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Eleições estaduais em Pernambuco em 1974

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
1970 Brasil 1978
Eleições estaduais em  Pernambuco em 1974
3 de outubro de 1974
(Eleição indireta)
15 de novembro de 1974
(Eleição direta)


Candidato Moura Cavalcanti


Partido ARENA


Natural de São Vicente Ferrer, PE


Vice Paulo Cunha
Votos 30
Porcentagem 100%

As eleições estaduais em Pernambuco em 1974 aconteceram em duas fases conforme previa o Ato Institucional Número Três e assim a eleição indireta do governador Moura Cavalcanti e do vice-governador Paulo Cunha foi em 3 de outubro e a escolha do senador Marcos Freire, 18 deputados federais e 42 estaduais ocorreu em 15 de novembro sob um ritual aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima, sendo que os pernambucanos residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes no Congresso Nacional por força da Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.[1][2][3][4][nota 1][nota 2]

Nascido em São Vicente Ferrer, Moura Cavalcanti foi nomeado prefeito de Macaparana em 1945 aos vinte anos de idade e após algumas interrupções formou-se advogado na Universidade Federal de Pernambuco em 1954. Afilhado político de Cordeiro de Farias, foi governador do Amapá durante a presidência de Jânio Quadros. De volta a Pernambuco representou o estado no conselho deliberativo da SUDENE. Durante o governo Paulo Guerra foi secretário de Administração e secretário do Planejamento e sob Nilo Coelho foi Superintendente de Desenvolvimento do Vale do Serigi. Antes assumir o Palácio do Campo das Princesas esteve junto ao presidente Emílio Garrastazu Médici como presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e ministro da Agricultura antes de ser escolhido governador sob a legenda da ARENA em 1974.[5][6]

Natural de Campina Grande, o arquiteto Paulo Cunha formou-se em 1960 pela Universidade Federal de Pernambuco, instituição onde lecionou. Professor também da Universidade de Pernambuco, chefiou a seção de arquitetura do Departamento de Obras e Fiscalização dos Serviços Públicos. Em 1968 foi nomeado pelo governador Nilo Coelho como o primeiro titular da Secretaria de Indústria e Comércio,[7] cargo mantido no governo Eraldo Gueiros. Em 1974 foi escolhido pessoalmente por Moura Cavalcanti dentre os quadros da ARENA como candidato a vice-governador de Pernambuco, sendo eleito a seguir.[8]

Na disputa para senador o vitorioso foi Marcos Freire. Advogado formado em 1955 pela Universidade Federal de Pernambuco foi professor da referida instituição antes de assumir a Secretaria de Abastecimento durante a passagem de Pelópidas da Silveira pela prefeitura do Recife. Depois de militar no PSB ingressou no MDB após a decretação do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964. Eleito prefeito de Olinda em 1968, recusou-se a assumir em protesto pela cassação do vice-prefeito Renê Barbosa pelo Ato Institucional Número Cinco. De volta ao magistério e à advocacia elegeu-se deputado federal em 1970 compondo a "ala autêntica" de seu partido e em 1974 foi eleito senador.[9][10]

Resultado da eleição para governador

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Eleição realizada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco sob a abstenção de nove parlamentares do MDB.[11]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Moura Cavalcanti
ARENA
Paulo Cunha
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
30
100%
  Eleito

Resultado da eleição para senador

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Dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral que apurou 1.084.322 votos nominais (89,19%), 76.611 votos em branco (6,30%) e 54.856 votos nulos (4,51%) resultando no comparecimento de 1.215.789 eleitores.[1]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Marcos Freire
MDB
Waldemir Cardoso da Cunha
MDB
-
MDB (sem coligação)
605.953
55,88%
João Cleofas
ARENA
Antônio Farias
ARENA
-
ARENA (sem coligação)
478.369
44,12%
  Eleito

Deputados federais eleitos

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São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[12][13][1]

Representação eleita

  ARENA: 13
  MDB: 5

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Jarbas Vasconcelos MDB 67.975 Vicência  Pernambuco
Marco Maciel ARENA 55.692 Recife  Pernambuco
Ricardo Fiuza ARENA 54.144 Fortaleza  Ceará
Fernando Lyra MDB 53.238 Recife  Pernambuco
Carlos Wilson ARENA 52.318 Recife  Pernambuco
Joaquim Guerra ARENA 50.589 Recife  Pernambuco
Carlos Alberto Oliveira[nota 3] ARENA 45.983 Limoeiro  Pernambuco
Sérgio Murilo MDB 42.650 Carpina  Pernambuco
Aderbal Jurema[nota 3] ARENA 40.190 João Pessoa  Paraíba
Thales Ramalho MDB 38.469 João Pessoa  Paraíba
Geraldo Guedes ARENA 37.986 Caruaru  Pernambuco
Airon Rios ARENA 36.454 Recife  Pernambuco
Gonzaga Vasconcelos ARENA 35.873 Surubim  Pernambuco
Josias Leite ARENA 35.252 São José do Egito  Pernambuco
Fernando Coelho MDB 35.003 Campina Grande  Paraíba
Joaquim Coutinho ARENA 32.630 Nazaré da Mata  Pernambuco
Inocêncio Oliveira ARENA 31.789 Serra Talhada  Pernambuco
Lins e Silva ARENA 26.469 Recife  Pernambuco

Deputados estaduais eleitos

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Na disputa pelas 42 vagas da Assembleia Legislativa de Pernambuco a ARENA conquistou 29 cadeiras e o MDB 13.[1][13]

Representação eleita

  ARENA: 29
  MDB: 13

Fonteː[1]

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Felipe Coelho ARENA 35.508 Ouricuri  Pernambuco
Marcus Cunha MDB 31.787 Bezerros  Pernambuco
Oswaldo Rabêlo ARENA 26.488 Goiana  Pernambuco
Alcir Marreiros Teixeira MDB 23.109 Recife  Pernambuco
Roberto Freire MDB 22.483 Recife  Pernambuco
Wandenkolk Nunes de Souza Wanderley ARENA 21.576 Arcoverde  Pernambuco
Maviael Cavalcanti ARENA 21.014 Macaparana  Pernambuco
Sebastião Galvão Martiniano Lins ARENA 20.894 Gravatá  Pernambuco
Manoel Marcos Chagas Aroucha Filho ARENA 18.124 Surubim  Pernambuco
Carlos Moura de Moraes Veras ARENA 17.858 Paulista  Pernambuco
João Falcão Ferraz ARENA 17.202 Floresta  Pernambuco
Edgard Lins Cavalcanti ARENA 16.761 Glória do Goitá  Pernambuco
Vital Novaes ARENA 16.452 Tupanatinga  Pernambuco
Luis Heráclio do Rêgo Sobrinho ARENA 16.072 Palmares  Pernambuco
Nivaldo Machado ARENA 16.007 Olinda  Pernambuco
José Antônio Liberato ARENA 15.721 Caruaru  Pernambuco
João Ferreira Lima Filho MDB 15.367 Aliança  Pernambuco
José Muniz Ramos ARENA 15.330 Araripina  Pernambuco
Antônio Corrêa de Oliveira Andrade Filho ARENA 15.286 Goiana  Pernambuco
Antônio Airton Benjamin ARENA 15.120 Olinda  Pernambuco
Argemiro Menezes ARENA 14.920 Serra Talhada  Pernambuco
José Mendonça Bezerra ARENA 14.726 Belo Jardim  Pernambuco
Ivo Queiroz ARENA 14.487 Vitória de Santo Antão  Pernambuco
Severino de Almeida Filho ARENA 14.456 Ouricuri  Pernambuco
Walfredo Paulino de Siqueira ARENA 14.278 São José do Egito  Pernambuco
Honório de Queiroz Rocha ARENA 14.061 Ipojuca  Pernambuco
Severino Cavalcanti ARENA 13.932 João Alfredo  Pernambuco
Abelardo Ribeiro Godoy ARENA 13.792 Bonito  Pernambuco
Francisco Cintra Galvão ARENA 13.119 Belo Jardim  Pernambuco
Ênio Pessoa Guerra ARENA 12.930 Bom Jardim  Pernambuco
Gilvan Caldas de Sá Barreto MDB 12.876 Nazaré da Mata  Pernambuco
Audomar Ferraz ARENA 12.773 Floresta  Pernambuco
José Alfredo Coutinho Correia de Oliveira ARENA 12.418 Nazaré da Mata  Pernambuco
Paulo Lucena de Mendonça ARENA 12.055 Recife  Pernambuco
José Emídio Fernandes MDB 11.375 Pesqueira  Pernambuco
Mário de Melo MDB 10.405 Recife  Pernambuco
Edgar Moury MDB 9.170 Recife  Pernambuco
Roberval Lins Pinto MDB 8.195 Escada  Pernambuco
Moacyr André Gomes MDB 8.391 Recife  Pernambuco
Lívio Valença MDB 7.897 Capoeiras  Pernambuco
José de Assis Pedrosa MDB 6.908 Limoeiro  Pernambuco
Manoel Gilberto Silveira de Holanda Cavalcanti MDB 6.341 Recife  Pernambuco

Notas

  1. Nos territórios federais o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais, não havendo eleições no Distrito Federal e em Fernando de Noronha.
  2. Originalmente a Lei n.º 6.091 não previa a eleição para deputados estaduais, algo que ocorreria anos depois.
  3. a b Houve alterações na bancada devido à montagem do secretariado de Moura Cavalcanti: Carlos Alberto Oliveira foi secretário de Justiça e Aderbal Jurema secretário de Assuntos Extraordinários. Nisso foram convocados Luís Ferreira Lima e Valério Rodrigues.

Referências

  1. a b c d e BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 4 de abril de 2018 
  2. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três de 05/02/1966». Consultado em 4 de abril de 2018 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 24 de novembro de 2013 
  4. A ARENA no dia do MDB. Disponível em Veja, ed. 324 de 20/11/1974. São Paulo: Abril. Página visitada em 24 de novembro de 2013.
  5. José Francisco de Moura Cavalcanti (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 15/06/1974. Política e Governo, p. 04. Página visitada em 4 de abril de 2018.
  6. Tomam posse hoje os novos governadores (online). Folha de S.Paulo, 15/03/1975. Nacional, p. 04. Página visitada em 1º de junho de 2018.
  7. Com nomeação de dois secretários, govêrno (sic) inicia execução da reforma (online). Diario de Pernambuco, Recife (PE), 03/01/1968. Capa. Página visitada em 5 de abril de 2018.
  8. Moura aponta Gustavo para compor sua chapa (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 10/07/1974. Política e Governo, p. 04. Página visitada em 5 de abril de 2018.
  9. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Marcos Freire». Consultado em 4 de abril de 2018 
  10. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Marcos Freire». Consultado em 4 de abril de 2018 
  11. De Norte a Sul, espetáculo igual (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 04/10/1974. Geral, p. 05. Página visitada em 4 de abril de 2018.
  12. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 4 de abril de 2018. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  13. a b BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 4 de abril de 2018