Saltar para o conteúdo

Ego

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Ego (desambiguação).

O ego ou eu[1] (alemão: Ich), lugar em que se reconhece, eu de cada um[2] designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico: Id, Ego e Superego.[3] O ego desenvolve-se a partir do Id, na medida que o bebê vai tomando consciência de sua própria identidade, com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.[4]

O Ego é lógico e racional. Sempre cumpre a função de lidar com a realidade externa (faz um meio campo entre o mundo interno e externo), lidando com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Assim, o ego atua como mediador entre o id e o mundo exterior, tendo que lidar também com o superego, com as memórias de todo tipo e com as necessidades físicas do corpo. A sua energia é extraída do Id.

Psicologia do ego

[editar | editar código-fonte]

Sob os auspícios dessa nova escola, influente desde a morte de Freud e hegemônica por décadas, a psicanálise surge integrando múltiplas facetas, passando a se ordenar em torno de novos objetivos terapêuticos, novos métodos de investigação dos processos psíquicos – o empírico no sentido positivista –, novos conceitos, novas táticas e técnicas. Em função desta pluralidade de inovações, os mentores desta escola julgaram mesmo procedente criar uma nova denominação psicanalítica, passando a denominá-la de “psicologia psicanalítica do ego” (RAPAPORT, 1962, p. 42).

Nomeação deveras mais apropriada para o que lograram construir. O conceito de ego, que ordenou todo o arcabouço teórico e técnico da “psicologia psicanalítica do ego”, forçou a metonímia, sem dúvida feliz no que diz respeito à invenção freudiana: foi simplesmente como “psicologia do ego” (sem psicanálise no nome) que esta escola passou a ser reconhecida. A homologação do ego à função da consciência foi o grande equívoco praticado por toda uma geração de analistas que sucedeu a Freud, convertendo-se numa rota de desvio cujos rumores se fazem ainda ouvir em nossos dias. Esta virada teórica veio refletir-se de modo pontual no manejo técnico, ordenando no campo analítico uma técnica calcada no fortalecimento do ego com vistas ao adestramento do desejo inconsciente.

O inconsciente é definido por Freud como um sistema composto por representações instituídas por meio do recalque. O recalque, ao instituir o campo das representações, institui em ato o próprio inconsciente e confere a uma representação seu estatuto inconsciente, de modo que inconsciente e recalque são conceitos indissolúveis e correlatos: “A teoria da repressão [recalcamento] é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise”.

A principal função do Ego é procurar atender e aplacar as exigências constantes do Id e a realidade do Superego, logo preservará a saúde, segurança e sanidade da psique. Há muitos conflitos entre o Id e o Ego, pois os impulsos não civilizados do Id estão sempre querendo expressar-se. Freud destacava que os impulsos do Id são muitas vezes reprimidos pelo Ego por causa do medo de castigo. Ou seja, o Ego pode coibir os impulsos inaceitáveis do Id, por exemplo se uma pessoa te fecha no trânsito, o ego te impede de perseguir o carro e agredir fisicamente o motorista infrator, seria um impulso do id (que é totalmente inconsciente). Porém, visto que o indivíduo não pode sobreviver obedecendo somente aos impulsos do Id, é necessário que ele reaja realisticamente a seu ambiente de convívio. O conjunto de procedimentos que leva o indivíduo a comportar-se assim, é o Ego. O Ego é, portanto, mais realístico do que o Id, visando sempre as consequências dos impulsos inconscientes do Id.[5][6]

O Ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente.

Referências

  1. FRANCISCO, Augusto César. «A importância da pulsão para a análise do corpo nas homossexualidades» (PDF) 
  2. «Significado de Ego». Significados. Consultado em 15 de junho de 2019 
  3. «Diferença entre Ego, Superego e Id». Diferença. Consultado em 15 de junho de 2019 
  4. Azevedo, Tiago (19 de dezembro de 2015). «O que é Ego para Freud?». Psicoativo ⋆ Universo da Psicologia 
  5. Pervin, Lawrence A.; Cervone, Daniel & John, Oliver (2005). Persönlichkeitstheorien. ünchen: Reinhardt. ISBN 3-497-01792-2
  6. Carver, Charles S. & Scheier, Michael F. (2000). Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon. ISBN 0 2055 2262 9
Ícone de esboço Este artigo sobre psicologia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.