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Elvira Viegas de Ribadouro

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Elvira Viegas de Ribadouro
Rica dona/Senhora
Senhora de Britiande
Reinado 1146-1218
Predecessor(a) Egas Moniz IV
Sucessor(a) João Pires da Maia
Senhora da Maia
Reinado 1160-1198
Predecessor(a) Châmoa Gomes de Pombeiro
Sucessor(a) Guiomar Mendes de Sousa
Nascimento Antes de 1140
Morte 27 de outubro de 1218
Sepultado em Mosteiro de Salzedas, Tarouca, Viseu, Portugal
Cônjuge Pedro Pais da Maia
Descendência João Pires, Senhor da Maia
Martinho Pires O Jami
Soeiro Pires
Teresa Pires
Sancha Pires
Urraca Pires
Dinastia Ribadouro
Pai Egas Moniz IV de Ribadouro
Mãe Teresa Afonso de Celanova
Religião Catolicismo romano

Elvira Viegas de Ribadouro (antes de 1140 - 27 de outubro de 1218[1]), foi uma rica-dona portuguesa, e senhora de várias honras.[2]

Primeiros anos

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Elvira era filha do célebre Egas Moniz, o Aio, e da sua segunda[3][4] (ou única[5][6]) esposa, Teresa Afonso de Celanova, sendo provavelmente das filhas mais novas do prócere, tendo em conta a datação tardia do seu aparecimento na corte e inclusive da sua morte.

Deveria ser ainda muito jovem aquando da morte do seu pai, em agosto de 1146. Até então a família havia sido das mais influentes de então na corte portuguesa: o seu pai havia sido o aio do então Rei de Portugal, Afonso Henriques, e os filhos mais velhos, Lourenço e Afonso, provavelmente criados em conjunto com o próprio monarca, desfrutavam de uma relação bastante próxima com o mesmo.

Testamento paterno

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Aquando da morte de Egas Moniz, os irmãos regressariam provavelmente da corte para dividir os bens do pai com a mãe. Ao seu irmão Lourenço, Egas passara a honra de Fonte Arcada, os cargos curiais (tenente de Lamego), o títulos de “conde” e senhor de Neiva e ainda a responsabilidade de ajudante na governação do reino. A Afonso o seu pai doou, de entre várias posses, as suas honras de Resende, Alvarenga e Lumiares; a Soeiro, couberam as honras de Vila Cova e Fontelo. A si, a honra de Britiande, e às suas irmãs Dórdia e Urraca, couberam respetivamente as honras de Lalim e Mezio.[7]. Dado que os filhos mais novos eram provavelmente menores, a sua mãe Teresa ter-se-á encarregado do governo das honras que lhes couberam.

Casamento e saída de Portugal

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Por volta de 1160, Elvira desposou o notável rico-homem Pedro Pais da Maia, chefe da linhagem e Alferes-mor de Portugal, cargo que ocupou por muitos anos. Este casamento trouxe bastantes vantagens para a família do marido, uma vez que, sendo ela filha do aio de Afonso Henriques, aproximou os da Maia da corte e do rei. Reaproximara, na verdade, dado que já Soeiro Mendes da Maia, avô do marido, fora bastante próximo do conde Henrique de Borgonha[8]. De Pedro, Elvira parece ter recebido vários bens[1].

Desastre de Badajoz

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A 3 de maio de 1169, as forças de Afonso Henriques e Geraldo Sem Pavor entraram em Badajoz e encontraram uma grande resistência das forças aí estacionadas[8]. Fernando II de Leão manteve o seu sogro refém para que Portugal refreasse as suas ambições na Galiza e no espaço de conquista leonês[8]. Dado ser Pedro Pais, o seu esposo, como alferes, o responsável militar, acabou apontado como um dos principais causadores da derrota de Badajoz, dado ser o responsável militar, Pedro Pais viveu nesses tempos imediatamente após a derrota um clima de grande tensão e hostilidade, que, juntamente com a oportunidade de singrar em Leão, onde em tempos o seu avô Gomes Nunes de Pombeiro obtera grande prestígio, levaram a que abandonasse a corte portuguesa. Encontrou abrigo junto da sua irmã, Ximena Pais da Maia, casada com o senhor de Toronho, Gonçalo Pais[8].

O marido voltaria algumas vezes a Portugal, mas nunca defintivamente até 1186ː em 1173 confirmava um documento em Portugal, sem deter a alferesia; em 1184 integrava as tropas leonesas que vieram em auxílio de Afonso Henriques no Cerco de Santarém.

Posses fundiárias em Leão

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Sabe-se que Elvira acompanhou o marido para o exílio, pois, em 1184, Fernando II ofereceu ao casal as cidades de Guillarei e Sarria, em Toronho[9][8]. Elvira e Pedro parecem ter feito da região uma "segunda casa": ambos detinham bens e o marido desempenhava funções políticas que o avô dele detivera. Elvira convivia de perto com a cunhada, e não parece ter estado muito longe da fronteira portuguesa[8].

Regresso à corte portuguesa

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O conflito de Pedro Pais com Afonso Henriques parece nunca ter-se resolvido de forma efetiva, uma vez que o Elvira e Pedro só regressam definitivamente a Portugal em 1186, já depois da morte do monarca português[10][8]. Entre janeiro e junho de 1186, o marido confirma já documentos de Sancho I de Portugal, parecendo ter-se reconciliado com ele. Contudo, faleceu em 1198, antes de conseguir recuperar o poderio e reputação perdidas após o episódio de Badajoz[9].

Viuvezː últimos anos e gestão fundiária

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Elvira sobreviveu ao marido e parece ter vivido, na sua condição de viúva, em Vila Nova, na honra de Britiande, numa casa que aí detinha, afastada da vila, mas próxima do Mosteiro de Salzedas, onde manifestou vontade de ser enterrada[1].

Desta senhora conhece-se alguma atividade fundiária, provavelmente nesta mesma condição de viúva. Está atestada em vários documentos e/ou fragmentos documentais: conhece-se um caso em que uns herdadores de Nogueira lhe pediram proteção contra as violências dos mordomos régios que vinham tributar as povoações[1].

Elvira está também documentada em várias doações que fez ao Mosteiro de Salzedas: em 1209, doou quatro casais em Vila Nova, na sua honra paterna, por forma a ser ali sepultada[1]. De facto, o seu desejo parece ter sido atendido, uma vez que nesse mosteiro celebra-se o seu aniversário mortuário[1].

Matrimónio e descendência

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Por volta de 1160, Elvira desposou Pedro Pais da Maia, filho de Paio Soares da Maia e de Châmoa Gomes de Pombeiro,[11] de quem teve:

Referências

  1. a b c d e f GEPB 1935-57, p. 210, vol.35.
  2. Mattoso 1981, p. 194-195.
  3. Mattoso 1982, p. 58.
  4. Sottomayor-Pizarro 1997.
  5. GEPB 1935-57, p. 285-87, vol.35.
  6. Fernandes 1960.
  7. GEPB 1935-57.
  8. a b c d e f g Calderón Medina & Ferreira 2014, pp. 11-12.
  9. a b Calderón Medina 2004, pp. 39-50.
  10. Mattoso 1995, p. 177.
  11. Sottomayor-Pizarro 1997, p. 254–255.
  12. Sottomayor-Pizarro 1997, p. 255.
  13. Sotto Mayor Pizarro 1997, p. 256.
  14. Sottomayor-Pizarro 1997, p. 253,255–258.
  15. a b Mattoso 1981, p. 217.
  16. Sottomayor-Pizarro 1997, p. 255–256.
  17. a b c Sottomayor-Pizarro 1997, p. 256.