Embargo de armas contra a China
O embargo de armas contra a China é um embargo imposto pela União Europeia e pelos Estados Unidos em 1989 como resultado da repressão às manifestações na Praça Tiananmen. A China apelou ao levantamento da interdição pela União Europeia durante muitos anos, com o apoio de alguns membros do Conselho da União Europeia, cujo número varia consoante as circunstâncias.
História
[editar | editar código-fonte]Os Estados Unidos implementaram um embargo de armas contra a China, decidido por George H. W. Bush em 5 de junho de 1989 e legalmente implementado em fevereiro de 1990.[1] Ao contrário do embargo da União Europeia, o embargo dos Estados Unidos induz sanções penais em caso de infração,[1] mas também tem exceções usadas ocasionalmente (treze vezes entre 1989 e 1998).[1]
Em 27 de junho de 1989, o Conselho da União Europeia decidiu por um embargo de armas contra a China, além de suspender toda cooperação militar com esta última, para protestar contra a repressão às manifestações na Praça Tiananmen e por desrespeito aos direitos humanos.[2][3] Este embargo não se baseia num quadro jurídico, mas sobre uma simples declaração já que a União Europeia não tinha então uma política externa comum naquele momento.[1] Este embargo é, portanto, no seu início uma soma de medidas nacionais.[1]
Em 8 de junho de 1998, um código de conduta para exportação de armas foi adotado pela União Europeia, possibilitando uma melhor coordenação das sanções entre os Estados-membros e a fim de permitir que o embargo seja levantado futuramente, embora mantendo o controle das exportações de armas.[1][2][4] Este código de conduta não tem quaisquer elementos vinculativos ou jurídicos, mas induz a cooperação e o intercâmbio de informações entre os países membros da União Europeia.[2]
Impactos, isenções e exportação de armas
[editar | editar código-fonte]O embargo de armas dispõe isenções para materiais não letais e letais, derrogações decididas segundo o critério dos países vendedores.[2] Entre 2001 e 2005, foram concedidas 968 licenças de exportação de armas para a China, principalmente pelo Reino Unido e França, com 147 licenças rejeitadas.[2]
Por exemplo, apesar do embargo, uma fonte estadunidense afirma que em 2003 a UE vendeu mais de € 400 milhões em exportações de defesa para a China, e posteriormente aprovou a venda de submarinos e tecnologia de radar.[5]
O embargo de armas limitou as opções da China em sua busca por equipamentos militares. O país teve que se dirigir ao antigo bloco soviético, com quem teve uma relação tensa após a ruptura sino-soviética. Outros fornecedores inicialmente incluíam Israel e África do Sul, mas a pressão estadunidense restringiu sua cooperação.[6]
Referências
- ↑ a b c d e f Sébastien Decreton (2009). «La question de l'embargo sur les ventes d'armes à la Chine». Cairn
- ↑ a b c d e Cédric Poitevin (1 de novembro de 2006). «Embargo de l'UE sur les ventes d'armes à la Chine : stop ou encore ?» (PDF). Groupe de recherche et d'information sur la paix et la sécurité
- ↑ Mathieu Rémond (2008). «Ventes d'armes à la Chine : la fin de l'embargo européen?». Cairn
- ↑ Any Bourrier (24 de fevereiro de 2005). «La Chine, l'Europe et l'embargo sur la vente d'armes». RFI
- ↑ (em inglês) Leaked cable shows fragility of EU arms ban on China, EUobserver.com, 25 de julho de 2011.
- ↑ (em inglês) «Japan concerned by call to lift China embargo – official». Forbes. 27 de novembro de 2008.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Embargo sur les armes contre la Chine».