Tombamento pelo Ipac pode ser solicitado por qualquer cidadão na BA». G1. 8 de junho de 2011. Consultado em 14 de julho de 2021